Michael Schenker Fest – Resenha de “Ressurrection” (2018)

 

Michael Schenker Fest Ressurrection
Michael Schenker Fest: “Ressurrection” (2018, Shinigami Records, Nuclear Blast) NOTA:8,5

O Michael Schenker Fest é efetivamente um projeto que foi dos palcos para o estúdio. Após o ótimo trabalho com o Michael Schenker’s Temple of Rock, onde  o guitar hero revisitava os grandes momentos de sua fase com UFO e Scorpions, dando foco à sua fase setentista, ele decidiu contemplar a parcela oitentista de sua carreira.

Em 2016, Schenker colocou nos palcos um show que trazia os dois vocalistas principais do Michael Schenker Group e a voz do McAuley Schenker Group.

Completando o time, tínhamos músicos de primeira categoria e que também foram envolvidos nas duas bandas:  Chris Glen (baixo) e Ted McKenna (bateria) estiveram no Michael Schenker Group, e Steve Mann (teclados e guitarra) fez parte do McAuley Schenker Group.

Nunca é demais lembrar que nos anos 1980 o guitarrista esteve ladeado de grandes vocalistas, como Graham Bonnet, Robin McAuley e Gary Barden, que aceitaram o convite para a festa registrada em “Ressurrection”, álbum com novas composições motivado pelo sucesso arrebatador dos shows em praças europeias e japonesas.

Para completar a lista de convidados ilustres, Doogie White, vocalista do Michael Schenker’s Temple of Rock (e também ex-Rainbow), vem dar ainda mais tempero ao molho hard rock idealizado por Michael Schenker.

Os quatro vocalistas mostram como suas vozes combinam, por mais que cada uma possua uma identidade marcante, no classic rock de peso melódico entalhado em “Warrior”, e também no desfecho brilhante com “The Last Supper”.

Estas, facilmente duas das melhores músicas de “Ressurrection”, junto ao rock n’ roll malicioso de “Messin’ Around”, guiada pela voz melodiosa de Gary Barden que possui um vibrato cativante, também impresso na “grudenta” “Livin’ a Life Worth Livin”.

Não há como negar que já nos primeiros momentos da pesada abertura com “Heart and Soul” revivem os espíritos da era clássica do heavy rock, com linhas de guitarra dignas de um guitar hero, a participação de Kirk Hammett, do Metallica, vocais de determinação furiosa de McAuley (que também coleciona o momento mais fraco do disco, em “Time Knows When It’s Time”), e arranjos arrojados e arejados, assim como aqueles que veremos em “The Girl With Stars In Her Eyes” (com Doogie White nos vocais).

Michael Schenker Fest Ressurrection
Uma verdadeira assembleia do hard rock! É isso que temos em “Ressurrection”!

Claro que ter quatro vozes num álbum dá uma dinâmica embasada na variabilidade, mas também pode gerar certa inconsistência no repertório, principalmente quando tomamos conhecimento que o processo de manufatura que demorou cinco meses foi realizado em estúdios diferentes situados em continentes separados pelo Atlântico.

E o que poderia soar heterogêneo, na verdade é dinâmico e diversificado, com alto poder de cativar. Além disso, fica nítida a diversão dos envolvidos no projeto em cada movimento, principalmente do mentor Michael Schenker, um messias empunhado sua Flying V numa ceia musical ladeado por apóstolos que ajudaram a disseminar sua mensagem roqueira.

Uma verdadeira assembleia do hard rock! É isso que temos em “Ressurrection”. Causa entusiasmo, possui adrenalina bem controlada pela variação de velocidade, e dramaticidade envolvente por melodias bem construídas, corroborando o que está escrito no encarte: “The Magic Is Still  With Us”!

Fica a sensação de estarmos ouvindo uma coletânea do MSG, com destaque também a “Take Me To The Church” (com Doogie White nos vocais e detalhes preciosos num hard rock saborosíssimo), “Night Moods” (com cadência acessível e extrema classe de Bonnet nas melodias vocais), e “Anchors Away” (com vibração heavy metal tipicamente britânica).

“Ressurrection” é um disco feito sob encomenda para os fãs de classic rock, indo do tradicionalismo ao modernismo do gênero com feeling, malícia, e destreza de quem entende do assunto como poucos.

E  usando as palavras do próprio Schenker,  este é um disco “lento e melódico, mas ao mesmo tempo rápido e dramático, todos os elementos estão lá”! Indiscutivelmente, ele vive um dos melhores momentos de sua carreira.

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