Seal é um artista peculiar.
À começar pelo seu verdadeiro nome: Seal Henry Olusegun Olumide Adeola Samuel! O nome Olusegun inclusive teria o significado de “Deus é vitorioso”.
Nascido em 19 de fevereiro de 1963, em Londres, Seal é filho de um brasileiro com uma nigeriana, e começou sua carreira no circuito londrino dos anos 1980, vagando por bandas de soul e blues de países os quais visitou nesse período, como Tailândia e Índia.
A grande virada na carreira do cantor se deu com a chegada dos produtores Adamski e Trevor Horn. Enquanto Adamski lhe deu o hit “Killer”, que explodiu em 1990, Trevor Horn o ajudou a moldar sua identidade que destila uma mistura de emoção da soul music com a sofisticação da dance music moderna.
Outra característica de sua obra, além de sua voz abençoada, é a condição criteriosa de escolha de canções e maturação de seus trabalhos que somam apenas dez álbuns em quase três décadas.
As cicatrizes em seu rosto são traços marcantes de sua imagem e resultado de uma espécie de lupus que afeta especificamente a pele acima do pescoço.
Artista premiado e dono de sucessos que marcaram os anos noventa, tanto nas rádios quanto no cinema, ele já vendeu milhões de álbuns pelo mundo e merece nossa atenção.
Por isso, hoje vamos pinçar cinco dos seus melhores discos da sua carreira!
1) “SEAL” (1991)
Existem duas versões deste primeiro disco de Seal, lançado em 1991.
Produzido por Trevor Horn, existe uma versão “premixada” que foi lançada rapidamente impulsionada pelo sucesso do single “Killer”, que atingiu o primeiro posto dos charts britânicos em 1990.
A segunda versão, que é a mais comum, traz uma produção melhor acabada.
Esse primeiro álbum já fez Seal ser bem recebido pela crítica especializada e pelo público, afinal “Crazy” e “Future Love Paradise” , junto a “Kllier”, alavancaram o sucesso mundial do artista.
Mas não dá ignorar músicas como “Violet”, “Whirlpool” e “Deep Water” que mostram toda a versatilidade e profundidade da sua interpretação.
No Brit Awards de 1992 ele se tornou o primeiro a ganhar três prêmios na mesma edição do evento: Best British Male, Best British Video (por “Killer”) e Best British Album.
Seu nome era tão grande em tão pouco tempo que em abril de 1992 ele estava ao lado de nomes estrelados no Wembley Stadium no histórico Freddie Mercury Tribute Concert, onde cantou “Who Wants to Live Forever” junto aos membros remanescentes da banda.
2) “SEAL” (1994)
Após o sucesso do primeiro trabalho, Seal se via diante da tarefa só superada pelos grandes nomes que seria exibir um segundo disco, no mínimo, tão bom quanto o primeiro.
E ele foi lá e fez!
Novamente apenas com seu nome e uma capa que dava continuidade ao conceito apresentado no primeiro disco, este segundo álbum foi lançado em 1994, ancorado nos singles de “Prayer for the Dying”, “Newborn Friend” e a belíssima “Kiss From a Rose”, recebendo uma nomeação para o Grammy de Álbum do Ano.
A produção deste disco apresentou novas possibilidades para a música pop orientada para adultos, com energia nas batidas e atmosfera bem criada nas músicas mais cadenciadas e introspectivas.
Mesmo que esse segundo disco apresente mais segurança e carisma nas interpretações, e consistência nas composições, ele não causou tanto alarde quanto o primeiro. Pelo menos até uma remixagem de “Kiss From a Rose” entrar na trilha sonora do filme “Batman Forever”, e levar o Grammy de música do ano, em 1996, se tornar o maior sucesso de Seal nos Estados Unidos, e outro número 1 nos charts britânicos.
3) “HUMAN BEING” (1997)
Entre o segundo trabalho e o seguinte, “Human Being”, mesmo com o sucesso de “Kiss From a Rose” em 1996, temos o primeiro período turbulento na carreira de Seal.
Existe uma troca de gravadora, saindo da ZTT Records e assinando com a Warner Bros., em 1997, além de uma briga com o produtor Trevor Horn, logo resolvida.
