Megadeth | A Vingança Thrash Metal de Dave Mustaine!

 

A história do Megadeth começa quando Dave Mustaine foi expulso do Metallica. Essa mesma história nos conta que ele entrou em contato com Lars Ulrich e James Hetfield através de um anúncio de um jornal e entrou para a banda substituindo Loyd Grant. Taxado de bebum, arrogante e drogado, a verdade é que Dave Mustaine era um talento nato e, segundo algumas declarações de quem convivera com ele na época do Metallica, uma ótima pessoa quando não estava sob o efeito de drogas, lícitas ou não.

Megadeth - Biografia - Thrash Metal Heavy Metallica Heavy

A verdade é que Mustaine era o único com experiência de palco e não se pode negar que ele era parte essencial tanto do Metallica quanto no advento do thrash metal, sendo um exímio compositor e figura com presença de palco destacável. Mas as suas atitudes quando embriagado começaram a suplantar a visão de seu talento, fazendo com que a banda testasse outro guitarrista pelas suas costas.

Consequentemente, se apresentou em seu último show com o Metallica sem nem imaginar que seria demitido posteriormente. As versões dos fatos iriam variar por anos, mas Mustaine saiu muito ferido destes acontecimentos, esbravejando impropérios contra a banda durante os anos por vir. Entretanto,  “Kill ’em All”, o disco que inaugura a discografia do Metallica e o próprio thrash metal, não seria o mesmo sem as contribuições de Dave Mustaine, e seu nome esta gravado na história do heavy metal como um dos que ajudaram a forjar o novo subgênero, neste álbum e em todos os seus magníficos álbuns como capitão do Megadeth.

A sentença final de Mustaine como guitarrista do Metallica nunca fora consequência de sua falta de técnica, muito pelo contrário. Por outro lado, este alto domínio técnico não impediu impediu Hetfield e Ulrich de colocá-lo bêbado e desmaiado num ônibus destinado à outra costa dos Estados Unidos.

De Onde Veio o Nome Megadeth?

Com a raiva de um talento preterido e o orgulho ferido Mustaine prometeu criar uma nova banda melhor que a sua antiga. Se conseguiu ou não ainda desperta discussões, mas ninguém pode negar que o nome de sua nova banda era tão bom quanto: Megadeth!

Inspirado por um panfleto contra a proliferação de armas nucleares, uma expressão que significasse “a morte de milhões” representava bem seu espírito naquele momento, além de ter um grande impacto.

Os Primeiros Discos do Megadeth

E como todo vingador tem seu fiel escudeiro, Dave Ellefson, um baixista que Mustaine conhecera ainda em 1983, estaria ao lado do guitarrista por longos anos e várias formações da banda.

Nesse primeiro embrião do Megadeth, o guitarrista era Greg Handevidt, um amigo de infância de Ellefson, que ajudou a moldar a estética musical que Mustaine tinha em mente, mas por alguns problemas pessoais ele teve que deixar a banda rumo a sua cidade natal, onde anos mais tarde fundaria o Kublai Khan.

A formação que gravaria o primeiro trabalho, “Killing Is My Business… and Business Is Good!”, lançado em 1985, via Combat Records, seria completada pelo guitarrista Chris Polland e pelo baterista Gar Samuelson. Uma curiosidade desta época é que Kerry King, guitarrista do Slayer, participou de algumas gravações e chegou a ser convidado a entrar para o Megadeth, mas preferiu ficar no Slayer quando Jeff Hanneman insinuou buscar outro guitarrista.

O Megadeth rapidamente ganhou o respeito dentro da cena, principalmente por seus shows e pelo relativo sucesso deste primeiro disco nos nichos metálicos do underground. Tanto que chamaram a atenção da gravadora Capitol Records, por onde lançariam seu segundo disco e e decolariam para uma bem sucedida carreira, de onde queremos pinçar cinco discos que a representem como um todo!

Fica claro nesse período como Mustaine foi inteligente ao se cercar de músicos de altíssimo nível, assim como ele, e que já tivessem uma certa experiência de palco e estúdio (algumas lições foram aprendidas, enfim). O baterista Gar Samuelson, por exemplo, era um músico que dominava técnicas de jazz, e se destacava pelas linhas que criava.

