Polar – Resenha de “Nova” (2019)

 

Polar Nova resenha review
Polar – “Nova” (2019 | Shinigami Records)

Hardcore melódico, post-hardcore metalcore. Existe um espaço de interseção entre esses segmentos da música pesada onde é impossível diferenciá-los e mesmo local em que a banda inglesa Polar se encaixa para apresentar “Nova”, seu mais recente trabalho e sucessor de “No Cure No Saviour”, lançado no Brasil via Shinigami Records.

“Maere” uma introdução climática, com apelo progressivo e moderno, de cara nos mostra intenções de sofisticação dentro da agressividade empregada pelo quinteto.

Aliás, “Devil”, na saída do disco, e “Breath”, mais pro meio, trazem um peso moderno e entregam as características mais texturizadas e ambientais do hardcore melódico, com fortes esbarrões no metalcore, nos mostrando que a selvageria permanecerá intacta por aqui.

Algumas passagens, inclusive, soam como uma atualização pelas vias do metalcore para algumas propostas mais ásperas e agressivas da segunda ou terceira geração do metal industrial, nos lembrando vagamente do Fear Factory e do Ministry.

Obviamente, o Polar baseia sua musicalidade também no atrito de contrastes, ao mesmo tempo que dá uma certa profundidade ás composições usando efeitos eletrônicos e texturas de forma inteligente, criativa e injetando muito peso.

A dinâmica das composições revelam uma agilidade inteligente nos arranjos, como em “Cradle”, “Prey” (com quebradeiras instigantes) e a ótima “Amber” (com cara de hit da Avril Lavigne retrabalhado), onde investem em grooves guiados por riffs de ganchos nervosos, mas saborosos, além de melodias com aquela melancolia angustiada que explode em muita raiva e cativa pelos refrãos certeiros.

Ou seja, a banda não se furta a encaixar passagens mais acessíveis em meio a sujeira de suas timbragens distorcidas.

Até por isso não é exagero dizer que o Polar busca injetar emoção em sua música, seja nos berros desesperados do vocalista ou nos climas bem criados, dando mais ponderação e maturidade do que ferocidade instintiva.

Principalmente em faixas de transição como “Sonder” e “Dusk”, por exemplo, que funcionam também como alívios de introspecção em meio a toda a brutalidade “histriônica”, isso fica evidente.

“Adore”, por sua vez, mostra como também conseguem imprimir velocidade em seus arranjos e manter a adrenalina, o peso acachapante, os refrãos e o groove bem equilibrados, enquanto “Brother” leva a proposta para a dimensão oposta, dando mais espaço aos aspectos limpos e menos saturados de sua sonoridade, sendo, de longe, a melhor música do disco.

Em contrapartida, “Drive” e “Midnight” soam mais genéricas dentro do repertório, buscando movimentos mais fáceis e clichês do metalcore.

Claro que a banda esbarra nesses clichês como constância, afinal não é nenhum supra-sumo da originalidade em sua proposta, mas essas duas são as que menos se destacam em um trabalho, no geral, consistente dentro do proposta musical determinada e renovada.

Um desses clichês, além do trabalho de estúdio clínico e sem um grama de organicidade (que não chega a ser um problema),  é a incômoda guerra de volume e saturação que a maioria das bandas dedicadas às sonoridades modernas que orbitam o termo core travam e que aqui tem mais um campo de batalha diversas vezes.

Resumo da ópera: se linhas vocais melódicas encaixadas a urros incessantes, riffs secos, tempos quebrados e produção cristalina são elementos imprescindíveis em seu gosto pessoal para música, então esse disco é pra você!

FAIXAS

1. Mære
2. Devil
3. Cradle
4. Drive
5. Adore
6. Sonder
7. Amber
8. Breathe
9. Prey
10. Dusk
11. Midnight
12. Brother

FORMAÇÃO

Adam Woodford (vocal)
Tom Green (guitarra)
Fabian Lomas (guitarra)
Jonny Bowman (baixo)
Nick Jones (bateria)

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