A cada novo disco do Opeth a contar de “Heritage” (2010) venho me repetindo ao dizer que a banda sueca liderada por Mikael Åkerfeldt entregou seu melhor disco.
E não será diferente com “In Cauda Venenum”, pois apesar da minha repetitividade, ela é apenas a constatação de um fato! Vou além, este mais recente álbum do Opeth é seu melhor disco desde “Watershed” (2008).
Talvez “In Cauda Venenum” foi o disco de 2019 que mais demandou audições para que eu pudesse captar o máximo de nuances e referências.
O álbum começou a ser composto no início de 2018 e o processo tomou quase todo o ano. As composições só foram mostradas para o resto da banda quando estavam totalmente prontas e não é exagero dizer que ele oferece uma continuidade do que ouvimos em “Pale Communion” (2014) e “Sorceress” (2016).
Entretanto, ao mesmo tempo parece que olham para trás em sua discografia, buscando mais peso e sombras melancólicas do que foi oferecido nestes dois álbuns anteriores, com o intuito de potencializar as novas composições pelos aspectos do heavy metal. O que pode ser um pequeno alento para os órfãos e as viúvas da fase mais pesada da banda.
A própria capa, um belíssimo trabalho de de Travis Smith, imprime esse clima mais denso e sombrio, com clima gótico-literário com toques surrealistas e um conjunto de símbolos que mereciam um texto inteiro para analisá-los.
Existem muitos detalhes que nos levam de volta a certos momentos da discografia do Opeth, mas não há como negar que a paisagem musical está mais ampla e não menos coesa e emocional, numa exibição técnica coerente à proposta e amplificada pelo atrito de texturas acústicas com elétricas, ou do peso sinuoso com as passagens mais climáticas (ouça a sensacional “Ingen Sanning Är Allas”).
A performance dos músicos também chama a atenção. Tudo está em seu devido lugar, com a precisão de quem possui a destreza técnica para executar a música complexa que desenvolve, sendo que todos parecem preocupados apenas com o resultado conjunto final, por sua vez amparado por um trabalho de estúdio perfeito!
Até por isso tudo ser uma constante no trabalho do Opeth, quero focar no fato de que claramente buscaram uma expansão para sua musicalidade, olhando para suas raízes no progressivo sueco.
“In Cauda Venenum” foi todo escrito em sueco, o que gera um toque excêntrico e reforça ainda mais o apelo artístico das composições. Tanto que a versão em inglês, também oferecida na edição nacional à cargo da Shinigami Records, soa menos emocional, impactante e coesa, pois alguns ajustes precisaram ser feitos em arranjos e detalhes.
Esse fato foi a pista que me fez olhar com atenção para as influências do jazz rock sueco neste décimo trabalho de estúdio do Opeth.
Junto às referências mais óbvias do progressivo inglês e alemão (como na abertura climática “Livet’s Trädgård”), mais propriamente de King Crimson, Khan e Triumvirat, podemos ouvir aqui o legado de nomes como Janne Schaffer (em várias partes de guitarra), Mecki Mark Men, Wasa Express, Solar Plexus e Lotus, certamente conhecidos e absorvidos por Åkerfeldt e refletido mais evidentemente em “Banemannen” e em “Charlatan”.
Até por isso, a versão original, em sueco, vem com a sinceridade e honestidade de uma perfeita expressão artística do Opeth, bem trabalhada em estúdio, combinando modernidade e organicidade. O álbum foi gravado no Park Studios com o produtor Stefan Boman.
Pensando no disco como um todo, talvez este seja o mais estruturado e melhor acabado (preste atenção aos detalhes) disco desta fase mais voltada ao prog rock do Opeth, com destaque a faixas como “Svekets Prins” (“Dignity” – com guitarras brilhantes), “Hjärtat Vet Vad Handen Gör” (com um ritmo alucinante dentro das variações progressivas), “Minnets Yta” (“Lovelorn Crime” – uma balada melancólica tipicamente progressiva) e encerramento épico “Allting Tar Slut” (o perfeito exemplo do rock progressivo moderno), além da já citada “Banemannen”.
O Opeth se mantém renovado em “In Cauda Venenum”, sem sinais de acomodação, desenrolando uma fórmula que não soa desgastada e apresenta qualidades tão variadas que fica até difícil enumerar.
FAIXAS (DIGIPACK DUPLO)
CD 1 (Swedish Version)
1. Livets Trädgård
2. Svekets Prins
3. Hjärtat Vet Vad Handen Gör
4. De Närmast Sörjande
5. Minnets Yta
6. Charlatan
7. Ingen Sanning Är Allas
8. Banemannen
9. Kontinuerlig Drift
10. Allting Tar Slut
CD 2 (English Version)
1. Garden Of Earthly Delights
2. Dignity
3. Heart In Hand
4. Next Of Kin
5. Lovelorn Crime
6. Charlatan
7. Universal Truth
8. The Garroter
9. Continuum
10. All Things Will Pass
FORMAÇÃO
Mikael Åkerfeldt (vocal, guitarra)
Fredrik Åkesson (guitarra)
Martin Mendez (baixo)
Martin Axenrot (bateria)
Joakim Svalberg (teclados)
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