Lancer – “Mastery” (2017) | Resenha

 

“Mastery” é o terceiro álbum da banda sueca de power/speed metal Lancer, lançado em 2017 e que foi lançado no Brasil numa parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.

Lancer - Mystery (2017, Shinigami Records, Nuclear Blast) Resenha Review

Esse é o tipo de álbum que já impressiona pela capa!

Com arte assinada por Dimitar Nikolov, não fica a dúvida de qual é o estilo desta banda sueca: Power Metal encorpado, com refrãos em tons altíssimos, além de pontes melódicas e empolgantes, tudo com muita pegada e energia!

Certo?

Bem… Em partes…

“Mastery” é o terceiro álbum da banda (sem contarmos o EP de 2012), e sim caminha pelo traçado do Power Metal, com bastante melodia, mas de uma forma bem particular e extremamente inteligente.

As três primeiras faixas, “Dead Raising Towers”“Future Milennia” e a faixa-título, já são impactantes pelo modo como elementos costumeiros do estilo são trabalhados de modo diferenciado.

Todavia, o que salta aos ouvidos é a pureza metálica e a imersão de elementos de Thrash Metal e NWOBHM na proposta, com riffs carnudos e solos dilacerantes, que deram um dinamismo impetuoso a um estilo tão saturado, tornando este álbum versátil e envolvente.

Quase um oásis dentro do Power Metal atual.

Muitos riffs e detalhes são pinçados do Heavy Metal clássico em suas diferentes escolas. “Future Milennia”, por exemplo, ao lado de “Iscariot” (tempestuosa), “Freedom Eaters” e “Widowmaker” (com um “q” de Iron Maiden), se constroem sobre a base alemã do Speed Metal, em conluio Metal Clássico, com vocais altos, guitarras tempestuosas e bateria cavalar, mas tudo com espírito oitentista.

Já a faixa-título puxa mais para o Power/Thrash Metal, com guitarras endiabradas, desfilando progressões dilacerantes em meio a passagens cadenciadas e pesadas, que preenchem o esqueleto musical construído no molde feito das primeiras eras do Helloween.

E essa estrutura básica, junto ao sentimento épico, à lá NWOBHM, de alguns momentos, são responsáveis pela pegada old-school perene no trabalho.

E por falar em  NWOBHM, a nobreza metálica britânica ajuda a construir, principalmente as faixas mais cadenciadas, como “Victms of the Nile”, uma belíssima power ballad, assim como “World I Know”, onde são inegáveis as influências melódicas do Iron Maiden (claro, da época boa da banda), mas também as progressões épicas do Diamond Head e do Jaguar, que também aparecem em “Follow Azrael”“Envy of the Gods” (que, por sua vez, mescla o melhor dos dois mundos que se intersectam dentro do trabalho).

É nestes momentos cadenciados onde podemos perceber o grande vocalista que é Isak Stenvall, que, mesmo com alguns exageros pontuais, e tomadas as devidas proporções, em estúdio soa como  um amálgama do alcance de Michael Kiske (Helloween), a versatilidade e senso melódico de Bruce Dickinson (Iron Maiden), e a agressividade e energia de Tony Moore (Riot).

Claro que o Lancer não traz nada de novo ao mundo do Heavy Metal, mas impressiona o fato de conseguirem não soar previsíveis dentro de um estilo tão saturado como este.

Talvez os elementos extras, que tiraram a “felicidade” das abordagens mais modernas e deram mais “sombra” às composições, sejam os responsáveis pelo conjunto variado e inteligente de arranjos.

E vou além, acredito que são nas passagens que saem deliberadamente dos limites do Power Metal onde temos os melhores momentos do álbum.

“Mastery” surpreendente de modo tal, que pode agradar até mesmo aqueles que são relutantes em relação ao Power Metal, pois além das músicas dançarem entre as influências principais de Iron Maiden e o Helloween sob a luz old school, se mostram uma das mais promissoras e certeiras bandas que o estilo tem hoje!

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