Ao mesmo tempo que ele vivia o auge de sua carreira, também enfrentava problemas em sua carreira, gerando uma turbulência que frutificou num de seus melhores discos, “Human Being”, mostrando uma faceta mais introspectiva e melancólica, tirando a euforia da forma anterior e emprestando texturas e climas do trip hop.
Dentre os singles, mais três: “Human Beings” (escrita após a morte dos rappers Tupac Shakur e The Notorious B.I.G), “Latest Craze” e “Lost My Faith”, essa última também emprestada para o cinema, indo para a trilha sonora de “Armadilha”, filme de 1999, estrelado por Sean Connery e Catherine Zeta‑Jones.
Porém, nem isso alavancou as vendas que não se aproximaram das marcas de seus discos anteriores, mesmo que tenha sido certificado como Disco de Ouro com apenas dois meses de seu lançamento.
E acredite em mim, esse talvez seja o grande disco de Seal como artista, seu trabalho mais profundo e autorreferencial.
Mesmo assim, o período turbulento não havia passado ainda!
“Toghterland” seria o disco que Seal lançaria em 2001, porém um prolongado período de pós-produção provocou seu cancelamento. Uns dizem que Seal estaria insatisfeito com o resultado do trabalho, enquanto outros alegam que a gravadora engavetou o disco por não enxergar um potencial comercial no trabalho.
Estas músicas seriam engavetadas e por vezes prometidas de ganhar o mundo, porém, salvo por algumas participações com outros artistas, só veríamos um novo disco de Seal em 2003.
4) “SYSTEM” (2007)
O novo disco chegaria em 2003, novamente auto-intitulado, exceto na Austrália, que foi lançado como “Seal [IV]”. De fato mostrava uma vontade de retornar à estética dos dois primeiros discos como ouvimos nos singles “Waiting For You”, “Get It Togheter” e “Love’s Divine”, que ajudaram a retomar sua popularidade na Europa e nos Estados Unidos.
Até 2007, quando “System” seria lançado, teríamos uma coletânea e um material ao vivo acompanhado por uma orquestra e coral de cinquenta e dois músicos que vale a pena ser conferido, intitulado “One Night To Remember”.
E em “System” ele efetivamente retorna ao seus dois primeiros discos, com mais energia, euforia e orientado para a dance music moderna, que o recolocou nas nomeações do Grammy pelo single de “Amazing”. Outras que traziam a vibração do início da carreira eram “Immaculate” e “The Right Life”
Além delas, destaque a “Wedding Day” que traz um dueto inusitado com sua ex-esposa, a belíssima modelo Heidi Klum.
Mas ele não havia abandonado as influências do trip hop, e “Loaded” está aqui pra nos lembrar disso, mesmo que “System” seja um disco longe de trazer uma versão experimental de Seal.
A partir daqui ele entra em uma fase extremamente prolífica, lançando quatro discos em sete anos, sendo que dois deles traziam Seal interpretando clássicos da soul music, que ficam aqui como menções honrosas.
Entre estes discos voltados para a soul music, “Commitment” chegaria em 2010, sendo confessado pelo próprio Seal como inspirado em sua esposa, da qual se separaria dois anos depois.
5) “7” (2015)
O primeiro disco de inéditas após “Commitment” demorou cinco anos para sair. Claro que nesse ínterim tivemos a segunda parte do disco de releituras de clássicos da soul music.
Intitulado apenas de “7”, como o próprio nome indica era o sétimo álbum de Seal com composições inéditas, e sem dúvidas seu melhor trabalho desde “Human Being” (1997).
A música ” Every Time I’m With You”, uma das melhores do repertório, foi apresentada para os brasileiros antes mesmo do lançamento do disco no show inesquecível que Seal fez no Rock In Rio de 2015.
Essa composição, junto a “You Ever”, “Daylight Saving” e “Life on the Dancefloor” (a única não produzida por Trevor Horn) são as melhores do trabalho e evidenciam um Seal maduro, mesclando bem os melhores elementos emocionais, intimistas e dramáticos de sua musicalidade desfilada desde os anos 1990.
E comparado com o que se ouve no mainstream nos dias atuais, “7” é o supra-sumo do requinte pop na música moderna, quase como uma seleção de baladas entoadas pela poderosa e marcante voz de Seal.
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