Entenda como Frank Sinatra, John Kennedy e o mafioso Sam Giancana fazem parte de uma maquiavélica conspiração que envolve a morte de Marilyn Monroe.
Marilyn Monroe foi um dos grandes ícones da cultura pop no século XX. A década de 1950 forneceu ao cinema norte-americano dois tipos de astros: os anárquicos e os glamourosos. Marilyn Monroe era os dois, à seu modo.
Entre os símbolos do cinema americano dessa década estavam Marlon Brando, trajado em couro e pilotando sua motocicleta, James Dean, com seus traços infantis e sua rebeldia, e a beleza estonteante de Marilyn Monroe.
Marilyn Monroe foi sex symbol no cinema durante muitas décadas, mesmo após sua morte precoce. Aliás, uma morte trágica e controversa que aumentou o mito criado em torno de seu nome.
Apesar de sempre lembrada pela beleza, que rivalizava com a de atrizes como Ava Gardner, Elizabeth Taylor, Grace Kelly e Audrey Hepburn, Marilyn Monroe tinha talento como atriz e prometia uma carreira longeva e consistente, interrompida abruptamente em condições misteriosas, pra dizer o mínimo.
Nesse texto, queremos colocar em pauta essa que é uma das mais estarrecedoras conspirações que entremeiam o mundo político e a cultura pop norte-americana.
Numa trama ainda não esclarecida oficialmente, lemos grandes nomes da cultura americana: Sam Giancana, chefe da máfia de Chicago; Frank Sinatra, um dos maiores interpretes não só da música americana; Joe DiMaggio, jogador de baseball renomado; John Kennedy, nada mais do que o presidente dos E.U.A.; e Marilyn Monroe, uma das mais proeminentes atrizes do cinema.
Segundo os registros oficiais, na noite de 4 de agosto de 1962, sábado, Marilyn Monroe teria entrado em coma por causa de uma overdose de soníferos.
Seria o fim da vida de uma das mais belas atrizes do cinema, de forma prematura, aos 36 anos!
As investigações concluíram que a atriz teria cometido suicídio e o caso parecia estar mais que esclarecido, já que a vítima havia tentado tirar a própria vida por pelo menos quatro vezes e não era segredo pra ninguém que ela sofria de depressão.
Ralph Greenson, médico da estrela de Hollywood, havia contratado uma governanta para morar com a atriz e monitorar o uso dos remédios, mas o desaparecimento de um diário e vários depoimentos controversos de pessoas que tiveram contato com Marilyn antes de sua morte levam a construção de uma hipótese de assassinato.
Antes de entrar nos detalhes que definem toda esta nossa teoria, vamos conhecer mais sobre os personagens principais da trama.
FRANK SINATRA
Frank Sinatra foi uma das maiores vozes da música, mas suas relações pessoais não eram marcadas com a mesma genialidade que sua arte!
Algumas biografias não autorizadas mostram o astro da música e do cinema como um marido infiel e sem muitos escrúpulos nos negócios.
Filho de dois imigrantes italianos, foi casado com Nancy Barbarto antes de ser esposo das atrizes Mia Farrow e Ava Gardner.
Frank Sinatra teria, certa vez, atuado como mensageiro da Máfia e escapado por pouco de ser preso carregando uma maleta com 3,5 milhões de dólares em dinheiro vivo.
Documentos do FBI também sugerem que Sinatra teria tido contato com o mafioso Lucky Luciano durante uma viagem que fez a Cuba em 1947 e que, no início de sua carreira como cantor, tenha recebido o apoio de um mafioso chamado Willie Moretti, de Nova Jersey.
O próprio Sinatra sempre negou ter qualquer ligação com a Máfia, embora arquivos do FBI levados a público em dezembro de 1998, sete meses após sua morte, tenham retratado o cantor e ator como sendo amigo íntimo do famoso chefão da máfia de Chicago, Sam Giancana.
SAM GIANCANA
Salvatore Giancana, nascido em 1908 na cidade de Chicago, ficou mais conhecido como Sam Giancana e foi um dos mais terríveis gangsters da máfia siciliana e chefe do submundo de Chicago entre os anos de 1957 e 1966.
Giancana era ainda conhecido por diversos pseudônimos (Momo, Mooney, Sam the Cigar e Sammy) e morreu no dia 19 de junho de 1975 alvejado por múltiplos tiros de pistola.
