Savatage – “Dead Winter Dead” (1995) | Uma Jornada Musical de Emoções Intensas

 

Explorando as Emoções Gélidas: Uma Análise Profunda do Álbum ‘Dead Winter Dead’ do Savatage

“Dead Winter Dead” clássico nono disco da banda Savatage, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Savatage - Dead Winter Dead (1996, 2020, Shinigami Records earMUSIC)

No vasto universo do heavy metal, algumas obras-primas permanecem como verdadeiras joias escondidas, esperando para serem descobertas e apreciadas por um público sedento por música excepcional.

Entre essas gemas musicais, encontra-se o álbum “Dead Winter Dead” do lendário Savatage.

Esta obra-prima, muitas vezes negligenciada em favor de outros álbuns icônicos do gênero, lançados pela própria banda, inclusive, é uma jornada musical intensa e emocional que merece ser redescoberta e celebrada.

Neste artigo, mergulharemos nas profundezas deste álbum, explorando suas complexas narrativas e poderosas composições que o tornam uma experiência auditiva única.

Prepare-se para uma viagem pelo mundo sombrio e emocionalmente carregado de “Dead Winter Dead” e descubra por que você definitivamente deveria ouvir este disco.

Savatage – “Dead Winter Dead”: Você Devia Ouvir Isto

Definição em um poucas palavras: Conceitual, classudo, pesado, operístico.

Estilo do Artista: Heavy Metal

Comentário Geral:  Musicalmente, após “Hall of the Mountain King” o Savatage estava confiante para ir além, e ousou em discos como “Gutter Ballet” (1989) e “Streets – A Rock Opera” (1991), buscando ainda mais o senso da Broadway mesclado ao heavy metal pesado, deixando a sonoridade ainda mais bombástica e dramática.

Com esses dois discos o Savatage mostrou que havia enfim encontrado sua sonoridade, sua personalidade no heavy metal e lapidou-a ao máximo em “Edge of Thorns” (1993). Porém, a morte trágica do guitarrista Chris Oliva, em 17 de outubro e 1993, foi tão traumática para o Savatage, quanto para o heavy metal noventista.

Após a tragédia com Chris, Jon Oliva e o demais membros não sabiam o que ia ser do Savatage dali em diante. Esse momento-chave refletiria diretamente em “Handful of Rain”, disco lançado em 1994, cercado de tristeza, luto e excelência musical. Durante anos circularam histórias de quem havia tocado nas sessões de gravação deste disco. A verdade é que Jon Oliva, que trabalhava em parceria com o produtor Paul O´Neil, acabou gravando bateria, baixo, algumas guitarras, além dos teclados, e chamou o amigo Alex Skolnick, guitarrista do Testament, para gravar as partes de guitarra mais complexas.

O Savatage lavava sua tragédia com muito trabalho, e em 1995 eles apresentavam “Dead Winter Dead” (1995), que contava com o baterista Jeff Plate já fixo como membro oficial da banda e o guitarrista Al Pitrelli no lugar de Alex Skolnick.

“Dead Winter Dead” (1995) era mais um disco conceitual do Savatage, uma rock opera com temática discorrendo sobre a Guerra entre a Bósnia e a Sérvia, descrevendo reações para sofrimentos com a guerra, como um trauma emocional. A história é narrada por uma testemunha das mazelas da guerra de forma profunda, séria e emoldurada por uma sonoridade bem mais pesada se comparada aos dois discos anteriores.

Mesmo com toda esta carga emocional densa e peso na musicalidade, “Dead Winter Dead” foi o disco que deu ao Savatage um inesperado hit de rádio: “Christmas Eve (Sarajevo 12/24)”. A partir desta resposta, Jon Oliva e Paul O’Neill decidiram explorar este tipo de musicalidade de uma forma diferente, começando o projeto chamado Trans-Siberian Orchestra, por onde relançaram “Christmas Eve/Sarajevo 1994” em seu primeiro disco “Christmas Eve and Other Stories”.

