“Lulu”, album em parceria de Lou Reed com o Metallica foi lançado no dia 1 de outubro de 2012
Este álbum era largamente aguardado pela parceria inusitada entre o Metallica, ícone máximo do metal americano e uma das últimas grandes bandas do rock, e Lou Reed, cantor americano com álbuns de sucesso (vide Transformer, Berlin e New York) e ex-membro de uma das bandas mais originais e influentes do rock produzido nas terras do Tio Sam, o Velvet Underground.
O que salta aos olhos, ou melhor, aos ouvidos neste lançamento é o uso do estilo conhecido como spoken word, onde as letras são faladas ao invés de cantadas.Esta técnica é muito utilizada por Lou Reed em seus discos e aqui aparece de forma incessante. A ideia de unir os dois mundos tão distintos do rock se deu após a apresentação de ambos no concerto em homenagem aos 25 anos do Rock N’ Rool Hall of Fame no ano de 2009.
O disco é baseado em uma peça chamada Lulu, uma produção teatral de várias histórias escritas pelo dramaturgo alemão Franz Wedeking. Reed compôs algumas músicas para esta peça e trouxe-as para que os integrantes do Metallica dessem suas contribuições de arranjos.
Quando o projeto foi anunciado criou-se uma grande expectativa pois o Metallica se encontra em uma de suas melhores fazes e Lou Reed vem produzindo grandes álbuns nos últimos tempos como o aclamadíssimo Raven.
Porém, Lulu é um disco difícil de ouvir. Onde várias audições serão necessárias para compreender a mistura de rock avant-gard de Lou Reed com a fúria metaleira do Metallica saturada por muito spoken word.
E com certeza quem não tem o original com letras e encartes irá demorar ainda mais para deglutir as ideias.
Coragem é o que mais transpira destas composições.
Músicas de dois monstros sagrados da música moderna que não tem mais nada a provar e mesmo assim, saem de sua zona de conforto e se aventuram em novas experiências. Mas no fim tem-se a sensação de que faltou liga na mistura.
Não é Metallica, não é Lou Reed. Lulu é bom, e só. Nada que se compare ao que estes dois ícones do rock já fizeram eu suas carreiras.
O Primeiro cd começa com uma canção que até empolga no início.
A primeira faixa se inicia com Lou Reed e seu violão e de repente entra o peso do Metallica e a voz de James em contraste com a de Lou, mas com um detalhe: o Metallica é somente uma banda que acompanha o cantor.
Parece um álbum do Lou Reed com o Metallica como banda de apoio.
Esta primeira faixa Brandenburg Gate é uma incógnita, no meio do caminho entre o trabalho da carreira solo do ex-Velvet Underground e um Metallica da fase Reload com um pouco mais de peso.
Confesso ter achado esta música um pouco chata.
A segunda faixa, The View é uma das melhores. Saiu como primeiro single, mas teve um recepção negativa não figurando em nenhum dos charts pelo mundo.
A faixa começa com um andamento arrastado com as guitarras pesadas e tem seu momento de brilho nos idos dos dois minutos de canção com o Metallica aparecendo mais do que Lou Reed no que seria o refrão da música.
Pumpkin Blood começa com um andamento meio “orquestra de cabaré” que é rasgado pelo bumbo da bateria de Lars que prepara terreno para as palhetadas abafadas das guitarras furiosas em contraponto com a voz de Lou Reed e seu spoken word.
De repente, vem a calmaria, dedilhados de baixo realizados com maestria por Trujillo enquanto a letra é falada e Lars começa o ataque na bateria, entra a guitarra com Kirk Hammet solando.
A música termina com muita energia e sempre com a letra falada e não cantada, o riff final poderia ter sido utilizado no próximo álbum do Metallica.
Um orgão Hammond?
Um teclado?
Não sei! Mas após a introdução com um destes dois instrumentos começa Mistress Dead, furiosa, mas Reed insiste em continuar declamando e não cantando a letra.
O começo de Ice Honey (segundo single) fez meu coração palpitar um pouco mais, um belo classic rock pesado com melodia, groove, e os backing vocals de James Hetfield. Bela composição.
O começo de Cheat On Me chama bastante a atenção, linhas suaves, baixo muito grave e uma bela melodia se desenvolvendo bem e entrando no grupo das melhores composições do álbum.
É uma música muito interessante, com muitos detalhes e com Lou abusando do spoken word e os backing vocals de James se destacando novamente.
Termina o primeiro cd.
O Segundo cd começa com Frustation. Com uma bela introdução metal que descamba para um desenvolvimento estranho até voltar ao riff inicial.
Little dog começa com uma introdução de violão, com um clima de “velho oeste moderno” que se mantêm por grande parte da música.
As guitarras são em grande parte responsáveis por este clima que casa perfeitamente com o estilo de cantar de Reed. Com certeza mais um destaque!
Dragon começa e demora a tomar forma. O que só acontece lá pelos 3 minutos de música.
A base criada pelo Metallica para está música é notável, neste ponto o vocal de Lou Reed se tornou enjoativo, pois todas as linhas vocais do disco são iguais.
Este segundo cd é claramente mais experimental, com quatro faixas muito longas. A última, Junior Dad se estende por quase 20 minutos.
Seu inicio remete a algumas baladas compostas pelo Metallica durante sua carreira.
Durante a faixa o andamento vai sendo direcionado a harmonias de guitarra até culminar em riffs melodiosos e distorcidos. Após uma parte um pouco mais diferente no meio da música, a melodia inicial é repetida em looping.
Volta o clima estranho que se estende por quase dez minutos até o fim da canção.
Termina o cd!
Leia Mais:
- Lista de 5 Discos Essenciais de LOU REED
- METALLICA – “Kill ‘em All” | Artigo Especial
- LOU REED – “New York” | Você Devia Ouvir Isto!
- METALLICA – Resenha de “Hardwired… To Self Destruct”
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