“Silicon Fortress” é o segundo álbum da banda paulista de heavy metal Insane Driver, lançado de forma independente em 2021.
De certa forma, não seria exagero dizer que o quinteto paulista Insane Driver mantém a proposta pesada e melódica do auto-intitulado primeiro trabalho, lançado em 2016, que os colocou como promessas do metal nacional.
Mas existe algo a mais na receita musical da Insane Driver em “Silicon Fortress”.
De fato, mantiveram os principais aspectos de sua personalidade musical. Continuam misturando heavy metal, metalcore e post-grunge, porém, agora dão um polimento progressivo aos detalhes e mais foco às composições e à produção.
A produção, aliás, à cargo de Danilo Pozzani, foi muito eficiente ao imprimir com ainda mais potência os riffs “trampados” e a organicidade providencial à parcela moderna da musicalidade da Insane Driver.
Neste contexto, estas novas onze músicas sobrepõem arranjos melódicos entremeados com o peso dinâmico e trabalhado do progressivo moderno, dialogando musicalmente tanto com os clássicos quanto com a contemporaneidade do rock n’ roll e o heavy metal.
Certamente, essa minha impressão de que o Insane Driver soa mais progressivo pode estar ligada a forma com que mudam os andamentos e usam as linhas vocais mais dramáticas, melódicas e por vezes melancólicas.
Até por isso é fato irrefutável que a musicalidade desenvolvida pelo Insane Driver amadureceu neste período entre os dois trabalhos, principalmente no que tange ao desenho cheio de feeling das guitarras da dupla Dan Bigal e Dave Martins, ambos amparados pelo trabalho técnico e pesado de Cesar Castro (baixo) e Wagner Neute (bateria)
A musicalidade de “Silicon Fortress” é enérgica e explosiva, sendo que tudo é talhado aos detalhes em cada dobra melódica, em cada harmonia, sempre servido à música pesada, mas com a espontaneidade presente nos momentos de maior energia e simplicidade.
A tal evolução se apresenta já na abertura com “Back to 1994”, fazendo alusão a alguém que nasce junto com a revolução da internet por uma musicalidade que lembra algo do Queensryche, pela classe.
Influência esta, aliás, ainda mais evidente no refrão de “Faceless Demons”, uma ótima faixa que chega na sequência com energia e bom gosto nos arranjos.
Seguindo esta linha, composições como “Ghosts”, “Silicon Fortress”, “Invisible Chains” (com guitarras insinuantes e linhas de baixo bem desenhadas) e “Distant Hearts” aumentarão ainda mais aquela impressão que o Insane Driver está pisando com mais confiança dentro do terreno progressivo.
Já músicas como “Keep Away”, “Insane Driver” (um metalzão que empolga) e “Imagines Realities” mostram que mesmo a banda bebendo mais da fonte progressiva, seus músicos dominam o segredo de uma boa peça de heavy metal: riffs certeiros, solos empolgantes e bons refrãos.
Porém, os grandes destaques por aqui são “Age of Lies” (uma faixa trabalhada no atrito entre peso, melodia, raiva e melancolia) e “Desperate Prayer” (com cadência pesada, agressividade bem administrada nos backing vocals e no groove, e letra sensacional) ambas gerando uma forma de metal moderno, mas com reverência total aos clássicos.
A maturidade artística atingida não vem marcada apenas no âmbito musical, pois a arte de capa, o título do trabalho e as letras mostram que este atributo chegou à mensagem do Insane Driver.
Todas as letras parecem formam uma coleção de crônicas sobre a vida moderna, dividida entre o real e o virtual, e como estamos perdendo o contato com a realidade e a habilidade de ter uma vida social saudável.
Esta reflexão, em diversas vezes, parece ser através de uma alegoria de vida, morte e o que existe após a morte. Confesso que eu achei bem interessante, se é que realmente compreendi a mensagem.
Definitivamente, com “Silicon Fortress” o Insane Driver muda seu patamar, de promessa para realidade!
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