Descubra o mundo distópico de “O Homem do Castelo Alto”, uma obra-prima que explora temas como poder, realidade alternativa e resistência.
Para os amantes da literatura distópica, “O Homem do Castelo Alto” é uma obra-prima imperdível. Escrito por Philip K. Dick, esse romance retrata uma história alternativa em que as Potências do Eixo venceram a Segunda Guerra Mundial e dividiram os Estados Unidos entre a Alemanha nazista e o Japão imperial.
A história de “O Homem do Castelo Alto” acompanha um elenco de personagens enquanto eles navegam nessa nova ordem mundial, onde a liberdade é coisa do passado e a rebelião tem consequências brutais. Com seu enredo intrincado, personagens multidimensionais e temas instigantes, “O Homem do Castelo Alto” cativou os leitores por décadas.
É uma história assombrosa e envolvente que o deixará questionando a fragilidade da democracia, a importância da liberdade de expressão e o poder da resistência. Se você está procurando um livro que o manterá na ponta da cadeira e o fará refletir sobre o estado de nossa sociedade, então “O Homem do Castelo Alto” é uma leitura obrigatória.
E se…?
Acredito que muitas obras-primas literárias nascem de uma simples questão: e se…? Stephen King, um dos autores de maior sucesso da história, já declarou que a maioria das suas histórias nascem desta questão aliada a interpelações de situações cotidianas.
Não creio que com Philip K. Dick tenha sido diferente ao compor esta maravilhosa distopia intitulada “O Homem do Castelo Alto”. Consigo até imaginar o senhor Dick em sua casa, lendo calmamente, algum tópico que versava sobre a II Guerra Mundial, onde ele se perguntou: e se…a Alemanha, Japão e Itália tivessem vencido a segunda grande guerra mundial?
Brotada da mente de qualquer pessoa esta questão seria refletida por algum tempo, mas seria ignorada pela incapacidade do indivíduo em respondê-la, mas aflorada na mente de um escritor, muito condicionada a trabalhar a criatividade e criar mundos paralelos, como é o caso de Philip K. Dick esta pergunta demanda uma pesquisa de como os reais vencedores influenciaram a cultura pós-guerra e inverter o processo seria quase o curso natural.
Com esta motivação, o escritor nos apresenta “O Homem do Castelo Alto”, obra que descreve um mundo que não é culturalmente influenciado pela América do Norte, pois II Guerra Mundial foi vencida pelo Eixo – Alemanha, Japão e Itália -, o que causa severas mudanças no curso da história.
Talvez o brilhantismo máximo de “O Homem do Castelo Alto” esteja na inversão mágica da realidade e da ilusão histórica calcada no elemento imerso em todos os nichos da narrativa: The Grasshopper Lies Heavy.
Mas, como os gênios antes do reconhecimento são ignorados, o autor só conseguiu destacar sua obra postumamente, com algumas adaptações para o cinema e, consequentemente, sendo aclamado como um dos mais importantes e influentes escritores da ficção científica.
Apesar do pouco reconhecimento que o autor obteve em vida, os roteiristas de Hollywood ajudaram a consolidar seu nome de modo, podemos dizer, postmortem.
Os romances do autor são utilizados constantemente no cinema americano e ajudaram o grande público, outrora desinteressado nas páginas escritas por Philip K. Dick, a entender seus questionamentos humanos envoltos em uma perspectiva ambientada em realidades alternativas, que só ajuda a fundamentar ainda mais a filosofia do autor em questionar a viabilidade da realidade.
Em “O Homem do Castelo Alto” esta discussão fica clara com o choque causado pelo The Grasshopper Lies Heavy (uma realidade alternativa dentro da realidade alternativa) em um universo paralelo onde a realidade histórica se tornou diferente a partir da mudança de um simples ponto no espaço-tempo.
