“The Unknown Knows” é o terceiro full lenght da banda paulista de prog/death metal Mordeth, trazendo sete faixas novas e mais quatro faixas bônus do EP “Robotic Dreams”, lançado em 2009.
Formado em 1988, na cidade de Rio Claro, o Mordeth traz na bagagem os álbuns “Lux Tenebriris” (1993) e “Aminicide” (1998), sempre com a liderança do vocalista Vlad.
As mudanças constantes de formação e os problemas inerentes ao underground levaram a banda a encerrar suas atividades no fim dos anos 1990, após registrar seu segundo full lenght, só retomando em 2008.
Nessa biografia, “The Unknown Knows” chega após um hiato de quase uma década, trazeendo ambientações obscuras, futuristas e industriais, em meio a doses homeopáticas de experimentações.
A faixa-título, também abertura, já evidencia este apelo climático que será explorado ao longo destas novas sete faixas, elaborando o sentimento certo para o thrash/death metal técnico, de motivos biomecânicos quase lovecraftianos já exposto na capa.
Dentro desse plano, temos riffs diferentes do usual e arranjos com certa carga de imprevisibilidade, além ritmos e tempos variados.
As timbragens são pesadas e a produção, mesmo com organicidade (principalmente na bateria seca), traz algo de metal industrial crescendo ao longo do álbum, mas já anunciado em algumas palhetadas de “Monolith”, faixa pesada que vem na sequência da introdução.
Melodias existem, nas linhas de guitarra em sua maioria, acompanhadas de vocais que vão do agressivo do death metal, ao limpo, beirando o metal alternativo, enquanto o álbum se desenrola.
Camas de teclados ambientam as passagens cruas e agressivas, como em “The Grey Man”, uma faixa que vai das palhetadas do black metal às tais referências alternativas.
Por aí já podemos ver que “The Unknown Knows” é um álbum versátil, com efeitos bem colocados, reforçando o conceito abordado nas letras que carregam o espírito da ficção científica de aspirações extraterrenas, mas sem tirar o foco do heavy metal em suas formas mais extremas.
Com toda essa versatilidade criam composições dinâmicas como “UVB-76” (climática) e “Blank Share” (mais trabalhada), que fazem de “The Unknown Knows” um disco inteligente e maduro, ao mesmo que é muito cativante.
Muitas vezes o Mordeth me soou como um Sepultura, que ao invés de rumar para a aldeia indígena, decidiu explorar o cosmo e as civilizações alienígenas.
Nas partes mais limpas da fórmula musical, os vocais buscam inspiração na abordagem gótica, o que dá ainda mais apelo dramático a “The Unknown Knows”, como em “Beyond” e “Wake Up Machine”, que chegam a lembrar coisas de Killing Joke ou The Mission, só que mais pesado.
O que não quer dizer que o Mordeth esteja sem foco. A personalidade da banda é tão forte e a identidade tão bem definida que é complicado estabelecer um paralelo único com qualquer outro nome, apesar das menções anteriores.
Também é perceptível que “The Unknown Knows” é bem dividido quanto ao peso e dramaticidade.
A primeira metade é mais pesada e agressiva, enquanto da quinta faixa em diante as composições são mais climáticas e com aqueles elementos prog/industriais/alternativos mais proeminentes.
O que não é demérito na minha opinião. Pelo contrário, exibe versatilidade e uma consciência narrativa como aquelas construídas nos áureos tempos dos LPs.
Indicadíssimo!
TRACKLIST
1. The Unknown Knows 00:46
2. Monolith 04:51
3. The Gray Man 03:41
4. UVB-6 04:21
5. Blank Share 05:04
6. Beyond 04:55
7. Wake-up Machine 05:39
8. Viruss 05:22 *
9. H-Tedrom 03:12 *
10. From Apes to Warlords 04:26 *
11. Robotic Dreams 06:30 *
(*) EP “Robotic Dreams”
FORMAÇÃO
Wit (Baixo)
Vlad (Vocais, Guitarra)
Alain Melendez (Guitarra)
Amaury Filho (Bateria)
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Ótima resenha! Para ouvir com certeza.