O Warrior que lança “Boudica”, seu segundo álbum de estúdio, é uma das diversas bandas da NWOBHM que tiveram esse nome.
Existia o Warrior de Chesterfield, o de Essex e o de Burnley, mas esse aqui é o de New Castle, que atuou entre 1979 e 1984, período em que lançaram três EPs e um disco ao vivo, com destaque para as músicas “Kansas City” e “Flying High”, que figuraram em algumas coletâneas do selo Neat Records.
A banda retomou as atividades em 2014 e lançou seu primeiro full lenght, “Invasion Imminent”, em 2017, após mais um EP e uma coletânea reunindo o material dos anos 1980.
Gravado entre 2018 e 2019, “Boudica”, mixado e produzido por Dave Curie, dá continuidade à discografia do Warrior, resgatando a musicalidade tradicional da NWOBHM.
Isso desde a temática, afinal, Boudica, segundo os historiadores Tácito e Dião Cássio, foi uma rainha celta que liderou uma rebelião contra as forças romanas do Imperador Nero, quando elas ocupavam a Grã-Bretanha, nos anos 60 e 61 depois de Cristo.
Na formação do Warrior temos o baterista Sean Taylor – um dos fundadores da banda ao lado do guitarrista Dave Dawson – que também tocou em bandas icônicas como o Satan, Blitzkrieg e nos primórdios do Raven, além do guitarrista Sam Clark, do baixista Tony Johnson e do ótimo vocalista Dave Lunn.
“Boudica” abre com uma introdução de apelo cinematográfico intitulada “Call To War” e que te colocará dentro do clima do conceito do disco.
À partir de “Boudica Warrior Queen” (com participação de John Gallagher, do Raven) temos a típica sonoridade da NWOBHM: pesada, suja e energizada pela paixão ao heavy metal.
Ao longo do repertório esse puro heavy metal será instilado por refrões marcantes, vocais determinados e bem construídos, momentos hard n’ heavy e instrumental forte, ecoando a linhagem nobre de nomes como Judas Priest, Saxon, Diamond Head, Blitzkrieg e Iron Maiden.
Porém, o Warrior vai com os arranjos clássicos e poderosos, temperando de forma crua e enérgica os riffs instigantes, o ritmo sempre intenso e os solos eletrizantes e técnicos.
Estes elementos irão construir músicas de destaque como “Devils Advocate (Evil One)”, a sabática “Mordrake”, o groove determinado de “Persecution (of Witches)”, a vibe setentista do hard ‘n heavy “4 Minute Warning”, as guitarras inflamadas e pesadas de “March or Die” e “Death of a Black Star” (essa, pelo seu ótimo refrão!).
É nítido que temos uma banda entusiasmada e motivada, tanto em performance dos músicos, quanto na construção das músicas, que soam mais sofisticadas e amadurecidas, assim como as letras.
O único problema deste trabalho reside na produção, que pode se incômoda e datada aos ouvidos modernos, simplesmente pela crueza e pela organicidade bruta que remete aos primeiros discos do Diamond Head, do Holocaust e do Jaguar.
Ao mesmo tempo, por mais paradoxal que possa parecer, esse elemento indiscutivelmente traz muita honestidade para a música que praticam, por sua vez, bem trabalhada e empolgante.
Se você é um devoto da NWOBHM, não deixe esse disco passar batido por nenhum motivo, afinal ele saiu no Brasil via Hellion Records, com direito a quatro faixas bônus gravadas ao vivo em 2014.
Leia Mais:
- Blitzkrieg – “A Time of Changes” (1985) | VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO
- Satan – “Court In The Act” (1983) | VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO
- JUDAS PRIEST – “British Steel” (1980) | Clássico da Música
- HOLOCAUST: “The Nightcomers” (1981) | VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO
- Diamond Head: “Lightning To The Nations” (1980) | VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO
- IRON MAIDEN | “The Trooper”, o Poeta e a Guerra da Crimeia
Sugestão de Livros:
Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:
- Kindle Unlimited: 10 razões para usar os 30 dias grátis e assinar
- Os 6 melhores fones de ouvido sem fio com bateria de longa duração hoje em dia
- Edição de Vídeo como Renda Extra: Os 5 Notebooks Mais Recomendados
- As 3 Formas de Organizar sua Rotina que Impulsionarão sua Criatividade
- Camisetas Insider: A Camiseta Básica Perfeita para o Homem Moderno