Cabe mencionar nesta introdução que “O Homem do Castelo Alto” foi laureado com o Prêmio Hugo, maior prêmio da ficção científica, apesar de Philip K. Dick insistir que sua obra ia além da simples obra do estilo literário.
Quem é Philip K. Dick?
Nascido em 1928, pouco antes da grande depressão, Philip K. Dick assistiu a grandes eventos do século XX, não como um coadjuvante, mas como um cidadão americano em desenvolvimento.
Talvez, por este contexto em que estava alocado, Philip K. Dick tenha adquirido uma forma diferente de contestar os acontecimento à sua volta, exercitando, por questionamentos, sua imaginação e criando uma necessidade de investigar a natureza humana e seu impacto nas mais diversas realidades, que foram pano de fundo sútil das suas grandes obras.
Dentre as mais conhecidas estão as adaptadas para o cinema: O Caçador de Andróides (cujo nome em inglês é muito mais interessante: “Do Android Dream Of Eletric Sheep?”), “Minority Report”, “O Homem Duplo” e “O Vingador do Futuro”.
Entretanto, o brilhantismo de Philip K. Dick, que escreveu mais de 120 contos e 36 romances, não pode ser medido por estas adaptações somente. Sua produção era considerável em comparação aos outros grandes escritores do gênero, pois investia mais em questionamentos metafísicos, sociais e religiosos, bem como, o conceito de realidade (alguns de seus personagens existem e não existem simultaneamente), o destino do homem e sua ligação com as forças do Universo e poderes para-psicológicos.
Como pano de fundo, envolvia suas reflexões filosóficas em parábolas adornadas por aventuras espaciais, ou em mundos distópicos. Para os iniciantes na mente prolífica e genial de Philip K. Dick seria interessante iniciar pelos fantásticos “Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial” e o mais arrebatador de todos, “O Homem do Castelo Alto”.
Com estas duas obras de extremo destaque Philip K. Dick ganhou diversos prêmios de importância ímpar na ficção científica. Ele faleceu em 1982, aos 53 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral.
Resumo da trama e principais personagens
“O Homem do Castelo Alto” é um romance complexo e intrigante que se passa em uma realidade alternativa onde a Segunda Guerra Mundial terminou de maneira diferente. Os Estados Unidos foram divididos entre a Alemanha Nazista e o Japão Imperial, e a história segue um grupo de personagens enquanto eles tentam sobreviver nesse mundo distópico.
A trama é densa e cheia de reviravoltas, mas os temas centrais da história são claros. “O Homem do Castelo Alto” aborda a importância da resistência em face da opressão e da tirania, bem como a natureza da realidade e a influência da ficção sobre nossas vidas. Também explora a ideia de que a história é escrita pelos vencedores, e que a verdade pode ser manipulada para atender aos interesses dos poderosos.
“O Homem do Castelo Alto” apresenta uma série de personagens complexos e multifacetados que lutam para sobreviver em um mundo distópico. O personagem principal é Juliana Frink, uma mulher corajosa e independente que acaba se envolvendo em uma conspiração para derrubar o regime opressivo do Japão Imperial.
Outros personagens notáveis de “O Homem do Castelo Alto” incluem Frank Frink, ex-marido de Juliana e um artista judeu que luta para encontrar seu lugar em um mundo onde sua religião é perseguida; Robert Childan, um negociante de antiguidades que se esforça para manter sua loja aberta em meio à opressão do regime nazista; e Nobusuke Tagomi, um oficial japonês que luta para manter sua integridade em face da corrupção e da tirania.
A história alternativa de “O Homem do Castelo Alto”
“O Homem do Castelo Alto” é um exemplo do gênero de “história alternativa”, que imagina um mundo onde eventos históricos importantes aconteceram de maneira diferente. Neste caso, a história se passa em uma realidade onde a Alemanha Nazista e o Japão Imperial venceram a Segunda Guerra Mundial.
