Entenda como a formação original do Kiss se separou, gerando um dos conflitos mais significativos entre músicos da história do rock. Por que o excesso de bebidas, drogas e travessuras sexuais de dois de seus integrantes eram muito selvagens, até mesmo para o Kiss.
Nos idos dos anos 70, o mundo testemunhou o surgimento de uma banda que se tornaria sinônimo de rock ‘n’ roll teatral: o Kiss.
O Kiss foi formado em janeiro de 1973, em Nova York, por Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss. Eles rapidamente se tornaram conhecidos por suas maquiagens elaboradas, performances teatrais e música poderosa.
A banda não apenas criou música; eles criaram um fenômeno cultural. Suas maquiagens icônicas e performances pirotécnicas definiram uma era de espetáculo no rock.
Mas, como muitas histórias de ascensão meteórica, a queda estava à espreita nas sombras.
A Fórmula do Sucesso e o Peso da Fama
O Kiss não era apenas uma banda; era uma marca. Com uma vasta gama de mercadorias, desde quadrinhos até caixões, eles entenderam o negócio do entretenimento como poucos.
No entanto, com o sucesso veio a pressão, as expectativas e, mais perigosamente, as tentações.
A indústria da música dos anos 70 era notória por seu estilo de vida hedonista, e o Kiss estava no centro disso tudo.
Nos anos seguintes à sua formação, o Kiss alcançou sucesso comercial massivo, especialmente após o lançamento do álbum “Alive!” em 1975, que catapultou a banda para o estrelato.
Divergências Criativas e Pessoais
A jornada do Kiss foi marcada por noites selvagens e excessos inimagináveis. As histórias de suas aventuras, repletas de álcool, drogas e escapadas sexuais, tornaram-se lendárias.
Mas o que começa como uma celebração do sucesso e da liberdade muitas vezes se transforma em uma espiral autodestrutiva.
Enquanto o público adorava a sinergia entre os membros no palco, fora dele, as coisas eram menos harmoniosas. Divergências criativas começaram a surgir, com membros da banda puxando em direções diferentes.
Paul Stanley e Gene Simmons, frequentemente vistos como os líderes, tinham uma visão para o Kiss que nem sempre alinhava com a de Ace Frehley e Peter Criss.
Os Conflitos Internos
No Kiss, histórias de festas desenfreadas, álcool, drogas e encontros com groupies eram a norma. Mas o que começou como diversão logo se tornou um problema.
Ace e Peter, em particular, começaram a mostrar sinais de que o estilo de vida estava afetando seu desempenho e comprometimento com a banda. A relação entre os membros começou a desgastar-se.
Paul Stanley e Gene Simmons encontraram-se frequentemente em desacordo com Ace Frehley, o guitarrista, e Peter Criss, o baterista.
O comportamento não profissional de Ace e Peter, mesmo para os padrões indulgentes do heavy rock, tornou-se insustentável. Eles foram expulsos da banda no início dos anos 80, marcando o fim de uma era.
O Estilo de Vida Selvagem de Ace Frehley
Ace Frehley, conhecido por sua maquiagem espacial prateada e solos de guitarra elétricos, era uma figura central no Kiss. Ele começou a mostrar sinais de luta contra o abuso de substâncias no final dos anos 70. Seu consumo excessivo de álcool e drogas tornou-se notório durante esta época.
As festas após os shows muitas vezes se transformavam em bacanais onde o excesso era a norma, mas para Ace, essas noites começaram a se tornar mais do que apenas uma celebração do sucesso; elas se tornaram uma necessidade.
Seu consumo excessivo de álcool e drogas se tornou uma preocupação constante. Em suas próprias palavras, Ace admitiu: “Não posso negar que meu consumo de álcool e drogas acabou se tornando altamente perturbador e problemático.” Esta admissão reflete a gravidade de sua situação.
Incidentes e Impacto
Os excessos de Ace não apenas afetavam sua saúde, mas também seu desempenho. Incidentes de esquecimento, atrasos e performances inconsistentes tornaram-se mais frequentes.
