Warrior – “Boudica” (2020) | Resenha

 

O Warrior que lança “Boudica”, seu segundo álbum de estúdio, é uma das diversas bandas da NWOBHM que tiveram esse nome.

Existia o Warrior de Chesterfield, o de Essex e o de Burnley, mas esse aqui é o de New Castle, que atuou entre 1979 e 1984, período em que lançaram três EPs e um disco ao vivo, com destaque para as músicas “Kansas City” “Flying High”, que figuraram em algumas coletâneas do selo Neat Records.

A banda retomou as atividades em 2014 e lançou seu primeiro full lenght, “Invasion Imminent”, em 2017, após mais um EP e uma coletânea reunindo o material dos anos 1980.

Warrior - Boudica (2020)

Gravado entre 2018 e 2019, “Boudica”, mixado e produzido por Dave Curie, dá continuidade à discografia do Warrior, resgatando a musicalidade tradicional da NWOBHM.

Isso desde a temática, afinal, Boudica, segundo os historiadores Tácito e Dião Cássio, foi uma rainha celta que liderou uma rebelião contra as forças romanas do Imperador Nero, quando elas ocupavam a Grã-Bretanha, nos anos 60 e 61 depois de Cristo.

Na formação do Warrior temos o baterista Sean Taylor – um dos fundadores da banda ao lado do guitarrista Dave Dawson – que também tocou em bandas icônicas como o Satan, Blitzkrieg e nos primórdios do Raven, além do guitarrista Sam Clark, do baixista Tony Johnson e do ótimo vocalista Dave Lunn.

“Boudica” abre com uma introdução de apelo cinematográfico intitulada “Call To War” e que te colocará dentro do clima do conceito do disco.

À partir de “Boudica Warrior Queen” (com participação de John Gallagher, do Raven) temos a típica sonoridade da NWOBHM: pesada, suja e energizada pela paixão ao heavy metal.

Ao longo do repertório esse puro heavy metal será instilado por refrões marcantes, vocais determinados e bem construídos, momentos hard n’ heavy e instrumental forte, ecoando a linhagem nobre de nomes como Judas Priest, Saxon, Diamond Head, Blitzkrieg e Iron Maiden.

Porém, o Warrior vai com os arranjos clássicos e poderosos, temperando de forma crua e enérgica os riffs instigantes, o ritmo sempre intenso e os solos eletrizantes e técnicos.

Estes elementos irão construir músicas de destaque como “Devils Advocate (Evil One)”, a sabática “Mordrake”, groove determinado de “Persecution (of Witches)”, vibe setentista do hard ‘n heavy “4 Minute Warning”, as guitarras inflamadas e pesadas de “March or Die” “Death of a Black Star” (essa, pelo seu ótimo refrão!).

É nítido que temos uma banda entusiasmada e motivada, tanto em performance dos músicos, quanto na construção das músicas, que soam mais sofisticadas e amadurecidas, assim como as letras.

O único problema deste trabalho reside na produção, que pode se incômoda e datada aos ouvidos modernos, simplesmente pela crueza e pela organicidade bruta que remete aos primeiros discos do Diamond Head, do Holocaust e do Jaguar.

Ao mesmo tempo, por mais paradoxal que possa parecer, esse elemento indiscutivelmente traz muita honestidade para a música que praticam, por sua vez, bem trabalhada e empolgante.

Se você é um devoto da NWOBHM, não deixe esse disco passar batido por nenhum motivo, afinal ele saiu no Brasil via Hellion Records, com direito a quatro faixas bônus gravadas ao vivo em 2014.

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