Rob Zombie – “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” | Resenha

 

“The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” é o sétimo álbum de estúdio carreira solo do artista multitarefas Rob Zombie, lançado em 2021, e que chega ao Brasil pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.

Rob Zombie - The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy (2021, Shinigami Records, Nuclear Blast) Resenha Review

O plano original era lançar “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” em 2019, mas o primeiro single só saiu em 2020, para a faixa “King Freak: A Crypt Of Preservation And Superstition”.

Essa música já mostrava que Rob Zombie se mantinha fiel ao seu universo estranho e decadente do heavy metal moderno mesclado à estética do cinema de terror underground, cheio de sujeira oriunda de sua raiz no metal industrial.

Quando “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” enfim chegou em 2021, a promessa de mais um ótimo álbum de Rob Zombie se confirmou através de um de seus mais coesos discos.

O que não significa que “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” seja um álbum brilhante.

Por coeso quero dizer bem estruturado, onde todas as composições são determinadas,  enérgicas e parecem partes separadas de uma grande música furiosa e louca que se encaixam de forma brutal e imaginativa como as narrativas cinematográficas do próprio Rob Zombie, principalmente pelos interlúdios que ligam as músicas.

Neste percurso musical temos faixas que se desdobram em sonoridades pesadas e alternativas, com grooves bem alocados e detalhes que dão um tom diferencial e moderno ao trabalho como um todo.

Justamente por isso, “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” se encaixa perfeitamente naquilo que Rob Zombie apresentou em seus discos mais recentes, principalmente em “The Electric Warlock Acid Witch Satanic Orgy Celebration Dispenser” (2016).

Ou seja, dentro do desenho stoner/industrial, Rob Zombie não tentou se reinventar e apresenta neste trabalho seu puro estilo: temos o clima de terror classe B, letras recheadas de humor negro e ironia, além das experimentações pontuais e pinceladas de psicodelia psicótica.

Se bem que existem remissões setentistas ao Black Sabbath, Alice Cooper e Blue Oyster Cult mais proeminentes em meio a base de sua sonoridade alternativa que orbita entre referências de Butthole Surfers, Sonic Youth e o próprio White Zombie.

Outros momentos são clichês tão próprios que poderiam estar em qualquer um de seus discos anteriores e isso está longe de ser um problema.

Os grandes problemas de “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” são pontuais e estão nas faixas “Shake Your Ass-Smoke Your Grass” “18th Century Cannibals, Excitable Morlocks and a One-Way Ticket on the Ghost Train”, que definitivamente não combinaram com o restante do trabalho, ou eu que não entendi a piada.

Porém, os destaques positivos superam os negativos.

E esses pontos positivos vêm em ótimas faixas como “The Triumph of King Freak” (que lembra os tempos de “Hellbilly Deluxe” (1998), com peso nas ótimas guitarras em meio a “parafernália” musical); “The Ballad of Sleazy Rider” (uma releitura da vibe setentista de Alice Cooper); “The Eternal Struggles of the Howling Man” (um stoner nervoso e intenso); “Boom – Boom – Boom” (com refrão clichê, mas cativante); e a sabática “Crow Killer Blues” (que riffão!).

E só mesmo Rob Zombie para desperdiçar uma bela melodia como a de “The Much Talked of Metamorphosis” num interlúdio e não usa-la numa bela balada à moda “amor trevoso”. Talvez, de novo, eu não tenha entendido a piada.

Enfim, “The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy” não irá superar discos como “Hellbilly Deluxe” (1998) e “The Sinister Urge” (2001), mas, sem dúvidas, é o melhor disco de Rob Zombie desde “Hellbilly Deluxe 2” (2010).

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