“O Homem do Castelo Alto” foi escrito em 1962 por Philip K. Dick, em um momento em que a Guerra Fria estava em pleno andamento e a ameaça de uma guerra nuclear era real. A história alternativa de “O Homem do Castelo Alto” é uma reflexão sobre as consequências potencialmente horríveis de uma guerra mundial, bem como sobre a natureza da realidade e da verdade.
Até por isso, “O Homem do Castelo Alto” explora a possibilidade de criar toda uma realidade alternativa, separada da nossa realidade por um simples evento pivô.
O Cenário Alternativo criado por Philip K. Dick
Em 1933, a história mundial é drasticamente abalada quando Roosevelt, o presidente norte-americano, é assassinado em seu primeiro ano de cargo. Ao assumir o posto, o vice-presidente Garner estabelece uma política de isolamento que enfraquece militarmente uma das maiores potências bélicas da nossa realidade.
Os E.U.A. ficam impossibilitados de reagir ao ataque de Pearl Harbor e são forçados à rendição em 1947, sendo dominados pela Alemanha e Japão. Anos antes, com o auxilio da Itália fascista, Japão e Alemanha saem vencedores da guerra após invadirem os territórios ingleses e juntos atacarem os E.U.A. de modo impiedoso.
Como consequência imediata da narrativa, o território americano é divido em três partes: a costa oriental americana fica sob domínio alemão; a costa oeste, denominada de Estados Pacíficos da America, se torna uma extensão do território japonês; e o segmento intermediário, denominado Estados das Montanhas Rochosas.
A nova realidade geográfica mundial trabalhada em “O Homem do Castelo Alto” pode ser compreendida no mapa abaixo, onde o domínio alemão é demarcado em tons de vermelho e os japoneses em tons de verde. Os únicos territórios não dominados compreendem o Canadá, o México e parte da América Central e a parte americana correspondente ao Estado das Montanhas Rochosas.
Uma Análise de “O Homem do Castelo Alto”, de Philip K. Dick
O cenário apresentado nesta obra antológica não é dos mais fáceis de se imaginar. Condicionados que somos a enxergar e avaliar os costumes reais por um outro prisma, fica um pouco desconfortável, num primeiro momento, a compreensão das situações apresentadas em “O Homem do Castelo Alto”.
Uma mostra deste desconforto se faz no uso do I Ching para controlar o destino que une os principais personagens. Para nós ocidentais, que consideramos o horóscopo como uma mera superstição e não depositamos uma fé concreta em tais previsões, é um pouco estranho tomar contato com um hábito quase escravo de consulta ao oráculo oriental.
Philip K. Dick examina de modo claro e com um olhar extremamente crítico em duas frentes: a primeira analisa de modo psicológico e emocional o cotidiano das pessoas comuns e num segundo momento desenvolve seu texto como um cronograma da cena política.
Estes dois focos são costurados com um conjunto de pequenos contos que envolvem os personagens que variam entre os subúrbios e a o alto escalação da segurança nacional, tentando resolver seus conflitos internos e externos. A proposta clara é mostrar como pessoas comuns podem influenciar toda uma mudança de pensamento que condiciona o ser humano.
Uma nota de atenção a outro destaque cabal para o sucesso do cenário apresentado em “O Homem do Castelo Alto” se faz necessária: o preciosismo estabelecido na caraterização do tempo histórico em que se desenvolve a narrativa é crucial para a perfeita ambientação de certos elementos que extrapolam a nossa história real, diferenciando de modo visceral certas condições futuras tão naturais a nós (a popularização da televisão após a segunda grande guerra, uma invenção aperfeiçoada de um primeiro projeto russo, seria um bom exemplo) e pertinentes à todo o contexto do século XX.
Ao nos habituarmos de fato com a estrutura de “O Homem do Castelo Alto”, somos imersos em uma realidade alternativa e, dentro desta realidade alternativa, existiria um livro chamado The Grasshopper Lies Heavy, onde a história teria sido diferente no fim da segunda grande guerra, com Alemanha e Japão saindo derrotados (seria uma história alternativa dentro da história).
