Paradise Lost – “At The Mill” (2021) | Resenha

 

“At The Mill” é um disco ao vivo da banda britânica de doom/death metal Paradise Lost, lançado em 2021, e que chega ao Brasil pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records. O disco foi gravado em 5 de novembro de 2020 no The Mill Night Club durante uma apresentação online.

Paradise Lost - At The Mill 2

O Paradise Lost lançou em 2020 o espetacular álbum “Obsidian”, que era o resumo, a essência pura, de tudo o que de melhor esta banda britânica ofereceu musicalmente ao longo de suas três décadas de pioneirismo e inquietude musical.

Ou seja, o Paradise Lost em 2020 era uma banda olhando para frente, mas impulsionada pelo passado, reafirmando com “Obsidian” estar numa das melhores fases da sua carreira! Porém, veio a pandemia de COVID-19 e os britânicos não puderam levar este disco para os palcos.

Com a proibição de realizar shows, o Paradise Lost, como toda a classe artística, teve que se adaptar e usar os meios digitais para manter o contato com os fãs, mesmo que de forma virtual. Porém, como tudo o que circunda a obra da banda eles transformaram um show/ensaio transmitido online em um conceito alinhado à sua essência.

Isso porque eles não quiseram simular um show com público, e executaram uma versão “morta” de um show de heavy metal, mais intimista e honesto, como um ensaio de luxo, onde eles puderam explorar as novas músicas e também um repertório diferente do usual.

Esse clima mais mórbido foi amplificado pelo fato de tocarem todas as músicas de uma forma mais lenta que as gravações oficiais dos discos. Isso fica claro em “No Hope in Sight” tem-se a sensação de que irão parar de tocar em algum momento.

Até a afinação das guitarras soam mais graves, as timbragens mais cruas (principalmente na bateria de Waltteri Väyrynen) e sujas (o baixo é gorduroso e as guitarras ásperas mesmo nas partes melódicas), dando mais profundidade e visceralidade ao clima melancólico, sombrio e solitário de “At The Mill”.

A apresentação foi gravada em 5 de novembro de 2020 no The Mill Night Club durante uma transmissão online, sendo mixado por Les Smith e masterizado por Jaime Gomez Arellano. O local tem uma curiosidade interessante, pois é o andar imediatamente inferior ao do local de ensaios do Paradise Lost.

Ou fato sobre “At The Mill” é que Nick Holmes rouba a cena com sua performance vocal impecável (diversas vezes lembrando James Hetfield), demonstrando uma versatilidade impressionante entre as linhas mais suaves e melódicas, as empostações góticas e os guturais do death metal. 

Isso fica claro em “Darker Thoughts”, talvez o melhor momento do repertório, pelas variações acústicas em meio aos aspectos mórbidos, que na proposta mais lenta, crua e intimista ficou ainda mais envolvente, assim como “Faith Divide Us – Death Unite Us” e “Shadowkings” que em suas versões de estúdio são mais polidas.

Nesse sentido, obviamente repertório é outro atrativo, pois ao lado de clássicos indispensáveis em qualquer show do Paradise Lost como “So Much Is Lost”, “One Second” e “As I Die”,  estavam músicas mais recentes como “Fall From Grace” (uma das melhores músicas do Paradise Lost), “Blood And Chaos”, “No Hope in Sight”, “Ghosts”, “Beneath Broken Earth” “Darker Thoughts”, além de alguns temas resgatados do passado como “Widow”, presente no lendário “Icon” (1993), e “Gothic” (eternamente minha música favorita do Paradise Lost) retirada do pioneiro álbum homônimo de 1991.

O Paradise Lost, junto com o Opeth e o Katatnia, se mostra como uma das melhores bandas da atualidade dentro do heavy metal, sempre equilibrando a relevância artística com o peso do gênero. “At The Mill” é uma prova disso!

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