Características essas cultivadas desde “Killing Is My Business… and Business Is Good!”. Aliás, cabe um parenteses para esse primeiro trabalho: ele traz “The Mechanix”, composição de Dave Mustaine dos tempos antes do Metallica, que aparece em “Kill em’ All” com o título de “The Four Horseman”. 

No DVD “Rude Aweakening”, ao anunciar The Mechanix, o frontman do Megadeth diria: “Existem duas formas de ouvir esta próxima música, o jeito deles e o nosso”. Em 1985, a versão do Megadeth ganha o mundo bem mais acelerada, ríspida, destrutiva e carregada de fúria, como um reflexo de seu criador.

Nesse sentido, podemos dizer sem exageros que o instrumental do Megadeth nesses primeiros trabalhos era muito mais técnico, quase progressivo, e menos melódico, mas sem perder um grama de peso ou diminuir a velocidade (“Last Rites, Loved to Death”, do primeiro disco que o diga!).

O disco seguinte, “Peace Sells… But Who’s Buying” vendeu muito bem, chegando a Disco de Platina nos Estados Unidos e no Canadá, aumentando o tamanho e a periodicidade dos shows.

Porém, os problemas dos vícios de Dave Mustaine estavam voltando a assombrá-lo impiedosamente. Na verdade, toda a banda, de uma forma ou de outra, estava às voltas com problemas causado pelo abuso de drogas, principalmente heroína.

Por razões discutidas até hoje, Mustaine demitiu tanto Chris Polland (acusado de ter roubado peças do equipamento de Mustaine para comprar drogas) quanto Gar Samuelson pouco antes de começaram a gravar o próximo trabalho, “So Far, So Good… So What!” (1988).

Esse próximo trabalho mostraria que não só o comportamento de Mustaine estava comprometido pelo abuso de drogas, mas também sua criatividade, afinal, de excelência mesmo, apenas “In My Darkest Hour” (escrita para Cliff Burton que faleceu naquele mesmo ano) figura no repertório.

Sei que esse disco é amado por muitos fãs da banda e enaltecido como o melhor da fase pré-“Rust in Peace”, mas aos meus ouvidos ele não soa assim tão interessante. Talvez pela nova formação não ser tão técnica e versátil quanto a anterior, esse disco soe menor e menos ousado entre os três primeiros capítulos das discografia da banda. Completavam o time nessa época o baterista Chuck Behler e o guitarrista Jeff Young.

Mesmo assim, “So Far, So Good… So What!” (1988) foi um sucesso comercial puxado pelo cover de “Anarchy in the U. K.”, do Sex Pistols, mantendo uma tradição de gravar covers em cada um de seus primeiros três discos.

Em “Peace Sells…” temos um imperdível para “I Ain’t Superstitious”, de Willie Dixon e em “Killing Is My Business…” a banda faz uma releitura de “These Boots”, de Nancy Sinatra.

Existe uma curiosidade envolvendo “Anarchy in the U. K.”. O Megadeth participou do Monsters of Rock  de 1988, a Lars Ulrich, baterista do Metallica fez os backing vocals da música no show junto com Axl Rose.

Por fim, voltando a “Peace Sells…” sua capa também se destaca, pois é de ninguém menos que Ed Repka, o rei da arte thrash metal, apresentando, de certa forma, a imagem de Vic Rattlehead, o esqueleto mascote, como ficaria marcada na imagética da banda.

A ideia para arte veio do próprio Mustaine. Quando o Megadeth estava em fase de produção do álbum em Nova York, ele se viu defronte o prédio da ONU e, de imediato, o contexto gráfico do novo álbum veio como um flash na sua mente: “a caveira que aparecia na foto do primeiro álbum, agora desenhada em frente a uma ONU destruída”.

Tão rápido quanto a arte da capa do novo álbum, o título apareceu como se os dois elementos fosse indissociáveis em um universo paralelo: “Peace Sells… But Who’s Buying?”

