Obscura – “A Valediction” (2021) | Resenha

 

“A Valediction” é o sexto álbum de estúdio da banda alemã de technical death metal Obscura, lançado pelo selo Nuclear Blast em novembro de 2021. No Brasil, o disco foi lançado pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records e abaixo você lê nossa resenha de “A Valediction”.

"A Valediction" é o sexto álbum de estúdio da banda alemã de technical death metal Obscura, lançado pelo selo Nuclear Blast em novembro de 2021. No Brasil, o disco foi lançado pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records

Como vários dos discos que chegaram em 2021, o Obscura compôs e gravou “A Valediction” com seus músicos separados pelo isolamento durante a pandemia de COVID-19, e todo o trabalho de mixagem e masterização foi por Fredrik Nordström. O título do álbum em latim se refere a um ato de despedida, o que combina com o momento da humanidade, mas também nos desperta a pergunta se este será o último disco da banda?

Afinal eles passam por reformulações constantes na formação, quase que a cada novo lançamento. Tanto que o único membro remanescente do disco anterior é o vocalista/guitarrista Steffen Kummerer. Tudo bem que dois deles, o guitarrista Christian Münzner e o baixista Jeroen Paul Thesseling estão retornado ao Obscura (ambos gravaram o ótimo “Cosmogenesis” [2009]). Mas até isso reforça a pergunta se este seria o ato final da banda alemã. Mas isso tudo é irrelevante no momento e o que importa é aquilo que ouvimos em “A Valediction” (2021).

A primeira coisa que chama a atenção neste sucessor de “Diluvium” (2018) é o excelente trabalho em estúdio, com a produção nada anacrônica ou muito pasteurizada. É limpa, como a proposta pede, mas na medida certa para detalhar cada instrumento de forma precisa, permitindo acompanhar o desenho de cada um deles isoladamente. Neste tipo de sonoridade pesada, agressiva, intrincada, técnica e progressiva esta é uma condição indispensável.

Outro detalhe importante é que todo este escopo técnico vem administrado com muto feeling, sendo ousado, mas nunca confuso, como podemos ouvir em “The Beyond” e “The Neuromancer”, duas ótimas faixas do disco, cunhadas por músicos extremamente habilidosos (com destaque principal ao baixista Jeroen Paul Thesseling), e que mostram exatamente isso.

Tudo bem que elas estão na segunda metade do disco, que soa mais fraca que a primeira, mas acabam sendo dois dos grandes momentos do repertório como um todo, as únicas dali capazes de rivalizar com ” When Stars Collide” (que beira o metal neoclássico nos arranjos e traz a participação de Björn “Speed” Strid [Soilwork, The Night Flight Orchestra]) pela disputa de grande música de “A Valediction”.

“Devourer Usurper” é outra faixa que chamará a atenção pelo atrito da brutalidade do death metal à lá Morbid Angel com os ataques melódicos do Arch Enemy e do At the Gates. Já faixas como “Forsaken” e “Orbital Elements II” chegam a esbarrar em aspectos melódicos comuns ao power metal  (Lembra do Children of Bodom? Pois então…). Na verdade, oscilando entre estas polaridades, “A Valediction” é um disco que basicamente pratica o tecnicismo do metal extremo com uma tremenda propensão para riffs impactantes.

Tudo bem que alguns destes riffs e alguns dos solos complexos acabam se tornando repetitivos em dado momento, mas, no geral, eles funcionam muito bem e não eliminam o fato de que “A Valediction” é um disco corajoso ao desferir seu golpe pesado, brutal, melódico e técnico, além de ser muito bem tocado por músicos muito competentes.

“A Valediction” é brilhante em sua primeira metade e repetitivo na segunda metade. No saldo final os melhores momentos são ótimas amostras de como fundir technical death metal melodic death metal pelo calor da musicalidade moderna e de forma muito variada.

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