Uma das primeiras bandas de black metal no Japão, o Sigh já extrapolou as fronteiras do gênero há muito tempo. Gradualmente se tornaram mais experimentais e menos tradicionais ao longo de uma discografia que chega a seu décimo primeiro álbum, “Heir to Despair”.
Um disco que se apresenta como um dos melhores de sua discografia recente, dando toques de psicodelia e folk oriental ao já espírito caótico do avant garde metal ao qual se dedica, indo numa direção oposta ao que apresentou no álbum anterior.
“Aletheia” começa com um riff e um ritmo que já arrepia, mostrando que teremos algo diferenciado, além do esperado neste novo trabalho.
Guitarras bem desenhadas já fazem desta abertura uma composição que vale o disco, mas ela ainda traz flertes com folk e orientalismo entremeados ao metal pouco convencional à banda.
Esses aspectos orientias ainda reaparecerão em “Hunters Not Horned”, composição dona de um belíssimo solo, reforçando a experimentação de texturas num atrito constante com a distorção do heavy metal, tendo na ousadia técnica o equilíbrio da fórmula.
O caos avant garde de “Graveward” (2015) foi trocado por melodias de guitarra, virtuosas na maioria das vezes, numa roupagem mais progressiva, mas sem deixar de ser provocativo e criativo. A anti-música e o aspecto noise aparecem, mas nos detalhes, e nos desfechos.
Ao mesmo tempo, temos influência de heavy metal clássico, como em “Homo Homini Lupus” e “Hands of the String Puller”. A primeira, em especial, abre com guitarras à lá Iron Maiden, para depois descambar para a pancadaria insana (no real sentido da palavra), como uma versão atonal e genial de um System of a Down dos infernos e cheio de personalidade.
“Heir to Despair” traz movimentos de folk, progressivo, avant garde e até indie, bem mesclados e moldado com ousadia e nenhum medo de experimentar. Temos efeitos eletrônicos, flautas orientais, teclados e muita energia.
As guitarras se revelam quase sempre virtuosas, sem perder em agressividade, numa harmonia que contrasta com os vocais divididos por Mirai Kawashima e Dr. Mikannibal, estranhos, mas nada de diferente funcionaria aqui.
E é cada riffão que dá gosto! Que o diga “In Memories Delusional” (outra que parece um System of a Down infernal).
Temos mudanças inteligentes de andamentos, indo do jazz metal ao metal tradicional, possibilitando classificar o Sigh, também, como uma banda progressiva.
Progressiva, em especial, nas três partes de “Heresy” – “Part 1: Oblivium“, “Part 2: Acosmism” e “Part 3: Sub Species Aeternitatis” – com sua louca viagem eletrônica, cheia de blips, blops e efeitos, rasgados por guitarras pesadas que desaguam num clima barroco que emociona e ruma para um desfecho sinfônico.
A segunda parte de “Heresy” é bizarra, como uma colagem de trilhas sonoras de ficção científica dirigida por surrealistas como como Bruñel ou Salvador Dalí. Fechando a suíte em três partes, de explodir a mente, a terceira parte traz referências a David Bowie nas melodias.
A faixa título fecha o disco resumindo-o com determinação heavy metal, como uma arte do caos, da estranheza, como se leis específicas funcionassem apenas para o Sigh.
Com a forma incômoda de “Heir to Despair”, o Sigh só se coloca ainda mais como a prova de que existe realmente uma linha tênue entre a loucura e a genialidade.
Esse disco está na nossa lista de melhores discos do ano de 2018, que você confere aqui.
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