A história deste mascote é contada na canção “The Skull Beneath the Skin” (do primeiro disco), e sua imagem foi transferida da mente de Mustaine para a capa do disco por Ed Repka, que ainda assinou algumas das mais emblemáticas imagens do Megadeth, inclusive a capa do próximo item de nossa lista.

O sucesso do Megadeth dentro do heavy metal parecia imparável.

A Formação Clássica do Megadeth e o Auge Comercial

Nem mesmo os excessos e idiossincrasias de seu líder pareciam abalar suas estruturas. Seus problemas iam desde o relacionamento com os músicos da banda (Chuck Behler saiu deixando até o instrumento pra trás e Jeff Young foi demitido logo na sequência) até com a justiça.

O ano de 1990 é marcado pela prisão de Dave Mustaine por dirigir embriagado, o que culmina em sua ida para a reabilitação como determinação judicial pela reincidência no crime, e posteriormente pelo lançamento do melhor disco do Megadeth, “Rust In Peace”, um marco na história do heavy metal.

Nesse turbilhão, o Megadeth conseguiu se reerguer e criar um clássico, iniciando sua melhor fase no quesito criatividade musical. Tudo bem que até “Youthanasia” (1994) musicalmente muito seria mudado na banda, mas não e à toa que a formação que grava todos esses discos é tida como sua formação clássica.

E basta uma primeira conferida na sequência inicial de “Rust in Peace” para ter a certeza de que alguma confluência astral conferiu uma química a essa formação sem igual na biografia do Megadeth.

Não só Mustaine estava renovado, o Megadeth também estava revitalizado com a entrada dos habilidosos Marty Friedman, na guitarra, e Nick Menza, na bateria. Sem dúvidas, a performance de ambos foi capaz de dar mais maturidade à musicalidade da banda, apresentando-a como um dos mais fortes nomes em potencial para o heavy metal na década vindoura.

Um curiosidade: no teste que aprovou Friedman para ser guitarrista da o Megadeth estavam nomes como Le Altus (Heathen), Eric Meyer (Dark Angel), Jeff Loomis, e o grande Dimebag Darrell (Pantera).

O mais comum quando pensamos nesta formação clássica do Megadeth é enaltecermos a performance realmente espetacular de Friedman, mas sempre tive em mente que esse disco não teria o mesmo impacto sem a presença de Nick Menza.

O novo baterista era o fulcro entre o metal e o progressivo em todas essas composições capazes de creditarem “Rust in Peace” como um dos discos mais complexos do thrash metal. Pensando bem, esse é o último disco  grandioso da primeira geração que construiu a versão norte-americana do estilo (isso porque o Death Angel lançou “Act III”poucos meses antes).

“Rust In Peace” seria mais um sucesso absoluto do Megadeth, laureado com mais um Disco de Platina e talvez isso tenha colocado-os numa caminho mais acessível ao longo dos próximos discos. De certa forma funcionou, pois à partir de então, cada álbum era lançado já figurando no top 10. 

Em 1992, seria a vez de “Countdown to Extinction” e mesmo encarando o fato de obviamente trazerem uma sonoridade um pouco distante do thrash metal, não dá pra discordar que “Symphony of Destruction” (talvez o maior sucesso da banda), “Sweating Bullets” (pra mim uma das melhores da banda), e “Foreclosure of a Dream” são puramente heavy metal em sua melhor forma nos anos noventa, dando mais espaço às melodias que ao seu gene progressivo.

O mesmo podemos dizer de “Youthanasia” (1994), disco que trazia “Train of Consequences” (uma das melhores músicas da banda), “The Killing Road”, “Reckoning Day” “Addicted to Chaos”, com alguns solos que remetiam ao hard rock.

Porém,  mesmo que composições como “Countdown to Extinction” desse pistas, após “À tout le monde” não dava mais pra disfarçar que o Megadeth mirava alto no mainstream, sem deixar de equilibrar peso e técnica para isso.

Ambos os discos foram considerados comerciais e desagradaram alguns dos fãs mais antigos. Mas olhando friamente, pouco do que ouvimos nesse período difere muito de composições como “Tornado of Souls” ou “Dawn Patrol”, ou a própria “Rust in Peace… Polaris”, por exemplo.

