Confesso que nunca tinha dado a devida atenção à banda sueca Royal Republic até que este “Club Majesty” chegou para resenha.
Este álbum já é o quarto capítulo de sua discografia de estúdio e estas onze músicas me pegaram de surpresa pela ousadia e pela coragem.
Coragem, principalmente, porque a abordagem da banda corre o risco constante de soar tão sem sentido quanto presunçosa ou caricata.
Mas é justamente o contrário que se produz.
Tudo é misturado com muita fluidez, catalisado com muita energia, soando coeso, cheio de personalidade e identidade, além de cativante.
Depois que fui arrebatado por esse disco decidi conferir os outros trabalhos da banda, e posso dizer que “Club Majesty” é uma continuidade do que fizeram em “Weekend Man” (2016), disco anterior que misturava tudo o que fizeram em “We Are the Royal” (2010) e “Save the Nation” (2012).
A banda foi formada em 2007, na cidade de Malmö, sendo hoje é liderada pelo vocalista Adam Grahn, amparado pelos músicos Hannes Irengård (guitarra), Jonas Almén (baixo) e Per Andréasson (bateria).
E a turnê de divulgação do álbum “Weekend Man” foi a prova de que têm crescido na Europa: todos os shows tiveram seus ingressos esgotado.
Não dá pra negar que neste quarto disco encontram o equilíbrio da sua fórmula, mas também a coesão e a segurança que só os shows, a estrada e o tempo conferem.
Em suma, temos um rock n’ roll com pegada hard rock e toque do frescor da modernidade, como se misturassem, de forma fanfarrona, AC/DC, Kiss, Ramones, Queen, James Brown e Prince com Danko Jones, Volbeat, Franz Ferdinand e Muse, no liquidificador maluco emprestado pela parcela sarcástica, irônica e bem humorada do Frank Zappa.
Até por isso, criar um rótulo para o som da banda é tarefa inglória. Já foram usados termos como Garage Rock, Pop Rock, e até os absurdos Kung Fu Rock e Chuck Norris Rock. “Club Majesty” já tem até um pra chamar de seu (se é que isso é realmente necessário): Disco Rock!
E basta uma audição para entender porquê.
De saída, “Fireman & Dancer” mostra como essa receita gera momentos extremamente saborosos e exala personalidade. Assim como “Can’t Fight The Disco” trará guitarras deliciosas numa música sensacional.
“Club Majesty” é um disco de rock (como em “Stop Movin’” e “Bulldog”) e de pop (como em “Under Cover”). É inventivo. É simples apesar da imprevisibilidade! É diferente apesar das melodias fáceis!
Um disco “pra cima”, bem humorado, com poucos escorregões, elementos eletrônicos ladeados por letras bem sacadas, tudo impresso por timbragens atualizadas e doses cavalares de adrenalina.
Bons refrãos se sucedem em composições variadas e viciantes, sendo que faixas como “Boomerang” (com groove contagiante), “Like A Lover” (com linhas de guitarra arrepiantes), “Blunt Force Trauma” (com grrove funk rock irresistível) e “Flower Power Madness” (com sua batida “de rachar o assoalho) se destacam no repertório pelos ritmos empolgantes.
Já “Anna-Leigh”, outro destaque do disco, traz algo de oitentista para a fórmula dando mais testosterona à abordagem musical do genial Prince.
É impossível ficar passivo diante deste disco! É amor ou ódio! Nós amamos e agradecemos a Shinigami Records por ter lançado esse disco excelente no Brasil!
FAIXAS:
1. Fireman & Dancer
2. Can’t Fight The Disco
3. Boomerang
4. Under Cover
5. Like A Lover
6. Blunt Force Trauma
7. Fortune Favors
8. Flower Power Madness
9. Stop Movin’
10. Anna-Leigh
11. Bulldog
FORMAÇÃO
Adam Grahn (vocal)
Hannes Irengård (guitarra)
Per Andreasson (baixo)
Jonas Almén (bateria)
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