Musicalmente, “Dead Winter Dead” é um disco grandiloquente e pomposo como uma típica opera rock, com a música servindo de moldura para a história a ser narrada, conseguindo  capturar a emoção que as letras descrevem de forma madura e inspiradora, como nas belíssimas “This Is the Time (1990)”, “This Isn’t What We Meant” “Not What You See”.

O peso dos velhos tempos de Savatage ficou no passado, mas ainda existem reminiscências de heavy metal em faixas como “I Am” “Doesn’t Matter Anyway”, sem diminuir os exageros melodramáticos da proposta que poderia ser encaixada como um prog metal sinfônico. Neste contexto, as mesclas de vozes entre Zak Stevens e Jon Oliva cria uma dinâmica interessante para o trabalho como um todo, sendo que a performance de Stevens é o grande trunfo das composições que contam com sua voz.

Em suma, “Dead Winter Dead” é um trabalho conceitual conciso, detalhado e bem construído, mas sem a variação de um “Edge of Thorns”, por exemplo, sendo uma clara continuidade da renovação da sonoridade do Savatage iniciada em “Handful of Rain” e melhor acabada no disco seguinte, “The Wake of Magellan”, mostrando que definitivamente, ao menos musicalmente, superaram a morte de Chris Oliva.

Ainda em 1995 saía “Ghost in the Ruins – A Tribute To Criss Oliva”, uma compilação de apresentações do Savatage nos Estados Unidos de 1987 a 1990 e que no Japão saiu com o título de “Final Bell”. No âmbito dos lançamentos, entre 1995 e 1997 temos três compilações, até que no fim daquele ano chega o terceiro álbum conceitual do Savatage e segundo com a nova formação, intitulado “The Wake of Magellan”. O último trabalho de estúdio da banda, “Poets and Madmen”, que viria pela nova gravadora da banda, a Nuclear Blast, apenas em 2001, foi adiado várias vezes.

Ano: 1995

Top 3: “Christmas Eve (Sarajevo 12/24)”, “This Is the Time (1990)” e “I Am”.

Formação: Zak Stevens (vocais), Chris Caffery e Al Pitrelli (guitarras), Johnny Lee Middleton (baixo), Jeff Plate (bateria) e Jon Oliva (teclado e vocais).

Disco Pai: Queensryche – “Operation: Mindcrime” (1988)

Disco Irmão: Trans-Siberian Orchestra – “Christmas Eve and Other Stories” (1996)

Disco Filho: Therion – “Beloved Antichrist” (2018)

Curiosidades: A faixa “Mozart and Madness” cita diretamente da partes da “Sinfônia n 25” de Mozart, enquanto “Memory” cita movimentos da Nona Sinfonia de Beethoven. Estas citações estão ligadas à história contada no conceito do disco: em dado momento, Serdjan e Katrina se pegam ouvindo os pensamentos de Mozart e Beethoven enquanto eles vagam entre as explosões.

Pra quem gosta de: Contos de natal, opera-rock, história moderna e música clássica.

Os 5 Melhores Discos da Banda Savatage

O Savatage é uma banda icônica do metal e ao longo de sua carreira lançou muitos álbuns aclamados. Embora seja difícil escolher apenas cinco, aqui estão alguns dos mais celebrados discos da banda:

1) “Streets: A Rock Opera” (1991)

Este álbum conceitual é frequentemente considerado uma obra-prima do Savatage, conhecido por sua narrativa e composições incríveis.

2) “Gutter Ballet” (1989)

Um álbum que mostrou a capacidade da banda de mesclar elementos de metal com influências progressivas e clássicas.

3) “Hall of the Mountain King” (1987)

Este álbum é um dos mais populares do Savatage e apresenta faixas clássicas como “Hall of the Mountain King” e “24 Hours Ago”.

4) “Edge of Thorns” (1993)

O primeiro álbum com o vocalista Zak Stevens é elogiado por sua qualidade musical e composições cativantes.

5) “Dead Winter Dead” (1995)

Este álbum conceitual é notável não apenas por sua música emocionalmente carregada, mas também por sua exploração das tensões culturais na guerra da Bósnia.

Lembrando que a lista de álbuns mais celebrados pode variar dependendo dos gostos pessoais dos fãs, mas esses são alguns dos discos mais influentes e adorados do Savatage.

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