O tempero da narrativa de “O Homem do Castelo Alto”, aliado a este elemento que figura em segundo plano, mas se mostra crucial para o desfecho da obra, esta concentrado nas evoluções pessoais de cada personagem e na maneira como as peças da vida são pregadas sem que possamos nos dar conta disso.
Um exemplo seria a trajetória de Mr. Tagomi que coloca sua posição notória em risco para salvar um judeu americano chamado Frank Fink. Este e outros eventos caraterizam “O Homem do Castelo Alto” como um texto altamente humanista, trazendo uma carga de significância alta para a obra, evidenciando que a capacidade de empatia é de responsabilidade vital para a caracterização do ser humano.
Esta ideia é corroborada no texto em personagens como Robert Childan e Joe Cinnadella que mostram o valor dos sentimentos de companheirismo, sem pieguice, com eficácia, mas contesta as conotações da ética humana em uma sociedade com rotinas estabelecidas por processos mecânicos e hierarquia rígida de poder, que busca suas respostas para a vida em oráculos como I Ching.
Todos estes detalhes carregam a trama de “O Homem do Castelo Alto” de uma exorbitante psicologia social, onde a ética e a política estão entrelaçados de modo quase natural, causando, pelo caráter conflitante que estes dois elementos nos trazem, uma certa angústia em cada uma das personagens que habitam este mundo paralelo ao nosso, amarrados a nós por um livro escrito pelo Homem do Castelo Alto.
Apesar de toda a parcimônia da trama, ela é carregada de tensão psicológica pelas disputas internas entre a ética humana e a nosso moderno livre arbítrio, quase libertino.
Como se todo o caos psicológico não fosse o bastante, Philip K. Dick ainda nos brinda com um eminente desastre mundial que é parte do cotidiano das personagens mergulhadas na trama de “O Homem do Castelo Alto”.
A rendição militar e consequente subjugo de potências como E.U.A. e Grã-Bretanha, o uso da temida bomba atômica por parte dos nazistas que dizimaram a maioria esmagadora de judeus e africanos do planeta. Os poucos judeus que sobraram estão sendo mortos de modo isolado e preciso, sobrando a condição de escravos ao africanos remanescentes.
Apesar da vitória do eixo liderado pela Alemanha, seus aliados temem uma investida germânica com uso de armamento atômico. Os que mais temem este suposto ataque são os japoneses, descritos pelo autor como um povo mais civilizado, com cultura tradicionalista que pode estar sendo maculada pela ocupação da costa oeste americana.
Esta observação pode ser verificada quando comparamos o casal Kasoura com Mr. Tagomi, representando duas gerações japonesas distintas com diferentes resultados de influência americana.
Em contraste ao comportamento japonês de total exploração cultural (buscando incansavelmente artefatos do passado americano, que se tornaram itens colecionáveis com tanto valor que passaram a ser falsificados), os alemães ainda continuam a exercitar sua aniquilação, banquetes de tecnologia e ambição por conquista territorial.
Despojos e espólios da Disney, são agora relíquias vendidas a altos preços e falsificadas como peças de arte de uma antiga época do mundo. Neste contexto japonês-americano, o temido ataque surpresa por parte dos alemães é confirmado pela descoberta da denominada “Operação Dandelion” que força uma mudança de postura dos japoneses frente à real mudança de comando do alemães.
É nítida a ironia contida no comportamento japonês frente aos itens remanescentes da cultura norte-americana. Os japoneses, sendo uma “raça superior”, tanto no quesito cultural (são milênios de cultura oriental, contra poucos séculos de desenvolvimento cultural dos ianques) quanto bélico, não escondem seu apreço pelo jazz, Nathanael West e Jean Harlow.
Os americanos de “O Homem do Castelo Alto” são aqui retratados como nativos humildes, estagnados em sua cultura antiga sem participar ativamente do mundo moderno, se tornando parte do atrativo turístico, principalmente na seção territorial pertinente aos orientais.