Começou sua carreira criminal na gangue juvenil Fourty Two Gang e rapidamente se tornou famoso por suas fugas automobilísticas cinematográficas e por ser um viciado em matar.
Em 1942, Sam Giancana também teria forçado o músico de jazz Tommy Dorsey a deixar Frank Sinatra quebrar seu contrato inicial, para que o cantor pudesse expandir sua carreira solo.
Giancana também é creditado como o assassino do rei do jogo ilegal de Chicago, Theodore Roe, em 1952.
Segundo alguns conspirólogos, durante o governo Kennedy, a agência de inteligência americana, CIA, teria recrutado Giancana e seus comparsas para assassinar o presidente cubano Fidel Castro.
O mafioso teria negado dizendo que ele e a famosa agência americana estão em lados opostos da mesma moeda.
O famoso Arquivo Exner ainda alega a existência de uma ligação entre Giancana e um famoso personagem político da história americana, que ia além do assassinato de Fidel Castro. Esta figura era ninguém menos que o presidente John Kennedy.
JOHN KENNEDY
John Fitzgerald Kennedy é, com toda a certeza, um dos mais emblemáticos presidentes de toda a história dos EUA. Seja por sua morte trágica ou por ser o segundo presidente mais jovem dos EUA ou, até mesmo, por ele ser um símbolo político de uma era tensa no governo americano.
Afinal, foi sua gestão que o país enfrentou problemas como a crise dos mísseis de Cuba, a invasão da Baía dos Porcos, o movimento dos direitos civis, os primeiros passos da guerra do Vietnã e o início da corrida espacial.
Com certeza, a era saudosa, representada com romantismo no cinema por diversas vezes, começa aqui no governo de JFK.
Kennedy construiu sua carreira política hasteando a bandeira de herói americano da segunda grande guerra, sendo deputado e senador pelo estado de Massachusetts e em 1961 – numa das eleições mais apertadas da história quando enfrentou o também presidente Richard Nixon – se tornou o trigésimo quinto presidente americano e o único católico, até então, a ocupar o cargo.
Apesar da imagem idílica que o casamento de Jacqueline e John Kennedy representou para grande parte do público, o presidente dos Estados Unidos permaneceu por alguns anos com várias relações extraconjugais.
Barbara Gamarekian escreveu em JF Kennedy: An Unfinished Life, que “para JFK e seus assistentes não era incomum ter sexo com as meninas que trabalhavam na Casa Branca”.
Felizmente para ele, o relacionamento bom com a mídia impediu que tais casos viessem a público.
Um fato importante na história do presidente e do enfoque do nosso texto é que a principal vítima desta conspiração cantou um mais que famoso e sensual “Happy Birthday, Mr. President” para JFK em sua festa de aniversário no glamouroso Madison Square Garden.
Logicamente, estamos falando da belíssima Marilyn Monroe.
MARILYN MONROE
Norma Jeane Mortensen, uma da mulheres mais belas da história da sétima arte, era natural de Los Angeles. Sob o nome de Marilyn Monroe, se tornou um simbolo de beleza e sensualidade e um ícone do século XX.
Teve papeis de destaque no cinema dos anos 50 em filmes como A Malvada, Torrente de Paixão e nos papéis principais nos filmes Os Homens Preferem As Loiras e Como Agarrar Um Milionário.
Desta maneira, a atriz de apenas 27 anos de idade, foi eleita pela revista Photoplay como a atriz revelação de 1953 e já era a loira mais amada de Hollywood. Porém, o status de sex symbol foi a maldição de seu casamento com o jogador de baseball Joe DiMaggio, que durou apenas nove meses.
Após o término do seu casamento, a atriz se mudou pra Nova York, estudou e montou sua produtora por onde lançou inúmeros filmes de sucesso que mostravam mais a sua capacidade de atuação do que seus atributos físicos, o que resultou em um Globo de Ouro como “Melhor Atriz de Comédia ” pelo filme Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder.
A vida da atriz sempre foi marcada por escândalos e muitos afirmam que ela já era amante de JFK muito antes dele entrar na casa branca e este romance, que era de conhecimento tanto do FBI quanto da Máfia, teria começado logo após o divórcio com DiMaggio. Este seria o fim para a atriz.
Ainda falta conhecer mais um personagem de nossa história, o jogador de baseball Joe DiMaggio.