Em várias ocasiões, seus companheiros de banda tiveram que intervir, salvando-o de situações perigosas. A relação com os outros membros começou a se deteriorar, e a tensão era palpável.
Um dos incidentes mais notórios envolvendo Ace ocorreu em dezembro de 1976, quando ele quase perdeu a vida devido a um choque elétrico durante um concerto.
Sua dependência também o levou a várias overdoses e acidentes de carro. Em uma ocasião, ele foi encontrado inconsciente e quase fatalmente intoxicado. Esses eventos foram sinais alarmantes de que seu estilo de vida estava fora de controle.
A Jornada Turbulenta de Peter Criss
Peter Criss, o “Catman”, era conhecido por sua energia e estilo distinto na bateria. No entanto, como Ace, Peter também foi sugado pelo vórtice do estilo de vida do rock ‘n’ roll.
Peter Criss enfrentou seus próprios desafios com substâncias e comportamento errático durante o final dos anos 70. Seu vício em cocaína e álcool começou a afetar gravemente sua performance e relacionamentos.
Histórias de comportamento errático e confrontos com os membros da banda tornaram-se comuns.
Em suas próprias palavras, Peter descreveu um período sombrio: “Eu estava sentado em um lixão de Hollywood em frangalhos. Carro assaltado, tudo se foi.” Esta confissão ilustra a profundidade de seu desespero.
Consequências e Conflitos
Os vícios de Peter não apenas o colocaram em rota de colisão com seus colegas de banda, mas também com a lei. Sua habilidade de contribuir para a banda diminuiu, e as tensões aumentaram.
O comportamento errático de Peter, muitas vezes exacerbado por seu vício, levou a confrontos frequentes com os outros membros da banda. Em um incidente particularmente tenso, ele supostamente destruiu seu quarto de hotel em um acesso de raiva, causando milhares de dólares em danos.
Tais explosões eram sintomáticas de problemas mais profundos e contribuíram para a crescente tensão dentro do grupo. A banda, uma vez uma unidade coesa, estava agora em frangalhos, com os membros lutando para manter a integridade pessoal e profissional.
A Queda: Conflitos e Separação
Os incidentes envolvendo drogas e álcool começaram a afetar a dinâmica da banda. As performances ao vivo sofreram, e as gravações de estúdio tornaram-se tensas. A relação entre os membros estava se desgastando rapidamente, e o público começou a notar. A imagem do Kiss como uma unidade coesa estava se desintegrando.
Finalmente, chegou a um ponto em que Paul Stanley e Gene Simmons tiveram que tomar decisões difíceis. Para preservar o que restava da integridade e do futuro da banda, Ace Frehley e Peter Criss foram expulsos. Foi um momento marcante, sinalizando o fim da formação original que tantos haviam adorado.
Os problemas de Peter culminaram em sua saída da banda em maio de 1980, após o lançamento do álbum “Unmasked”. Sua incapacidade de cumprir com suas responsabilidades e o crescente conflito com outros membros levaram a essa decisão difícil.
Ace Frehley seguiu o caminho de Peter, deixando a banda em 1982 após o lançamento do álbum “Music from ‘The Elder'” em 1981. Sua saída foi marcada por anos de luta contra o abuso de substâncias e desentendimentos com os membros da banda. Embora ele apareça na capa do álbum “Creatures of the Night”, o guitarrista não tocou uma nota sequer
O Legado e as Lições
Nos anos seguintes, houve tentativas de reconciliação, turnês de reunião e até um disco com o quarteto original em 1998, intitualdo “Psycho Circus”. Momentos de reflexão levaram a reconhecimentos dos erros do passado. Ace e Peter, cada um à sua maneira, admitiram as consequências de seus estilos de vida e as oportunidades perdidas.
O Impacto Duradouro
Apesar da separação, o legado da formação original do Kiss permanece inabalável. Eles não apenas definiram uma era, mas também influenciaram gerações de músicos e fãs. As lições de sua jornada ressoam até hoje – uma mistura de inspiração e advertência sobre os perigos do estrelato.
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