“The World Needs a Hero”, injustiçado álbum da banda norte-americana MEGADETH, liderada pelo emblemático Dave Mustaine, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, cuja proposta você confere nesse link.
Definição em um poucas palavras: Pesado, melódico, guitarra, fim de ciclo.
Estilo do Artista: Heavy Metal
Comentário Geral: Álbuns injustiçados existem aos tubos por aí, principalmente de bandas consagradas. O Megadeth como um dos grandes nomes do metal americano não poderia ficar de fora desta lista. No período em que este álbum foi lançado a banda passava por uma transição com trocas de integrantes e havia acabado de encarar o fracasso com o péssimo álbum “Risk” (1997).
Após o conturbado “Risk” (uma espécie de irmão siamês de “Load”, do Metallica), o Megadeth apontava para um volta à sonoridade de início dos anos 1990, com “The World Needs a Hero”, lançado em 2001, já com Al Pitrelli no lugar de Marty Friedman. Na verdade essa promessa estava presente na coletânea “Capitol Punishment: The Megadeth Years”, lançada no ano anterior, em duas faixas inéditas: “Kill the King” e “Dread and the Fugitive Mind”.
Até por isso, “The World Needs a Hero” se tornou o bode expiatório dessa fase complicada do Megadeth, sendo tachado de inferior na discografia do grupo. Este rótulo ainda se fixou com mais fervor pelo fato de suceder a compilação “Capitol Punishment”.
Analisando friamente, hoje em dia, sem o peso da época, podemos perceber que o álbum começa com força total com “Disconnect”, um heavy metal tipicamente americano de encher os ouvidos, assim como a faixa-título que traz um ritmo mais cadenciado e uma certa dose de psicodelia. Os solos de Al Pitrelli (Savatage) são inspiradíssimos e a bateria de Jimmy DeGrasso é como um soco no estômago.
Já “Moto Psycho” e “1000 Times Goodbye” (que lembra muito a canção “Trust” do ótimo “Cryptic Writings” [1995]) chegam mais aceleradas, lembrando a era “Youthanasia” e “Countdown to Extinction”; a balada “Promises” remete às canções de amor de Alice Cooper, sendo uma das melhores baladas da história do Megadeth; além de “Reciping For Hate… Warhorse” e “Return To Hangar” que se destacam nesta clara tentativa de volta às raízes.
Mais tarde Mustaine diria que após “Countdown to Extinction” ele começara a “escrever de uma outra maneira, e experimentar o som do Megadeth em diferentes estilos”. Porém, mesmo que ele defenda sua posição em “Youthanasia” e “Cryptic Writings”, ele assumiria que “Risk” foi um exagero, observando que o rumo que ele queria para o Megadeth retornou em “The World Needs a Hero”.
Ao longo de todo esse processo Dave Mustaine vivia às voltas com os problemas causados por seus excesso com drogas e álcool. Ele chegou a ficar sem vida por alguns minutos após uma overdose, além de entrar e sair de reabilitações com a mesma frequência que sua banda lançava álbuns de sucesso.
Em 2002 chegou o baque mais forte, quando o guitarrista e vocalista foi diagnosticado com neuropatia radial, uma enfermidade que o impediria de tocar guitarra num futuro próximo.Na verdade, esse período é um tanto nebuloso e naquele mesmo ano o Megadeth já havia anunciado sua separação quando Mustaine rumava para o conturbado processo de fisioterapia e de reaprender a tocar guitarra sem garantias de sucesso. Certamente os abusos estavam cobrando seu preço!
Posteriormente, Dave Mustaine reformulou o grupo e hoje lança discos ótimos que fazem justiça a toda a sua genialidade do passado, porém “The World Needs a Hero” ainda continua esquecido e com isto, grandes composições se perdem no tempo.
Ano: 2001.
Top 3: “Disconnect”, “Promises” e “Return To Hangar”.
Formação: Dave Mustaine (vocal e guitarra), Al Pitrelli (guitarras), Jimmy DeGrasso (bateria) e David Ellefeson ( baixo).
Disco Pai: Motorhead – “Bastards” (1993).
Disco Irmão: Savatage – “Poets and Madmen” (2001).
Disco Filho: Anthrax – “We’ve Come For You All” (2002).
Curiosidades: A canção “When”, que fecha o álbum, foi dedicada a todos os detratores da banda em sua fase mais comercial. No período pós-lançamento do álbum, Dave Mustaine teve um problema em uma das mãos que o impossibilitava de tocar sua guitarra. Deste modo, decretou o fim da banda em 2002 e a ainda se converteu ao cristianismo. Hoje, recuperado, reformulou o Megadeth e segue lançando ótimos álbuns.
Pra quem gosta de: guitarras nervosas, vocalistas sem técnica, Jack Daniel’s e som trampado.
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