JOE DiMAGGIO
Um dos grandes nomes do time de baseball do New York Yankees, Di Maggio foi nomeado três vezes MVP (Most Valuable Player) da MLB (Major League Baseball) e foi selecionado treze vezes para o All-Star Game (o único jogador a ser selecionado para o Jogo das Estrelas em todas as temporadas em que atuou).
Na sua aposentadoria, era o quinto maior rebatedor de home runs na história das grandes ligas com 361 HRs e o sexto em slugging percentage, com 57,9%. Ele é mais conhecido por sua sequência de 56 jogos com pelo menos uma rebatida (de 15 de maio a 16 de julho de 1941), que é recorde na MLB.
Joe DiMaggio se aposentou em 1951 como um dos melhores jogadores de todos os tempos do Yankees. Em 1969, por sua conduta impecável, recebeu o prêmio dos profissionais do baseball e foi eleito o maior esportista vivo.
A MORTE DE MARILYN MONROE EM DISCUSSÃO
Agora que todos os personagens foram devidamente apresentados, vamos à fatídica morte da estrela. Na noite da morte de Marilyn Monroe ela teria sido encontrada nua, de bruços e de pernas estendidas sobre a cama e com a cabeça sobre o travesseiro.
O seu psiquiatra Ralph Greenson e sua governanta Eunice Murray seriam os primeiros a chegar na cena do suposto suicídio e encontrado a atriz morta, segurando o telefone com a mão direita e sem bilhete de despedida.
Havia apenas um frasco de soníferos vazios e um disco de Frank Sinatra no toca-discos.
Dentro de uma agenda foi encontrado um bilhete para seu ex-marido, Joe DiMaggio, com quem planejava reatar: “Querido Joe, se ao menos eu puder fazê-lo feliz, terei conseguido o que há de maior e mais difícil, ou seja, fazer uma pessoa completamente feliz. A sua felicidade é a minha…”
Uma questão que aparece imediatamente após a apresentação dos nomes envolvidos na trama, e da cena do crime, é qual o motivo de então não se acreditar na versão oficial da morte de Marilyn Monroe?
Uma razão imediata seria o envolvimento da atriz com o poder americano da época. Dois de seus amantes pertenciam ao clã Kennedy e os suspeitos variavam sempre em torno de FBI, CIA ou a Máfia.
Mas o que impulsiona teorias conspiratórias é a análise feita pelo primeiro policial a chegar ao local do suposto suicídio, na madrugada de domingo, por volta das cinco horas da manhã.
Jack Clemmons, por seus anos de experiência, sabia que uma overdose como aquela causaria convulsões e vômitos e ele ainda indaga o fato de não haver nenhum copo no quarto. Teria a atriz tomado 40 comprimidos a seco?
Outra questão que apresenta divergência em suas variadas respostas seria da hora em que a haviam encontrado morta. Num primeiro depoimento, Eunice e Greenson afirmaram tê-la encontrado por volta da meia noite e só chamado a polícia às por volta das quatro da manhã, alegando que deveriam informar a 20th Century Fox primeiro.
Já num segundo depoimento, Eunice diz que por volta das três horas da manhã viu uma luz acesa debaixo da porta trancada e então chamou Greenson que teria arrombado a porta às pouco antes das quatro da manhã.
Até morrer, em 1988, Clemmons repetiu a quem quisesse ouvir que a cena havia sido montada. Theodore Curphey, o legista responsável pela autópsia de Marilyn Monroe concluiu que ela fora vítima de uma overdose.
Mas, o legista além de afirmar a presença de drogas no sangue e no fígado dela, apesar de não existir nenhuma picada em seu corpo, diz que ela não engolira de uma única vez os 40 comprimidos de fenobarbital receitado pelo psiquiatra.
O cólon, no entanto, apresentava resquícios de outro sonífero, o que indicava a introdução da substância pelo reto. O laudo indicou que foram ministradas doses capazes de matar 15 pessoas. Quando os legistas pediram mais análises, todas as amostras de tecido haviam sumido.
Outro ponto intrigante é que um dos objetos que faltava na cena do crime é o famoso diário da atriz. A polícia não conseguiu encontrar o tal diário que em suas páginas traria segredos de Estado confidenciados na cama por John e Bobby Kennedy, no auge da Guerra Fria.
