“A surpresa se faz
No sem querer
No sem saber
No quero ser
No vou fazer
No sem saber…”
Chego em casa após um dia cansativo e deparo me com um pequeno envelope.
Visitas do Correio tem o poder de me arrancar sorrisos, ainda mais quando dentro de mim dou pulos animados (É o livro! É o livro).
O envelope que continua aqui na mesa veio de São Paulo, cidade do autor Rubens Lobo, um paulistano que escreve desde a adolescência, nascido e criado nas cercanias do bairro da Freguesia do Ó, pai, poeta e professor, tentando se encaixar nesta tal de pós-modernidade.
Aberto com cautela (os olhos brilham), um livro pequeno e preto da editora Viseu, com um visual que agrada logo de cara, o título não diz, mas instiga; “Não Ter”, abro o (e os pulos dentro em mim viram cambalhotas): É poesia!
“Falar sobre poesia é tarefa difícil”, comentava a pouco com um amigo, costumamos tanto a debater no campo do entendimento, e essa dança das palavras nos convida a permear o campo do sentir – o poeta se revela em palavras e nós nos envolvemos nessa troca de sentido, palavras e sentimentos.
Em grande parte de “Não Ter”, Rubens dedica suas poesias às mulheres, “as musas”, que com doçura e lascívia são presenteadas com palavras e emoções fortes e tenras.
Muitas poesias são acompanhadas de um nome/dedicatória onde você percebe a fonte de inspiração de onde bebe da fonte o eu lírico. Como mulher ao ler as poesias, não dá pra não pensar “eu queria que alguém escrevesse isso pra mim”.
Com versos e divisão livres, temáticas diversas e contemplativas, Rubens fala da descoberta do amar, de amor, da presença, da falta, da liberdade, do cotidiano e do destino.
O autor escreve despretensiosamente, mas nos alcança, escreve palavras pra se ler em voz alta, e quando assim o fazemos a poesia se transforma e toma força. Experimente ler “Seus lábios” e perceba a intensidade do autor.
Em “Calar” e “Quero”, minhas poesias favoritas, o autor reafirma o sentimento que é marca de suas poesias, o respeito ao feminino e a busca incessante de um amor, não um amor romântico ou de posse (que não é amor), mas algo mais sublime e genuíno como um em universo ou dois em alma e poesia.
Como o próprio poeta escreve há coisas que a palavra até tenta traduzir e “Não Ter” tem muito disso, versos e poesias pra te fazer perceber o cotidiano de forma mais leve, mergulhar em profundidades, se encantar com a ingenuidade. Por mais experiente que o autor seja sua poesia é frágil, suave e bonita.
Fruto de mais de vinte anos de produção poética e mais de três anos de edição literária, “Não Ter” é um presente onde o autor se desnuda e nos envolve em poesia. Poesia livre, simples, profunda, leve e cativante.
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