Creio que muitos possam discutir a produção tanto de “Countdown to Extinction” (que galgou o quarto lugar na Billboard e certificado de platina dupla) quanto de “Youthanasia” (que solidificou o sucesso do disco anterior)mais amaciadas, porém é impossível contestar a qualidade das composições, donas de arranjos mais elaborados, melodias brilhantes e cujas letras estavam cada vez mais pessoais e autobiográficas. Só um registro: tanto “Countdown to Extinction” quanto “Youthanasia” foram produzidos pelo lendário Max Norman.

Dave Mustaine havia, em uma década, atingido seu objetivo! Aproveitando o alto posto que conquistaram, lançam em 1995 uma coletânea de registros feitos para trilhas sonoras de filmes e tributos, intitulada “Hidden Treasures”. Esse material trazia registros emblemáticos como “Angry Again”, “99 Ways to Die”, além dos covers para “Paranoid”, do Black Sabbath, e “No More Mr. Nice Guy”, de Alice Cooper.

Um próximo álbum de inéditas do Megadeth só ganharia as prateleiras em 1997.

“Cryptic Writings” chegou causando polêmicas pela sonoridade. Que aos meus ouvidos não é nada além de uma continuidade do que vinham fazendo nos dois discos anteriores, principalmente na exploração mais melodiosa e amainada de “Youthanasia”.

A Fase Mais Arriscada do Megadeth

Acredito que muitos fãs da banda, mesmo aqueles que não criticaram “Cryptic Writings”, não estavam preparados para o que ouviriam em “Risk”. Se bem que “I’ll Get Even” já dava pistas do que viria no futuro. Antes de “Risk”, que seria lançado em 1999,  o Megadeth viu a saída de de Nick Menza por causa de um problema sério no joelho, sendo substituído por Jimmy Degrasso.

Sobre a saída de Nick Menza, Ellefson declarou: “Ele teve um problema no joelho, mas isso aconteceu no final do processo de nossa separação. Era uma situação que não podia mais continuar”. Com isso encerrava-se a formação clássica do Megadeth.

“Risk”, outra parceria com o produtor Dann Huff (o mesmo de “Cryptic Writings”), foi um disco muito criticado, tanto por fãs quanto mídia, e a banda parecia romper com qualquer traço heavy metal que podia existir em sua música.

Veja bem, ele até tem boas ideias em faixas como “Crush ‘em”, “Prince of Darkness”, “The Doctor Is Calling” “Seven”, mas definitivamente não soa como um disco do Megadeth. Tanto que Friedman deixa a banda pouco tempo depois de seu lançamento. Porém, segundo Mustaine, ele saiu porque queria fazer algo ainda mais pop.

Após o conturbado “Risk” (uma espécie de irmão siamês de “Load”, do Metallica), o Megadeth apontava para um volta à sonoridade de início dos anos 1990, com “The World Needs a Hero”, lançado em 2001, já com Al Pitrelli no lugar de Marty Friedman.

Ao longo de todo esse processo Dave Mustaine vivia às voltas com os problemas causados por seus excesso com drogas e álcool. Ele chegou a ficar sem vida por alguns minutos após uma overdose, além de entrar e sair de reabilitações com a mesma frequência que sua banda lançava álbuns de sucesso.

Em 2002 chegou o baque mais forte, quando o guitarrista e vocalista foi diagnosticado com neuropatia radial, uma enfermidade que o impediria de tocar guitarra num futuro próximo. Na verdade, esse período é um tanto nebuloso e naquele mesmo ano o Megadeth já havia anunciado sua separação quando Mustaine rumava para o conturbado processo de fisioterapia e de reaprender a tocar guitarra sem garantias de sucesso.

Certamente os abusos estavam cobrando seu preço!

O Renascimento do Megadeth

Apesar das incertezas acerca das condições físicas de Dave Mustaine, em 2003 ele já estava plenamente recuperado e pronto para retomar a carreira. Seu primeiro projeto era um disco solo trazendo de volta o guitarrista Chris Polland, mas pela primeira vez sem a presença de Dave Ellefson.