Do inicio dos anos 60 até a morte de Marilyn em 1962, o presidente JFK e a atriz teriam se encontrado em público por cinco vezes. Na primeira vez, durante a campanha eleitoral, depois na mansão do ator Peter Lawford, em 1961, e uma terceira vez em Manhattan, em um banquete.
Nas duas últimas vezes, o affair entre os dois ficou evidente, em 1962, em Palm Springs, numa festa na casa de um amigo e, por último, no aniversário do presidente, no Madison Square Garden.
Pat Kennedy, mulher de Lawford e irmã do presidente, afirmaria 22 anos depois, que a atriz e o presidente teriam transado por várias vezes nos banheiros de sua casa.
Mas preocupado com as ligações dela para a Casa Branca, John a teria passado aos poucos para o irmão e Marilyn topou, só não gostou de ser deixada por ambos ao mesmo tempo.
Quando isso aconteceu ameaçou armar um escândalo. Entre junho e agosto de 1962, a musa falava em revelar as infidelidades de John, comprometendo a promissora carreira de Bobby e a própria segurança nacional.
SUICÍDIO OU ASSASSINATO?
Anos depois da morte de Marilyn Monroe, Norman Jeffries, genro da governanta Eunice e um dos empregados da propriedade da atriz, contou que, entre 21h30 e 22h do fatídico dia, Bobby Kennedy e mais dois outros homens teriam entrado na casa, colocado todos os empregados para fora, e só saíram da casa por volta das 22h30.
Ao retornar, Jeffries teria visto Marilyn de bruços e segurando o telefone. Eunice teria chamado uma ambulância e o psiquiatra Greenson. Ken Hunter, motorista da ambulância, confirmou a chamada, mas a atriz estava em coma. Nas palavras de Hunter ela teria morrido no caminho para o hospital.
Uma das vizinhas de Marilyn afirma ter visto Bobby e dois homens por volta das 18h30 do sábado se aproximando da casa da atriz e que um deles carregava uma mala preta como as que são utilizadas por paramédicos.
Porém, antes disso, existe um rumor brutal e hediondo! Uma semana antes de morrer, Marilyn Monroe aceitou um convite de Frank Sinatra para ir ao hotel e cassino Cal-Neva, então administrado pelo cantor e ator, que usou a desculpa de querer conversar com a atriz sobre um suposto filme.
O lugar era comum a mafiosos e políticos do alto escalão e, neste dia, estavam presentes no cassino, Sinatra, Pat Kennedy (irmã do presidente), Petter Lawford, Sam Giancana, além de Joe DiMaggio, que estava no resort.
Bêbada, a atriz teria sido levada para um dos bangalôs e estuprada por garotos de programa, enquanto Sinatra e Giancana assistiam a cena, que foi fotografada. Sinatra entregou o filme comprometedor ao fotógrafo Billy Woodfeld.
Quando a atriz recobrou a consciência, Lawford lhe disse que nem JFK nem Bobby queriam vê-la novamente e ainda informou que as fotos tiradas seriam divulgadas caso a atriz resistisse. Naquele mesmo fim de semana a atriz tomou uma overdose, mas sobreviveu. Sete dias depois, não teria a mesma sorte.
Joe DiMaggio cuidou de todo o funeral da atriz e proibiu qualquer participação de Sinatra e dos Kennedy. Durante vinte anos, o jogador não deixou que faltassem rosas vermelhas no seu túmulo.
Alguns biógrafos, no entanto, dizem que a morte de Marilyn não passou de um acidente. Greenson e Eunice teriam errado a dose dos remédios. Desesperado, o psiquiatra teria chamado a ambulância. Com a morte, a dupla teria levado o corpo da atriz de volta à casa e montado a cena. Depois, Jeffries teria inventado a história de Bobby Kennedy para proteger a sogra.
Enfim, são versões para um destino trágico de um dos maiores ícones da Cultura Pop da segunda metade do Século XX, que ainda desperta mistério e curiosidade. Abaixo, um vídeo que conta um pouco da solidão dos últimos momentos da mulher mais desejada do fim dos anos 1950 e começo dos anos 1960!
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- Paul Is Dead | A Suposta Morte de Paul McCartney em 1966.
- Frank Sinatra e Elvis Presley: O Encontro Que Uniu Gerações (1960)
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- J. Randy Taraborrelli – “The Secret Life of Marilyn Monroe” [Link do Livro]
- François Forestier – “Marilyn e JFK” [Link do Livro]
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