Kreator – Resenha de “London Apocalypticon – Live At The Roundhouse” (2020)

 

Kreator London Apocalypticon – Live At The Roundhouse
Kreator – “London Apocalypticon – Live At The Roundhouse” (2020 | Nuclear Blast, Shinigami Records)

O Kreator é uma das bandas mais importantes da história do heavy metal!

Brutal, intenso e faminto, a banda alemã capitaneada por Mille Petrozza edificou uma geometria dentro do thrash metal que conseguia ser agressiva e extrema, mas também dona de uma musicalidade coesa, retrabalhando a crueza do gene metálico alemão entre faixas rápidas e cadências pesadas.

Riffs primitivos e aquelas paradinhas precisas e empolgantes fizeram de discos como “Pleasure to Kill” (1986), “Terrible Certainty” (1987), “Extreme Aggression” (1989), e “Coma of Souls” (1990) clássicos indiscutíveis do thrash metal alemão.

Porém, os anos 1990 não foram muito felizes para os fãs mais radicais da banda, pois Mille e sua trupe experimentaram bastante em discos como “Outcast” (1997) e, principalmente, “Endorama” (1999).

O que para muitas bandas poderia significar o fim, para o Kreator foi o recomeço!

Em 2001, com o hoje clássico “Violent Revolution” a banda alemã retomava sua trajetória de glórias musicais e entrava numa de suas melhores fases discográficas, tanto em técnica e agressividade quanto em exploração melódica, enquanto retomava suas características tradicionais e renovava sua fórmula.

Ou seja, à partir daí são quase duas décadas de discos excelentes que este ao vivo intitulado “London Apocalypticon – Live At The Roundhouse” vem celebrar!

Não à toa, a maioria do repertório é retirada dos discos lançados entre “Violent Revolution” (2001) e “Gods of Violence” (2017), com destaque a faixas como “Fallen Brother”“Gods of Violence”, “Enemy of God”, “Phantom Antichrist”, “Hordes of Chaos” “Violent Revolution” (essa sem dúvidas uma das melhores músicas da banda).

De velhos clássicos mesmo “só” “Awekening the Gods”, “People of Lie”, “Flag of Hate”, “Phobia” e o final avassalador com “Pleasure to Kill”.

Tudo bem que sempre queremos ouvir “Riot of Violence”, “Under the Guilhotine”, “Tormentor” e todos os clássicos de sua época dourada, mas não dá pra reclamar de um repertório de show de uma banda como o Kreator.

Além disso, a escolha pelas faixas mais “novas” pode levar a duas observações.

A primeira é que a banda ainda é muito relevante e competente no gênero que se predispõe a praticar, afinal as músicas escolhidas não devem em nada às antigas.

Já a segunda observação pode ser apenas uma impressão, mas a mim pareceu que deveríamos encarar algumas verdades, a principal, além do excelente trabalho de captação de uma banda impecável  no palco, é que o tempo chegou para a voz tão característica de Mille Petrozza.

Basta conferir outros discos ao vivo como o épico “Live Kreation” (2003) ou o documento histórico em vídeo intitulado “At the Pulse of Kapitulation – Live in East Berlin 1990”, para perceber que essa observação se confirma numa comparação com a interpretação das músicas mais antigas.

E isso é algo natural, além de ajudar a explicar a escolha por composições mais recentes, não tão velozes e mais trabalhadas, onde sua voz se insere de uma forma diferente do “esganiçado” de antigamente, mas que nem de longe compromete a performance nos clássicos do passado.

Entretanto, prefiro pensar que era apenas o peso dos 150 shows da turnê de divulgação de “Gods of Violence” pesando, não só em suas cordas vocais, mas em toda a banda, que me pareceu deixar o cansaço transparecer em momentos pontuais do registro.

Porém, nada disso deixou o material morno, como bem justifica a platéia, que está interagindo constantemente com a banda, claramente não dando a mínima para todo esse papo furado acima e apenas curtindo um bom show de thrash metal. E isso o Kreator sem dúvidas entregou!

“London Apocalypticon – Live At The Roundhouse”, que acaba de sair em versão nacional pela Shinigami Records, principalmente fecha um ciclo importante da carreira do Kreator, que após o lançamento do ótimo “Gods of Violence” entrou num ritmo intenso de shows e participações em festivais na Europa, América do Norte e do Sul, Austrália, Ásia e Nova Zelândia. O show de Londres era o último de cento e cinquenta, logo merecia ser registrado.

Pode não ser “o melhor lançamento ao vivo do KREATOR de todos os tempos”, como disse Mille Petrozza, mas é um retrato e tanto de uma banda em uma de suas melhores fases da carreira!

FAIXAS

1. Choir Of The Damned
2. Enemy Of God
3. Hail To The Hordes
4. Awakening Of The Gods
5. People Of The Lie
6. Gods Of Violence
7. Satan Is Real
8. Mars Mantra
9. Phantom Antichrist
10. Fallen Brother
11. Flag Of Hate
12. Phobia
13. Hordes Of Chaos
14. The Patriarch
15. Violent Revolution
16. Pleasure To Kill
17. Apocalypticon

FORMAÇÃO

Mille Petrozza (vocal e guitarra)
Sami Yli-Sirniö (guitarra)
Christian “Speesy” Giesler (baixo)
Jürgen “Ventor” Reil (bateria)

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