As cinco personagens americanas que são acompanhas no desenlace da história de “O Homem do Castelo Alto” estão quase alheios a esta condição (salvo um deles que se vale dela como meio de negócio), sendo mais desenvolvido seu conflitos psicológicos, morais, éticos e políticos quanto a esta condição.
“O Homem do Castelo Alto” ainda discute elementos sociais como justiça e injustiça, sexo e poder, vergonha e real identidade, e inverte o racismo, fazendo com que os americanos experimentem do próprio veneno imperialista.
O Gafanhoto se Torna Pesado
The Grasshopper Lies Heavy. Um simples livro dentro da história que traz uma carga de consequências ímpar para a narrativa. No universo paralelo criado por Philip K. Dick, este livro é escrito por um misterioso escritor, inspirado numa frase de um versículo da Bíblia (…”e o gafanhoto te for um peso”… Eclesiastes 12:5) que foi banida pelos nazistas.
O tempo-espaço alternativo criado nesta obra dentro de “O Homem do Castelo Alto” é mais próxima à nossa realidade, onde Roosevelt não foi assassinado, com os E.U.A. e Inglaterra tendo derrotado os nazistas, construindo um futuro livre e democrático sobrepujando a tirania e o racismo.
Entretanto, a realidade criada em The Grasshopper Lies Heavy não é a nossa e este fato fica evidente quando somos informados que Rexford Tugwell (que em nossa realidade nunca concorreu à presidência americana) é o sucessor de Franklin D. Roosevelt na Casa Branca (na nossa realidade paralela seria Harry S. Truman).
Na versão de The Grasshopper Lies Heavy a Inglaterra mostra-se mais decisiva na vitória que seus aliados, E.U.A. e Rússia, sendo um dos pontos decisivos para sobrepujar os nazistas, na vitória inglesa na África e, principalmente, em Stalingrado. A Itália, prevendo a derrota, se volta contra o Eixo e a Alemanha é bombardeada de modo rigoroso pelos ingleses, pondo fim à II Guerra Mundial.
Diferente da nossa realidade, em The Grasshopper Lies Heavy a Inglaterra se torna a maior potência mundial. Obviamente este subversivo volume literário causa a preocupação dos alemães (retratados mais totalitários que os japoneses).
O escritor fictício de The Grasshopper Lies Heavy, Hawthorne Abendsen, nosso homem do castelo alto, teria sido guiado pelo I Ching na escrita do livro que move a trama unilateralmente. Supostamente, Abendsen viveria em uma fortaleza (na parte territorial americana não dominada) como um homem que detém verdades misteriosas do universo e seria caçado pelos nazistas, mas o que encontramos é um homem comum em uma casa comum.
O Enigma Final de “O Homem do Castelo Alto”
Dizem que Philip K. Dick desenvolveu sua escrita de “O Homem do Castelo Alto” totalmente guiado pelo I Ching, como algumas personagens fariam posteriormente influenciados pelo domínio nipônico.
Com ajuda do oráculo oriental, Philip K. Dick criava hexagramas que formassem conjunturas, que mais tarde estariam ligadas a algum personagem que iria interpretar o hexagrama (de diferentes maneiras, em certos momentos) de acordo com a experiência vivida naquele momento do livro.
Após todos os eventos que colapsaram em um desordenado clímax, um hexagrama final aparece duplicado (qual a chance de duas pessoas conseguirem o mesmo hexagrama, no mesmo momento, do total de 64 presentes no I Ching?): verdade interior.
Cada uma das personagens que obtêm este hexagrama o interpretam de modo diferente, influenciados pelo clímax de cada deles. Mr Tagomi encara o hexagrama primeiro e não encontra o consolo esperado na resposta do oráculo, mas Juliana, após deixar o castelo alto, entende imediatamente o que significa aquele enigma.
