Rock Nacional | 10 nomes esquecidos do “Rock Brasil Anos 80”

Explore conosco o lado B do BRock dos anos 80! Este artigo resgata 10 nomes esquecidos que merecem sua atenção. Do eletro-pop ao rockabilly, descubra as bandas que marcaram uma era, mas foram eclipsadas pelo sucesso. Prepare-se para uma viagem nostálgica e redescubra o melhor do rock nacional!

Nos anos 80, o BRock dominava as paradas, mas nem todas as bandas recebiam o reconhecimento merecido. Além dos grandes nomes, algumas pérolas foram esquecidas. Neste artigo, mergulharemos na década dourada da música brasileira para resgatar 10 bandas que, apesar de sua qualidade, perderam o brilho. Prepare-se para uma jornada nostálgica pelos sons esquecidos do rock nacional.

O sucesso comercial de um estilo musical traz uma consequência pouco prodigiosa: a saturação. É assim desde tempos idos e com a explosão do rock nacional no início da década de oitenta não foi diferente.

Após a Blitz tomar de assalto as rádios de todo o país com os sucessos arrebatadores das canções “Você Não Soube Me Amar” e “A Dois Passos do Paraíso”, outros nomes surgiram buscando um lugar ao sol.

O sucesso da Blitz foi tão grande que chegaram a se tornar personagens de histórias em quadrinhos e protagonistas de um álbum de figurinhas. Foram quatro anos meteóricos e uma influência ímpar no cenário, mostrando que a new wave tinha aportado em solos brasileiros à toda velocidade.

O restante da história é conhecido, o movimento musical batizado de BRock por Nelson Motta não se restringiu a um estado brasileiro específico, revelando nomes importantes para o rock nacional como Barão Vermelho, Titãs, Legião Urbana, Capital Inicial, Nenhum de Nós, Camisa de Vênus, Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, RPM, Ira!, dentre outros que seguiram por anos a fio, com carreiras sólidas e álbuns relevantes.

10 Nomes Esquecido do Rock Nacional dos anos 80

Entretanto, o sucesso do estilo fazia com que surgisse uma nova banda a cada dia e inúmeras delas foram bandas de um álbum só, ou de apenas uma música de sucesso, sendo relegados ao lado B do rock nacional oitentista.

Neste contexto, com o passar do tempo, se tornaram esquecidas do público e que serão rememoradas hoje, neste texto. Sendo assim, retornemos a época das fitas K7, e desfrutemos o lado B do rock brasileiro dos anos 80 em dez nomes que se destacaram em alto e bom som. Mas mantenha a caneta Bic a postos, pois vai que a fita enrola durante a execução.

1. Omar e Os Cianos.

Um nome interessante para uma banda que sumiu tão rápido quanto apareceu. Uma sonoridade baseada no eletro-pop comum nas rádios dos anos 80 que, apesar da originalidade e da interessante canção “Abominável Homem das Neves”, não nos brindou com um LP completo, participando apenas de algumas coletâneas e lançando um compacto.

Além da canção que traz o Pé Grande como personagem principal, sua outra composição, “24 Horas no Ar”, integrou a trilha sonora de um filme nacional nos idos de 1986.

2. Joe Euthanázia

Joe Euthanázia foi um músico gaúcho que iniciou a carreira ainda nos anos 70, participando de festivais e integrando bandas de apoio de nomes como Ivan Lins. Neste período Zezinho Athanázio, como era conhecido, teve suas músicas rodadas na Rádio Continental.

Em 1981 mudou seu nome para Joe Eutanázia e também sua orientação musical para o rock/pop, deixando de lado o apelo jazzistico de antes. Ele começou sua carreira solo a partir de 1984, quando lançou um compacto de sucesso nas rádios brasileiras que vivam a febre do rock nacional.

A canção se chamava “Me Leva Pra Casa”, e o compacto foi lançado via CBS, trazendo como banda de apoio Paulo Simas nos teclados, Marcos Lessa no baixo e Lobão na bateria.

Sua discografia não se limita apenas a este lançamento, pois em 1985 chegaria às lojas o LP “Tudo Pode Mudar”, obtendo um sucesso considerável com a faixa-título. Porém, em 1989, pouco depois de lançar seu álbum “Joe”, o compositor veio a falecer em um acidente automobilístico.

3. Anibal

Outro cantor que fez sucesso relativo nos anos 1980 e depois sumiu do mapa foi Anibal. Sua canção “Alguém”, lançada em 1989, no álbum “Carência”, lançado via RCA, teve repercussão nas rádios e apresentava uma mistura de Legião Urbana com Ritchie, investindo em boas letras.

Infelizmente, mesmo com outras músicas indo para as programações das rádios, o álbum não emplacou e Aníbal desapareceu da mídia pouco depois de lançado o disco!

4. Telex

Mais uma peça escondida no saturado cenário pop brasileiro dos anos oitenta, o Telex investia numa sonoridade new wave típica das bandas paulistas daquele período, tendo o seu maior prestígio em ser conhecida como a banda de Oswaldo Gennari Filho, o Coquinho, ex-membro da banda Patrulha do Espaço que acompanhou Arnaldo Baptista, após sua saída dos Mutantes.

Em todo caso, a música “Só Delírio” fez um relativo sucesso e preencheu algumas faixas das coletâneas de meados da década de oitenta.

