Ghost - 'Impera' - Uma obra-prima do Rock assustadoramente bela

Mergulhe no mundo assombrosamente belo do quinto álbum do Ghost, “Impera”, com esta resenha expressa.

“Impera”, do Ghost é o objeto nesta seção onde apresentamos uma resenha rápida e de forma tão direta que vai agradar até mesmo quem acha os 280 caracteres do Twitter uma ostentação desnecessária!

Quem e O Quê?

“Impera” é o quinto álbum de estúdio da banda sueca de doom metal/heavy metal Ghost, lançado em março de 2022, chegando quatro anos após o excelente “Prequelle”.

Ficha Técnica:

Ano de Lançamento: 2022
Número de Faixas: 12
Produção: Klas Åhlund

Selo: Loma Vista Recordings.
Duração: 45:31

O que eles dizem do disco:

De acordo com um comunicado de imprensa, “Impera” é descrito como o disco mais ambicioso e liricamente incisivo no cânone do Ghost: “ao longo do ciclo de 12 músicas de ‘Impera’, impérios nascem e caem, aspirantes a messias exercem seu hype (financeiro e espiritual), profecias são preditas como os céus se enchem de corpos celestes divinos e feitos pelo homem… Em suma, a temática mais moderna do Ghost, atual até hoje, é definida em contraste a um pano de fundo melódico hipnótico, escuro e colorido, fazendo de ‘Impera’ uma audição como nenhuma outra – mas inconfundivelmente, quintessencialmente Ghost.”

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O que nós achamos do disco:

Fiquei curioso para ouvir este novo disco do Ghost desde que vi a capa com clara referência à icônica foto de Aleister Crowley, um personagem da história que me deixa intrigado e dialoga perfeitamente com a proposta iconoclasta e contracultural de Tobias Forge.

Além disso, o fato de “Impera” ter como tema a ascensão e queda de impérios e ser enunciado como uma continuidade temática de “Prequelle”, excelente disco anterior, só aumentaram meu interesse.

Musicalmente, o primeiro destaque de “Impera” vai para o guitarrista Fredrik Åkesson, conhecido pelo seu trabalho no Opeth, que foi capaz de conjurar riffs e solos melódicos, mas também sombrios e agressivos, inserindo detalhes progressivos aqui e ali, num trabalho renovador e versátil dentro da proposta do Ghost.

O trabalho de guitarra, de uma forma muito própria e fluida, irá destilar referências de Black Sabbath, Iron Maiden e Metallica, tanto quanto de Blue Oyster Cult e Def Leppard (ouça “Griftwood”), e até de Marilyn Manson e Rammstein, pontualmente.

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É fato que a era do som macabro do Ghost ficou no passado (na verdade ele durou apenas um álbum) e agora Tobias Forge conseguiu estabilizar uma fórmula que vinha sendo lapidada desde “Infestissumam” (2013), ao equilibrar a imagética ocultista e conspiratória com uma sonoridade misteriosa, mas com DNA acessível (sem nenhum demérito aqui, pois ele faz isso muito bem) herdado do pop rock e do soft rock, e a sofisticação melódica buscada no AOR (“Spillwater”, por exemplo, é puro Foreigner), tudo isso impresso com as tintas carregadas do heavy/glam metal.

A minha impressão geral com “Impera” é que Tobias Forge enfim encontrou a zona de conforto infalível para o conceito artístico que ele sempre buscou para o Ghost, pois esta é a essência desde sempre: um conceito musical, imagético e teatral, que vai muito além de uma banda de rock.

O que não impede o repertório de oscilar entre faixas descartáveis como “Twenties” a obras-primas como “Hunter’s Moon” (com um clipe sensacional) e “Darkness at the Heart of My Love”. Além disso, senti falta por aqui de uma faixa marcante e poderosa como “Rats” (do album anterior) para ficar na cabeça por dias seguidos.

Inegavelmente, com “Impera” o Ghost atinge um patamar ainda mais alto e marca à ferro e fogo sua posição como o primeiro nome da linha de sucessão ao trono de popularidade dentro do heavy metal, só aguardando o momento em que se tornará o Iron Maiden das novas gerações!