Nazareth – Resenha de “Tattooed on My Brain”(2018)

 

Nazareth Tattooed on My Brai
Nazareth – “Tattooed on My Brain” (2018 | Frontiers Music srl, Shinigami Records)

O Nazareth foi uma banda emblemática na sua geração!

Discos como “Razamanaz” (1973) e “Hair of the Dog” (1975) mostraram um hard rock áspero e incisivo guiado pelas guitarras de Manny Charlton e a voz inconfundível de Dan McCafferty, bem sustentados pela cozinha simples, mas eficiente, de Pete Agnew (baixo) e Darrell Sweet (bateria).

Ao mesmo tempo em que se dedicavam a esse som mais tenaz e visceral, marcaram época com baladas atemporais, como “Where Are You Now”, “Hearts Grown Cold”, “Dream On”  e principalmente “Love Hurts”, que assim como “Stairway to Heaven”, do Led Zeppelin, até sua vó e suas tias-avós conhecem.

Entre rocks pesados e baladas emocionais numa discografia tão longa quanto oscilante em qualidade, é fato que o Nazareth tinha na voz de Dan McCafferty sua marca registrada, o que nos leva à questão de como iriam sem o vocalista escocês em “Tattooed on My Brain” seu mais recente disco, lançado em 2018.

“Tattooed on My Brain” era parte da comemoração dos cinquenta anos de banda, ao mesmo tempo que marca o começo de um novo capítulo na história do Nazareth, pois é o primeiro a apresentar o novo vocalista Carl Sentance (ex-Persian Risk, Don Airey).

Na verdade, dos áureos tempos nos anos 1970 apenas o baixista Pete Agnew permanece na formação que registra este que é o vigésimo quarto álbum do Nazareth, uma banda que se manteve ativa e desde “The Newz” (2008) mantém a média de um disco a cada três ou quatro anos.

Ao seu lado, na formação, estão  o guitarrista Jim Murrison, que está no Nazareth desde 1994, e o seu filho Lee Agnew na bateria,  além do vocalista Carl Sentance, substituto de Dan McCafferty com a benção do próprio que, em 2014, teve que deixar o Nazareth por motivos de saúde.

Algo interessante em “Tattooed On My Brain” é que a banda não busca repetir do passado.

Mesmo o vocalista Carl Sentance, cujo timbre se aproxima muito do de Dan McCafferty, se desvia dos cacoetes do ex-vocalista, criando sua própria personalidade, como podemos ouvir em “Push” (um hard rock com sabor southern/blues), “Don’t Throw Your Love Away” (com guitarras desenhando ganchos saborosos), “The Secret is Out” (Num meio termo entre o AC/DC e o Blue Oyster Cult), “Rubik’s Romance” (uma balada simples, mas com a vibe menos melosa de suas primeiras), e “You Call Me”, faixas capazes de evidenciar uma renovação do Nazareth.

Mais um fato irrefutável é que os mais recentes discos da banda, “Rock ‘n’ Roll Telephone” (2014) e “Big Dogz” (2011), apresentaram uma qualidade discutível, e com “Tattooed On My Brain” o Nazareth tem condição de de renovar o fôlego do seu hard rock simples e sempre eficiente, com composições consistentes, bons riffs e refrãos construídos pra marcar (Ouça “Crazy Molly” e tente não viciar nessa música!).

Está longe de ser um novo “Hair of the Dog” (1975), em força, criatividade e nível de composição. E nem era isso que esperávamos, mas é de longe, pelos mesmos quesitos, que “Tattooed On My Brain” é o melhor disco dentre os três últimos da banda .

TRACK LIST

1. Never Dance With The Devil
2. Tattooed On My Brain
3. State Of Emergency
4. Rubik’s Romance
5. Pole To Pole
6. Push
7. The Secret Is Out
8. Don’t Throw Your Love Away
9. Crazy Molly
10. Silent Symphony
11. What Goes Around
12. Change
13. You Call Me

FORMAÇÃO

Pete Agnew »» Baixo
Carl Sentance »» Vocal
Jimmy Murrison »» Guitarra
Lee Agnew »» Bateria

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