“The Last Stand” é o oitavo álbum de estúdio da banda sueca de power metal Sabaton.
A audição de um álbum novo do Sabaton traz a certeza de boas letras, tendo a guerra como tema central, tratado de modo inteligente e envolto em andamentos fortes e vigorosos, dotados de espírito bélico, épico e vigoroso, transitando pelo Metal Tradicional e pelo Power Metal.
Entendo alguns fãs que torceram o nariz para este trabalho, mas é inegável que a banda tentou algo novo (que o diga “Blood of Bannockburn”, que pode estranhar pela sua tonalidade fora do usual) em meio à fórmula já conhecida, mas sempre eficiente, alicerçada em refrãos melodiosos e grudentos, que tornam a audição diversão garantida.
Além da belíssima capa que embala o trabalho, a banda conseguiu novamente sair do lugar comum dentro da temática bélica ao desenvolver um conceito inteligente: os últimos momentos das principais guerras da história.
Desta forma, com didatismo artístico começam pela Grécia Antiga, passando pela Ásia, África e Oriente Médio, até chegar ao conflito entre Rússia e Afeganistão, nos anos 1980. “Sparta”, por exemplo, faixa que abre o álbum, desenrola versos sobre a Batalha das Termópilas, tema também explorado por Frank Miller em seu clássico da nona arte “Os 300 de Esparta”, aqui desenvolvido em um clima musical sinfônico/melódico e entoado como se por guerreiros que caminham em direção à batalha.
Já neste princípio percebemos uma banda claramente preocupada em conectar letra e música de modo conciso, por meio de arranjos grandiosos e pujantes que constroem um hinário bélico forte, pesado, mas acessível, nos fazendo até mesmo sentir o cheiro do combate espalhado pelo ar.
Seguindo o caminho da faixa de abertura, “The Lost Battalion” se mostra pulsante, cadenciada e quase minimalista em seus arranjos, salvo pelo solo impecável que nos remete ao Queen.
O “quase” é pelo fato interessante desta faixa não possuir bateria!
Sim!
O som de bumbo é, na verdade, uma metralhadora calibre 50, a caixa é uma pistola 9mm e um chimbau é uma baioneta! Incrível o resultado final!
Mas este não é o único diferencial do trabalho.
Em meio aos andamentos tipicamente metálicos, temos riffs de teclados (como na excelente “Winged Hussards”, que traz escalas arábicas em meio aos seus cacoetes sinfônicos e refrão imperativo), vocais aos moldes de corais, vocal principal rouco e guitarras oitavadas ao invés de dobradas, engrandecendo os tradicionalismos da banda que, por sua vez, estão mesclados a passagens que remetem a trilhas sonoras épicas.
Desta forma, conseguiram criar faixas acessíveis se as despirmos de seus fardamentos musicais de guerra, como em “The Last Stand”, uma das melhores faixas do álbum, quiçá a mais envolvente, e que traz “rastros pop” em suas melodias vocais, principalmente no desfecho.
Na verdade, muitos momentos do trabalho soam como se os compositores tivessem alistado o Hard/Pop/Rock, injetados de testosterona, num campo de batalha.
Faixas como “Last Of a Dying Breed”, a própria “Blood of Bannockburn” (com pegada melódica acelerada e teclados à lá Deep Purple), “Rorke’s Drift”, “The Last Battle” e “Shiroyama” (essa uma das melhores do álbum) explicitam bem esta observação, enquanto “Hill 3234”, com seus arabescos que criam o clima correto para sua narrativa, traz um versão mais voltada ao Metal Tradicional, aos moldes do Rage na fase “Unity” (2002), uma referência que aparece esparramada ao longo do trabalho, assim como as de Blind Guardian.
Pode não ser o melhor álbum do Sabaton, mas “The Last Stand” consegue manter o alto nível da discografia, com uma produção impecável que, como bem ensina Sun Tzu, alavancou as virtudes da banda (principalmente nos solos impressionantes e vigorosos que atravessam as bases sólidas e nos refrãos imperativos muito bem construídos) e amenizou seus pontos fracos.
Para os sobreviventes deste massacre metálico, vale conferir as ótimas bônus “Camouflage” e “All Guns Blazing” (cover do Judas Priest).
Indicadíssimo!
Leia Mais:
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