Unholy Outlaw – ‘Kingdom Of Lost Souls’: Doom Metal à moda Brasileira

 

O doom metal brasileiro encontra expressão robusta no Unholy Outlaw, destacado pelo segundo álbum, “Kingdom of Lost Souls,” desde 1999. Com produção crua e atmosfera old-school, o disco, influenciado por Candlemass e Pentagram, apresenta sete composições. A inclusão sutil de teclados e a produção autêntica proporcionam uma experiência orgânica. Abaixo, faremos uma análise detalhada deste disco.

Descubra o puro doom metal à moda brasileira através do álbum 'Kingdom of Lost Souls' da banda paulista Unholy Outlaw.

Com uma história que abrange mais de duas décadas, o Unholy Outlaw emerge como uma força consistente no cenário underground paulista. Fundada em 1999, na cidade de Mogi das Cruzes/SP, a banda inicialmente dedicou-se a homenagear gigantes do metal, como Black Sabbath, Metallica e Judas Priest. Ao longo dos anos, a evolução natural conduziu-os à criação de música autoral, culminando na gravação da primeira demo, lançada em 2009.

O reconhecimento crescente acompanhou os lançamentos dos álbuns “Dark Wings” (2015) e o mais recente, “Kingdom Of Lost Souls” (2019), este último com formação, composta por Markus Kalydor (vocal), Gustavo Guedes (guitarra), Fábio Shammash (guitarra), Fábio Thorngreen (baixo) e Wilmes Moraes (bateria), refletindo a estabilidade e a maturidade adquiridas ao longo do tempo.

Com uma pegada única de Heavy/Doom Metal, o Unholy Outlaw continua a deixar sua marca sonora, conquistando não apenas o reconhecimento do público, mas também a aclamação da crítica especializada, consolidando-se como uma força influente na cena musical brasileira. Abaixo você lê nossa resenha completa sobre “Kingdom Of Lost Souls” (2019).

Unholy Outlaw - Kingdom of Lost Souls
Unholy Outlaw – “Kingdom of Lost Souls” (2019, Black Hearts Records)

Unholy Outlaw: Resenha de “Kingdom Of Lost Souls” (2019)

Apesar de não ser um estilo muito popular entre as bandas nacionais, o doom metal tem bons representantes no Brasil, sendo o Unholy Outlaw um deles, certamente. “Kingdom of Lost Souls” é o segundo disco da banda oriunda do interior paulista e fundada em 1999. Sucessor de “Dark Wings” (2016), esse disco apresenta sete composições (contando a introdução), onde a maioria se desdobra por mais de seis minutos de ritmos arrastados, peso sinuoso e melodias melancólicas.

De saída, “Open the Gates” chama a atenção pela produção crua e pelo clima old-school que usam pra imprimir seu seu epic/doom metal pesado, introspectivo e sombrio, carregado da dramaticidade e predicados musicais graves de bandas como Candlemass (certamente a principal influência), Pentagram e Cathedral.

Essa é uma faixa longa, arrastada, mas muito dinâmica, com destaque às guitarras e aos vocais de Markus Sword, limpos e dramáticos (creio que Messiah Marcolin e Dio sejam mestres para ele), algo que também ocorrerá na sequência, com “Forgotten” e seu apelo climático bem desenhado, ótimo refrão, que só amplifica o peso dos arranjos, por suas vez não procurando complicadores ou tecnicismos desnecessários.

O Unholy Owtlaw não quer reinventar o doom metal, mas praticá-lo com objetividade e afinco. “Kingdom of Lost Souls” é um disco de uma banda que claramente sabe o que quer, com direcionamento bem definido. A inclusão discreta de teclados em “Mortal Desire”, outro destaque do material junto a “13 Disciples” e a já citada “Forgotten”, nos dão ainda mais certeza desta observação.

Já nesse princípio percebemos como a produção, à cargo da própria banda, foi eficiente em criar a sonoridade orgânica do passado, dando muita honestidade às composições que soam como se tivessem sido registradas ao vivo. À começar pela bateria seca e a timbragem rústica das guitarras. De fato, esse é um artifício que combina muito bem com o estilo que o Unholy Owtlaw se propõe a executar, além de ser um respiro dentro da disputa de volume e tecnologia que assola as produções do heavy metal moderno.

Esse é o primeiro disco com o guitarrista Fabio Shammash nome vinculado a um pilar do doom metal nacional, o Mythological Cold Towers, e seria exagero dizer que tudo por aqui funciona. Por vezes a objetividade musical da banda esbarra no senso genérico, como em alguns momentos de “Open the Gates”, “Ancient Hill of War” (novamente com o vocalista roubando a cena e algumas guitarras lembrando o antigo Paradise Lost) e na instrumental “Mephisto”.

Mesmo assim, se os cânones épicos do doom metal, principalmente os escritos pelo Candlemass, são do seu agrado, não deixe de conferir esse disco, pois é satisfação garantida!

Conclusão:

“Kingdom of Lost Souls” destaca-se como uma afirmação robusta do Unholy Outlaw no cenário do doom metal brasileiro. Com mais de duas décadas de existência, a banda moldou sua identidade musical, marcada pela autenticidade do Heavy/Doom Metal. O álbum, lançado em 2019, captura a essência crua e old-school, revelando uma jornada musical orgânica.

A inclusão sutil de teclados e a produção autêntica proporcionam uma experiência sonora envolvente. Embora alguns momentos possam parecer genéricos, o disco reflete a objetividade e a determinação da banda. Este trabalho, sem dúvida, solidifica o Unholy Outlaw como uma influência marcante na cena musical brasileira.

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