Mother Road – “II” (2021) | Resenha

 

“II”, como o próprio nome diz, é o segundo disco da banda Mother Road, um devota do hard rock alicerçado nas possibilidade do blues rock, e formada por músicos ligados a bandas como MSG, Steelhouse Lane, Dokken e Ted Nugent. O disco foi lançado em fevereiro de 2021 e saiu no Brasil pelo selo Hellion Records.

Mother Road II Resenha Review

Mother Road é uma banda fundada em 2013 com intuito de destilar por uma produção moderna as influências do blues/hard rock tipicamente britânico de bandas icônicas como Bad Company, Humble Pie, Free e os primeiros discos do Whitesnake.

O fato de emprestarem o nome da lendária rodovia Route 66, nos Estados Unidos, mostram que eles querem também inserir um pouco do clima estradeiro que permeia parte do classic rock norte americano, o que gera uma mistura interessante e envolvente de referências vintage.

Após uma pausa em 2016, o vocalista Keith Slack (ex-Steelhouse Lane, MSG) e o guitarrista Chris Lyne (Soul Doctor) reativaram a banda como um quarteto completado por Zacky Tsoukas (bateria) e pelo baixista Barry Sparks (ex-Dokken, Ted Nugent, MSG), entregando um segundo disco, sucessor de “Drive” (2014).

Musicalmente, temos uma abordagem instigante, provocativa e com abordagens instrumentais diversificadas, pincelando órgão hammond e naipes de metais em movimentos específicos, numa proposta bem resumida em faixas de destaque como “Sticky and Stones” (um típico rock setentista no meio do caminho entre o Whitesnake e o Rainbow), “Without You” (balada bluesy com uma pegada sulista), “Matter of Time” (um blues rock lascivo) e “Cold Heat” (com a picardia da Motown).

Claramente estão mais confiantes neste álbum, com mais personalidade, e, a julgar pela capa, se mostram como francos atiradores nas ruas escuras do Hard Rock moderno, com guitarras insinuantes e estruturas técnicas.

Isso desde a abertura com “Fools Gold”, um hard rock sujo e explosivo que envolve o ouvinte já nos primeiros momento, pela vibração classic rock à lá Whitesnake e Mr Big, sendo mais um destaque do trabalho ao lado de “Ain’t Got the Blues”, que tem uma influência forte do saudoso Gary Moore.

No geral, temos um disco de classic rock, que não irá mudar sua percepção de mundo, ou se tornará um clássico, mas irá satisfazer seu desejo por um heavy rock classudo, sem soar datado. Claro que algumas faixas soam mais genéricas, sendo fato que uma ou duas são muito previsíveis, com os músicos procurando saídas fáceis e nada criativas.

Entretanto, a energia e a determinação dentro da crueza de seu rock vívido, lascivo e flamejante, canalizada por clichês bem encaixados, e uma produção extremamente orgânica, eficiente em enaltecer a adrenalina na hora certa, tornam a audição no mínimo divertida, principalmente se dirigindo um carro numa estrada.

Ou seja, não espere por inovações ou ousadia! Mesmo assim, é preciso enaltecer a excelência da execução instrumental, principalmente nas dinâmicas linhas de guitarra, que vão do blues ao hard rock de modo instantâneo e fluido, desfilados por quem conhece do riscado, além da voz abençoada de Keith Slack (como canta esse cara!).

Indicadíssimo para saudosos dos melhores dias de bandas como Bad Company e Whitesnake.

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