“Pílulas Azuis” é uma graphic novel escrita e desenhada pelo quadrinista belga Frederik Peeters, e lançada no Brasil pela Editora Nemo, em 2015.
O que dizer de um quadrinho que tem o poder de mudar sua visão de mundo?
Quais palavras utilizar para apresentar um trabalho que salvou este leitor de um dia de humor depressivo e iracundo?
“Pílulas Azuis” realizou em mim todas estas benfeitorias em sua honestidade embalada em muita sensibilidade, numa narrativa que só corrobora com a certeza de que viemos a este plano para aprender com certos momentos da vida, pré-estabelecidos por uma conjunção de eventos na infinitude daquilo que não compreendemos!
Não temos o controle de nada, mas podemos, harmoniosamente, suplantar todas as dificuldades e incertezas que surgem a cada instante.
Não espere um roteiro mirabolante, pois esta é uma narrativa simples e puramente autobiográfica que rendeu a Frederik Peeters, renomado quadrinista suíço, o Polish Jury Prize no festival de quadrinhos Angoulême.
Todavia, espere muita sensibilidade e empatia enquanto Peeters desfia sua história com Cati e um “vírus ignóbil que entra em cena e muda tudo”.
Ao expor o drama pessoal de sua família, o autor explora todas as nuances psicológicas e de sentimentos contraditórios causadas pelo medo daquilo que se desconhece.
Sem nenhum sentimentalismo barato, ou abuso de clichês, temos uma obra tanto didática, quanto emocionante, utilizando suas próprias experiências de vida como exemplos para tentar amainar o preconceito que atinge os soro-positivos.
A crueza da exposição dos fatos é disfarçada pelo humor sagaz que colore os momentos de tensão e pelos relatos de amor e afeto que iluminam constantemente as sombras dos problemas que acometem os “personagens”.
Ao fim desta peça brilhante somos atingidos pela constatação do exagero que damos aos nossos pequenos problemas cotidianos e como não somos os únicos a enfrentar, com medo, ansiedade e tensão, as pedras que nos são atiradas pela vida!
Como bem escreveu o jornalista Sidney Gusman,
“na trilogia Matrix, a pílula azul representava a fuga para a vida ilusória. Nesta magnífica HQ autobiográfica do suíço Frederik Peeters, ela é a garantia de que a realidade continua. Sempre cercada de incerteza, medo, desejo, dor, angústia, alegria, fé, compaixão e, principalmente, amor”.
Na edição lançada no Brasil pela editora Nemo, em 2015, ainda temos um epílogo inserido posteriormente por Peeters, onde o autor nos mostra como a família tem lidado com o HIV nos últimos treze anos, desde a primeira edição, em 2001.
Certamente, uma das mais belas histórias de amor que já li!
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