Esse disco sairia sob o nome Megadeth, mas tendo apenas Mustaine como membro oficialmente creditado, e batizado como “The System Has Failed”. O disco  traz um extensa lista de participações (a maioria vocalistas), mas a banda principal trazia Vinnie Colaiuta na bateria e Jimmy Sloas no baixo, além de Polland na guitarra.

“United Abominations”, disco seguinte, lançado em 2007, já traria uma formação sólida, completada por Glen Drover (guitarra) e seu irmão Shawn Drover (bateria), além de James LoMenzo no baixo.

Um disco consistente e que mostrava um gigante acordando (principalmente em faixas como “À Tout le Monde (Set Me Free)” [essa com a participação da vocalista Cristina Scabbia, do Lacuna Coil] e “Never Walk Alone… A Call to Arms”) para explodir definitivamente em “Endgame” (2009), que já trazia Chris Broderick no lugar de Glen Drover, mas essa foi a única alteração na formação deste disco.

Com esse disco, o Megadeth fechava a primeira década do novo milênio dando aos fãs uma esperança de que as coisas seriam bem melhores em termos musicais, pois parece que Mustaine havia reencontrado seu rumo.

Quando tivemos a confirmação do retorno de David Ellefson, a reunião da formação clássica parecia questão de tempo e deixava os fãs ainda mais ansiosos.

A nova década se abria ao Megadeth com o retorno de Dave Ellefson para comemorar os vinte anos de lançamento de “Rust In Peace”, porém, ninguém mais das formações aclamadas vieram junto com ele. E o que parecia apenas uma reunião momentânea evoluiu para um bom disco, intitulado “Thirteen” (2011) e ainda com Shawn Drover e Chris Broderick. A mesma formação que também nos daria “Super Collider” (2013).

Apesar de boas intenções e bons momentos (como no já destacado “Endgame”), essa última década do Megadeth é claramente uma busca de Dave Mustaine por algo que ele perdeu quando parou temporariamente com a banda.

Falando de uma forma geral, tudo já estava no lugar, a identidade intacta, mas faltava, salvo por um lampejo em 2009, um brilho para retirar a sensação de ouvirmos uma versão genérica do que apresentaram nos anos 1990.

Mais mudanças conturbadas na formação, com a saída de Shawn Drover e Chris Broderick. Os fãs esperavam o retorno da formação clássica da banda (com Marty Friedman e Nick Menza) amparados por rumores que pipocavam nos veículos de comunicação. Mais tarde, saberíamos que toda esta atividade em torno  da reunião fora comandada pelo escudeiro de Mustaine, o baixista David Ellefson.

Águas turbulentas passadas, o gigante do thrash metal americano anunciou nova formação e novas composições. Para substituir Chris Broderick, Mustaine trouxe, curiosamente, o guitarrista Kiko Loureiro, do Angra, uma banda conhecida por sua sonoridade mais voltada o power metal melódico. Por outro lado, o guitarrista tinha o traquejo progressivo para dialogar com aquilo que o Megadeth tinha em seus primeiros quatro discos.

O que só gerou ainda mais expectativa para o que viria.

E como se isso não fosse bastante, Mustaine ainda trouxe para o estúdio, Chris Adler, baterista do Lamb of God, formando um verdadeiro supergrupo do heavy metal para registrar seu próximo disco. O próprio Mustaine chegou a declarar que “quando você adiciona Kiko e Chris, que são grandes músicos, o céu o limite”. 

A capa já dava indícios do que viria com o reaparecimento de um renovado e distópico Vicky Rattlehead. E justamente quando somos expostos à densa, maciça e virtuosa carga de guitarras de “Dystopia”, vemos que o cenário de desventuras e rupturas foi superado, mais uma vez, e enfim Dave Mustaine conseguiu oferecer aos seus fãs o melhor álbum do Megadeth, desde Youthanasia (1994), em uma nítida evolução de criatividade técnica musical.

E a história ainda tem muito a ser escrita.

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