Para ela seria a confirmação de que o mundo criado por Abendsen, em seu reacionário The Grasshopper Lies Heavy, era, de fato, a realidade, o que leva uma variação de quebra da quarta parede quando ela parece entender que vive em uma realidade fictícia, o que a enche de esperança e força.
Entretanto, se analisarmos de modo mais incisivo “O Homem do Castelo Alto”, notaremos a existência de três realidades (a que ambienta a obra, a presente no Grasshopper e uma outra que Mr. Tagomi teria “visitado”, onde o Japão não estaria no poder, e que ainda não é a nossa, por um simples detalhe diferente) além da nossa, e a pergunta que nasce, cuja resposta pode ajudar a interpretar o enigmático desfecho da obra, é qual destas é a verdadeira realidade?
Ao fim da leitura de “O Homem do Castelo Alto” e após uma reflexão, vemos que a questão da inserção de uma realidade verdadeira em uma realidade falsa causa um impacto a ser efetivamente discutido.
Mas a junção das três realidades (juntando a nossa realidade ou a realidade que Tagomi tenha vislumbrado) põe abaixo a teoria de verdadeira e falsa realidade, já que existem múltiplas. E aqui encontramos a essência da filosofia colocada sutilmente pelo autor: a realidade é questionável.
Adaptações: série de TV e graphic novel
“O Homem do Castelo Alto” foi adaptado para uma série de TV da Amazon, que estreou em 2015. A série expande a história do livro e adiciona novos personagens e tramas, mas mantém o tom sombrio e distópico do original (confira a série clicando aqui)
Além da série de TV, “O Homem do Castelo Alto” também foi adaptado para uma graphic novel, que foi lançada em 2017. A graphic novel é uma adaptação fiel do romance original e apresenta ilustrações deslumbrantes que capturam a atmosfera sombria e opressiva do mundo distópico.
Recepção crítica e prêmios
“O Homem do Castelo Alto” foi bem recebido pela crítica quando foi lançado em 1962 e desde então se tornou um clássico da literatura distópica. O livro ganhou o prêmio Hugo de Melhor Romance em 1963 e foi indicado para o prêmio Nebula no mesmo ano.
A série de TV também recebeu críticas positivas e foi indicada para vários prêmios, incluindo o Emmy de Melhor Série Dramática.
Impacto e legado de “O Homem do Castelo Alto”
“O Homem do Castelo Alto” é um livro que teve um grande impacto na cultura popular e que influenciou muitos escritores e cineastas ao longo dos anos. A história alternativa se tornou um tema recorrente na ficção científica e em outros gêneros, e a ideia de que a história pode ser reescrita e manipulada se tornou uma preocupação constante na cultura popular.
Outros romances distópicos para ler
Se você gostou de “O Homem do Castelo Alto” e está procurando por outros romances distópicos para ler, existem muitas opções excelentes. Alguns dos mais populares incluem
- “1984” de George Orwell – confira aqui;
- “O Conto da Aia” de Margaret Atwood – confira aqui;
- “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess – confira aqui;
- “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley – confira aqui
Conclusão: Por que “O Homem do Castelo Alto” é uma leitura obrigatória
“O Homem do Castelo Alto” é um livro que deve ser lido por qualquer pessoa interessada em literatura distópica ou história alternativa. Com sua trama intrigante, personagens complexos e temas instigantes, é uma obra-prima da ficção científica que continua a cativar leitores décadas depois de ter sido escrita. Se você está procurando por um livro que o faça pensar e que o mantenha na beira da cadeira, então “O Homem do Castelo Alto” é uma leitura obrigatória.
Ofertas de Livros de Philip K. Dick
- O Homem do Castelo Alto – Link do Livro;
- UBIK – Link do Livro;
- Fluam, minhas lágrimas, disse o policial – Link do Livro;
- Blade Runner – Link do Livro;
- Os Três Estigmas de Palmer Eldritch – Link do Livro.
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