“Confinement” é o primeiro álbum da banda brasileira In Soulitary, mostrando pureza metálica, mas longe do lugar comum!
Lançado pelo selo Shinigami Records, tudo em “Confinement” se assemelha a uma investigação das fronteiras do Heavy Metal, revelando o que ali se esconde pela banda In Soulitary. Abaixo você lê nossa resenha completa.
A climática “Burning Tsa” abre as cortinas de “Confinement”, primeiro álbum da banda brasileira In Soulitary, para a explosão de “Hollow”, faixa seguinte, um exemplar extremamente técnico de Death Metal Melódico, com vocais oscilando entre a agressividade e a limpidez, e velocidade alucinante. Uma composição perfeita para abrir a discografia da banda, pois é certeira, energética, furiosa, e envolvente.
O sexteto foi formado na cidade de São Paulo, em 2002, pelo baterista Matthew Liles, lançando, após dois anos, sua primeira demo, “Mouth of Madness”. Após algumas mudanças na formação ao longo dos anos, o cerne do In Soulitary estava definido com Matthew Liles (bateria), Elder Oliveira (baixo), e Daniel Schneider (guitarra). Em 2013 lançam o EP “He Who Walks…”, já com Marcel Briani (vocais), André Bortolai (teclados) e Rafael Pacheco (guitarras), completando a formação, material muito recebido que criou expectativa pelo primeiro álbum. Expectativa que foi sanada com este precioso “Confinement”, um trabalho que consegue ser exploratório e envolvente ao mesmo tempo, num som técnico, agressivo e melódico. Livre de rótulos!
E engana-se quem pensa que a banda se fiará apenas a um estilo! A mistura de influências é constante, indo do Metal Clássico ao Hard Rock, passando por pitadas de Thrash Metal, de Power Metal Melódico (confira a ótima “Behind The Rows”), e até mesmo por aclimatações góticas pontuais (como no desfecho de “Hollow”), ou esparsas linhas progressivas (como nos teclados de “Mouth of Madness”, uma faixa que explora a velocidade casada com o groove).
O que mais salta aos ouvidos enquanto as faixas se desenvolvem é a inventividade dos arranjos, a forma homogênea com que entrelaçam tantos estilo e abordagens com naturalidade e organicidade. A evolução das faixas se apresenta como um passeio de montanha-russa pelos subgêneros do Heavy Metal, provando emoção em cada curva acentuada das alternâncias dos arranjos, criando expectativa enquanto linhas mais retas se desenvolvem, e imprimindo adrenalina nas evoluções rápidas e insanas.
As letras e as inserções de diálogos introdutórios deixam clara a preocupação da banda não somente com a excelência do instrumental, se esmerando em dar conteúdo à sua mensagem, se embasando em obras de autores como Stephen King, José Saramago, Edgar Allan Poe, George Orwell, Alan Moore, Stephen Hawking e Ray Bradbury.
O poderio do instrumental técnico extrapola a exibição, preocupando-se estritamente com a construção de composições de altíssimo nível, numa dinâmica que oxigena o álbum como um todo, mesmo com a intensidade claustrofóbica de andamentos mais acelerados, imergindo cada vez mais o ouvinte no trabalho.
Claro que cada integrante tem sua alta parcela de “culpa” no sucesso de “Confinement”, sem medo de assumir o protagonismo quando chamados ao centro dos arranjos, mas, como destaques isolados, temos o embasbacante trabalho vocal de Marcel Briani (a alma deste trabalho) e a bateria de Matthew Liles (certamente o coração das composições).
E é justamente a criatividade que torna faixas como “Written to Life” (com progressões de guitarra à lá Iron Maiden e alguns vocais lembrando os de Kai Hansen ainda no Helloween), “Ministry of Truth” (com passagens climáticas e força instrumental), “Raven King” (brutal), e “Deep Fear” (com andamentos agressivos e variados) tão impressionantes! O único porém do álbum é a faixa “The Key” que, apesar do ótimo dueto vocal com Lan Weiss, parece uma colagem de produções distintas, destoado um pouco da unicidade do trabalho.
Tudo nesse álbum se assemelha a uma investigação das fronteiras do Heavy Metal, revelando partes do que ali se esconde por álbum muito acima da média, com padrão internacional de puro Heavy Metal, mas longe do lugar comum!
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