Kryptos – “Force of Danger” (2021) | Resenha

 

“Force of Danger” é o sexto álbum de estúdio da banda indiana de heavy/thrash metal Kryptos, que buscar reavivar a chama das formas oitentistas do gênero com muita energia e determinação.

Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco que foi lançado no Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records, Valhall Music e AFM Records.

"Force of Danger" é o sexto álbum de estúdio da banda indiana de heavy/thrash metal Krypton, que buscar reavivar a chama das formas oitentistas do gênero com muita energia e determinação.

Sem exageros, podemos dizer que o Kryptos é a primeira banda de heavy metal da Índia a ganhar certa repercussão mundial, afinal, em 2013, eles foram a primeira banda do país a tocar um set completo no festival Wacken Open Air, desfilando seu heavy metal de cacoetes thrash metal e estilo oitentista que se mantém neste “Force of Danger”, seu sexto disco de estúdio.

Puxando pela memória, creio que a única banda da Índia dedicada a alguma forma de heavy metal que eu ouvi foi o Demonstealer, mais precisamente seu álbum de 2016, intitulado “This Burden Is Mine”. Mas as duas bandas não poderiam ser mais diferentes, pois se o Demonstealer se propõe a tornar o death/thrash metal grandiloquente e virtuoso, o Kryptos quer um ataque rápido e impiedoso de sua mescla de NWOBHM com heavy metal norte-americano dos anos 1980.

Ou seja, podemos esperar algumas introduções melódicas e pesadas abrindo espaço para a pauleira comer solta na sequência, com solos em profusão, energia desmedida e uma bateria que espanca os ouvidos impiedosamente! O tradicionalismo do estilo é latente no ataque sonoro proporcionado pelas oito faixas que completam “Force of Danger”. 

Até por isso, as referências claras misturam a insanidade do speed metal clássico com a estética melódica e estrutural da NWOBHM e o despojamento do hard n’ heavy oitentista, lembrando uma mistura interessante de nomes como Judas Priest, Metallica (do início), Kreator, Dokken, Ozzy Osbourne e Dio.

Isso porque, se por um lado os vocais de Nolan Lewis estão muito próximos daqueles de Mille Petrozza usava no passado, suas guitarras e as de Rohit Chaturvedi conseguem capturar toda a essência das harmonias que estas outras bandas praticavam em seu período de glória, gerando uma musicalidade muito envolvente ao incluir detalhes que remetem ao hard rock setentista em meio ao seu vigoroso liquidificador instrumental.

Mas não pense que a fórmula é datada pela simples menção à roupagem clássica, pois as canções conseguem transitar para a sonoridade moderna com apenas um riff de guitarra, ficando lado a lado a bandas modernas como o Night Demon e Enforcer, por exemplo.

Outro ponto interessante da musicalidade do Kryptos, bem representada na arte da capa (com claras referências aos jogos de video-game dos anos 1980 e ao clássico filme “Terminator”), o abuso dos clichês são claramente utilizados não pela falta de criatividade, mas como um conceito artístico que funciona maravilhosamente em termos musicais, nos levando à prática involuntária do air guitar quando as guitarras furiosas nos apresentam canções como “Dawnbreakers”, “Thunderchild” e “Omega Point”, destaques máximos de um ataque devastador do puro heavy metal em pouco mais de trinta e cinco minutos.

Mas não pense que apenas estas três faixas se salvam no trabalho, pois em “Force of Danger” o Kryptos conseguiu criar um repertório altamente nivelado, oscilando bem entre composições mais diretas e outras mid-tempo, como a excelente e vigorosa abertura intitulada “Raging Steel”, além de  “Nighthawk” (que me lembrou uma forma mais muscular de algo do clássico “British Steel”, do Judas Priest).

Na bifurcação entre reinventar o gênero ou praticá-lo com empenho, o Kryptos resolveu reviver com empolgação, alta energia e sangue nos olhos, uma das formas mais puras que o heavy/thrash metal já teve em “Force of Danger”. E deu muito certo!

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