5. Absyntho

Originalmente formado em um quinteto, o Absyntho experimentou o topo do sucesso com o compacto de “Meu Ursinho Blau-Blau”, vendendo 350 mil cópias. A banda foi formada em 1982, o compacto de sucesso saiu em 1983 e o álbum completo só chegou às lojas em 1985.

Talvez por este hiato a banda não tenha emplacado. Mesmo assim, o vocalista, Silvinho (depois conhecido como Silvinho Blau-Blau), foi o membro que mais se destacou, mas sua carreira solo após a extinção do conjunto em 1987 não decolou e recentemente ele participou do reality show “A Fazenda”.

6. Buana 4

Uma banda diferenciada das demais acima citadas, o Buana 4 é oriunda do Rio de Janeiro e trazia uma proposta musical diferente do padrão new wave que assolava as rádios da época.

Formada por Maurício Barros, tecladista e vocalista, que havia deixado o Barão Vermelho, o Buana 4 lançou em 1989 um LP autointitulado que trazia canções mais roqueiras que chegaram a emplacar, tendo inclusive figurado em trilhas sonoras de novelas da TV Globo. Infelizmente a banda encerrou suas atividades em 1992.

7. Civil

Essa talvez foi a banda mais promissora da lista! Surgida em meados dos anos 80, a banda Civil lançou dois discos que eram apostas do mercado fonográfico que investiu na formação de ótimos músicos colocando nomes como Geraldo D’arbilly e Bozo Barreti para produzi-los.

A composição “Sombras na Calçada” fez muito sucesso como single, mas não passou disso! Mesmo assim, vale conferir os discos da banda que são excelentes.

8. Fausto Fawcett

O próximo enumerado de nossa lista é tão lado B quanto cult. Fausto Fawcett é o codinome de Fausto Borel Cardoso, jornalista, escritor e compositor, que buscou numa das maiores atrizes do cinema o seu sobrenome artístico.

Com um currículo destes e tendo uma canção sua na trilha sonora da produção franco-britânica “Lua de Fel”, dirigido por ninguém menos que Roman Polanski, Fausto Fawcett ainda é um ícone cult do rock nacional dos anos 80, apesar de que rotular sua música de apenas rock é um demérito quanto a sua obra que, liricamente, beira o cyberpunk carioca (se é que isso existe!).

Suas músicas ficaram famosas nas vozes de outras pessoas, mas “Katia Flávia, a Godiva do Irajá”, de 1987, foi um estouro quando do lançamento de “Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros”, um de seus três mais brilhantes álbuns.

9. João Penca e Seus Miquinhos Amestrados

Investindo numa mistura de new wave, rockabilly e surf music, com humor ácido e muita diversão, o grupo João Penca e seus Miquinhos Amestrados, formado na cidade do Rio de Janeiro,  teve um relativo sucesso nos anos 1980, após terem forte participação no ótimo disco “Cantando no Banheiro”, de Eduardo Dussek, em 1982.

Na verdade, João Penca e seus Miquinhos Amestrados era uma espécie de combo de nomes interessantes do rock/pop carioca, com mudanças constantes de formação. O compositor Leo Jaime chegou a participar da banda, mas saiu antes deles lançarem seu primeiro álbum em 1983.

Eles ficariam conhecidos por músicas como “Lágrimas de crocodilo” e o sensacional hit “Popstar”, ambos do ótimos segundo disco “Okay My Gay” de 1986.

10. Dr. Silvana e Cia

Um dos melhores nomes desta lista, o Dr. Silvana & Cia foi responsável por trazer hits irreverentes para o rock nacional nos anos 80, como “Serão Extra” e a sensacional “Taca a Mãe pra Ver se Quica”.

Formada em 1984, no Rio de Janeiro, por por Ricardo Zimethaum, Cícero Pestana, Jorge Soledade e Edu, o Dr. Silvana & Cia lançou seu primeiro single ainda naquele ano pela CBS, intitulado “Eh! Oh!” e um álbum autointitulado no ano seguinte pela mesma gravadora, investindo em letras bem humoradas e muita energia nos instrumental.

Porém, os dois outros discos não fizeram sucesso, e a banda chegou a terminar na virada dos anos 80 para os 90, retornando em 1993.

A lista ainda podia ser bem maior.

Obviamente, estes dez listados não representam todos os bons e esquecidos do rock nacional nos anos 1980. E aqui vai uma menção honrosa ao Metrô, Magazine (do lendário e saudoso Kid Vinil), Heróis da Resistência, Inimigos do Rei, Sempre Livre, Uns e Outros, Herva Doce, Gang 90 e as Absurdettes, Hanoi-Hanoi, Yahoo, enfim, a lista é enorme!

E você qual banda considera como subestimada ou esquecida no rock nacional dos anos 1980? Deixa aí nos comentários.

Conclusão

Essas bandas esquecidas do BRock dos anos 80 representam verdadeiros tesouros musicais. Apesar de terem deixado um impacto significativo em sua breve existência, muitas foram obscurecidas pelo sucesso de outros. Hoje, ao revisitar esses nomes, podemos reconhecer a diversidade e a riqueza da cena musical da época. Que essas pérolas perdidas continuem a ressoar nos corações dos amantes do rock nacional, reacendendo memórias e proporcionando novas descobertas.

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