Rage – “Seasons of the Black” (2017) | O mais puro heavy metal alemão

 

A lendária banda alemã de heavy metal Rage apresenta seu vigésimo terceiro álbum de estúdio, “Seasons of the Black”, reforçando o fato de estar numa de suas melhores e mais prolíficas fases da carreira.

Sempre liderados pelo incansálvel Peavy Wagner, o Rage apresenta “Seasons of the Black”, seu vigésimo terceiro álbum de estúdio criado sobre os elementos básicos do heavy metal alemão, como força, peso e determinação. Ou seja, se você é fã de bandas como Running Wild, Grave Digger, Accept, Saxon, Motorhead, U.D.O., e o próprio Avenger alemão, banda que deu origem a o Rage, não pode  deixar de ouvir “Seasons of the Black”. Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco lançado no Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Nuclear Blast.

A lendária banda alemã de heavy metal Rage apresenta seu vigésimo terceiro álbum de estúdio, "Seasons of the Black", reforçando o fato de estar numa de suas melhores e mais prolíficas fases da carreira.

Em 1985 chegava às lojas alemãs uma álbum de uma banda de Speed/Power Metal intitulado “Prayers of Steel”, que trazia o metal construindo sobre riffs rápidos e melodias fortes, injetadas de pujança teutônica. Formada no ano anterior, a banda Avenger era liderada por Peter ‘Peavy’ Wagner (baixo e vocal) que em 1986 decidiu rebatizá-la para Rage, tendo em seu álbum de estréia, “Reign Of Fear”, lançado naquele mesmo ano, o inicio de uma nova história, mas com o três quartos do time que gravou “Prayers of Steel”. Além de Peavy, tínhamos Jochen Schroeder nas guitarras, e Jörg Michael na bateria.

Mais de três décadas se passaram daquele período e o Rage apresenta seu vigésimo terceiro álbum de estúdio, “Seasons of the Black”, apenas quatorze meses após “The Devil Strikes Back” (2016), o que mostra a força produtiva desta nova formação, com Marcos Rodríguez (guitarra) e o grego Vassilios “Lucky” Maniatopoulos (bateria), classificada pelo próprio Peavy como “a melhor formação que o Rage já teve”, que ainda arremata dizendo que a vibração de trabalhar com ótimos instrumentistas e amigos era tão boa que foi possível compor muito material em pouco tempo.

E mesmo que as mudanças de formação sejam uma realidade constante na história da banda, esta última troca de integrantes não trouxe variações consideráveis na sua natureza musical, dando ainda mais energia à sonoridade pesada, de seção rítmica rápida e potente, e crivada de guitarras carnudas e tempestuosas.

Abaixo você tem ofertas de “Seasons of the Black e “Resurrection Day”, do Rage.

E como bem mostra este “Seasons Of The Black”, as marcas registradas da banda permanecem nos riffs vibrantes, nos ganchos melódicos bem sacados e nos arranjos bem trabalhados (principalmente nas guitarras de Rodriguez, que salvam até mesmo os momentos menos brilhantes do trabalho), que geram uma energia cheia de vivacidade e personalidade desde o Power Metal tempestuoso e vigoroso da abertura com a faixa-título, passando pelo Hard n’ Heavy contundente de “Time Will Tell” (com ótimos vocais de Peavy), o peso cadenciado de “Septic Bite”, até a suíte “The Tragedy of Man”, que traz ao menos dois dos grandes momentos do álbum. 

“The Tragedy of Man” é dividida em quatro atos, ou faixas, que podem ser apreciadas separadamente, mas com um fio condutor melódico, trazendo uma abertura climática interessantíssima, intitulada “Gaia”, com espírito acústico progressivo e voz melancólica de Peavy que reaparecerá no fim de “Justify”, esta uma típica composição do Rage, com passagens mais intrincadas, abrindo espaço para a agressividade quase Thrash de “Bloodshed In Paradise” (facilmente uma das melhores do álbum), amainada na longa e cadenciada “Farewell”. Estas últimas sendo dois dos grandes destaques do trabalho.

Já faixas como “Serpent In Disguise” (mesmo com seu final interessantíssimo), “Blackened Karma” (com ótimo refrão), “Walk Among the Dead” “All We Know Is Not” seguem o padrão de qualidade do Rage, mesmo que por um caminho mais burocrático de sua infalível fórmula metálica, sendo as típicas composições que você espera encontrar num álbum da banda.

Após o desenrolar do trabalho vemos que os dois “novos” integrantes, na verdade, deram uma forte contribuição não só anímica à sonoridade, mas também com backing vocals precisos, que imprimiram um novo sabor à fórmula, arrematando arranjos marcantes em meio ao peso movido pelos riffs, mais do que pela velocidade da bateria, dando um ambiente mas eletrizante ao conjunto da obra, que transborda vigor metálico numa versão mais direta do Rage.

Agora, precisamos falar sobre sobre o CD bônus, “Avenger Revisited”. Confesso que mesmo sendo um álbum coeso, o grande atrativo de “Seasons Of The Black” está nessas regravações de seis petardos do Avenger, lançados originalmente em “Prayers of Steel”, e no EP “Depraved to Black”, de onde tiraram a faixa “Down to the Bone”. A motivação para as regravações veio da época em que Peavy mergulhou no material antigo da banda com o intuito de relançar os seus primeiros álbuns.

Confesso que senti falta de “Rise of the Creature”, uma das minhas favoritas, e de “Battlefield”. Mas é de emocionar ver como composições do porte de “Southcross Union”, “Down to the Bone” (a melhor das releituras), “Sword Made of Steel” (que ganhou ainda mais peso e força em seu arranjo sincopado e Peavy caprichando nos vocais), “Assorted By Satan” superaram o teste do tempo, sem desbotar ou oxidar dentro da evolução do Heavy Metal nestes trinta e dois anos. Na verdade, estão soando ainda mais fortes nestas regravações.

Um último destaque à arte de capa que traz uma caveira do Soundchaser, mascote da banda, feita em resina pelo próprio Peavy, um conhecido colecionador de crânios. Ou seja, não espere encontrar em “Seasons of the Black” algo além da essência do Rage, sem arroubos orquestrais, mas com seu conhecido padrão de qualidade metálico, mantido desde os tempos de Avenger.

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Abaixo você tem ofertas de “Trapped! e “Soundchaser”, do Rage.

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