Neil Gaiman | 4 Quadrinhos Pra Conhecer

 

Neil Gaiman é um escritor britânico que ganhou elogios da crítica e sucesso popular com contos de fantasia ricamente imaginados que frequentemente apresentavam um tom obscuramente humorístico.

Hoje iremos escolher quatro quadrinhos clássicos que são frutos de sua mente imaginativa.

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Parece que o grande público só descobriu Neil Gaiman agora, com ao menos duas décadas de atraso. Se eu tivesse que apresentá-lo a algum destes desavisados, nos dias de hoje, bastaria dizer o seguinte: “é o cara que escreveu ‘Sandman’ e ‘Deuses Americanos’!” Não que sua obra se resuma a esses dois trabalhos, muito pelo contrário. Poucos nomes possuem tanta identidade e riqueza em sua construção artística quanto ele. Mas a relevância destas duas obras transcende apenas eu trabalho, sendo partes indissociáveis da cultura pop moderna.

Existe um lirismo inerente à sua escrita mesmo nos momentos mais cruéis e obscuros, que consegue nos deixar comovidos e envolvidos com a trama de modo cabal, seja em seus livros , quadrinhos, filmes, seriados de Tv, poemas, ou em sua ópera. Gaiman é cronista de um mundo que só ele enxerga, e claramente escolhe os melhores ângulos para nos contá-las, mesmo quando se junta a outros artistas da nona arte para dar vida a seu mundo particular. Por isso, hoje vamos indicar quatro HQ’s para você se introduzir no universo de Neil Gaiman na nona arte.

1 – “SANDMAN”

“A série conta a história de Morfeus, um dos Perpétuos — criaturas análogas aos deuses, mas ainda maiores — responsável pelo Mundo dos Sonhos. Basicamente ele controla e tem acesso a todos os sonhos da humanidade e de todas as criaturas capazes de sonhar, sendo o senhor do Mundo dos Sonhos, a terra aonde vamos em nossas horas de sono. Quando uma ordem mística tentou capturar a irmã de Sonho, a Morte, em seu lugar eles capturaram Morfeus. Assustados com o que conseguiram, os membros da ordem o mantiveram cativo. E assim teve início um período de diversas décadas em que esse Perpétuo ficou trancafiado à mercê de seus captores, deixando o Mundo dos Sonhos abandonado e os sonhadores desamparados. A série nos revela como ele se libertou e como foi capaz de se adaptar no mundo após tantos anos de ausência, e também nos mostra um vislumbre de sua história e da mitologia dos Perpétuos.”

Sobre essa série eu simplesmente poderia opinar usando apenas uma frase: “obra de arte, obrigatória!” Mas não consigo, e preciso dizer também que esta saga redefiniu os quadrinhos nos anos 1990, quebrando a barreira da nona arte rumo ao olimpo da cultura pop.

Mitologia, fantasia, história gótica, tudo converge nesta saga que foi concluída em 1996, e que até os dias de hoje impressiona e conquista fãs.

2 – “OS LIVROS DA MAGIA”

“Timothy Hunter é um típico garoto de treze anos de idade que passa suas tardes assistindo à tevê e andando de skate. Mas ele é diferente de praticamente todos os outros adolescentes do planeta e está prestes a descobrir o porquê. Resumindo em uma palavra: magia. Tim não acredita nela, mas a magia certamente acredita nele – pelo menos o suficiente para que alguns praticantes já estejam planejando sua morte. Mas, pra sorte do garoto, ele também tem aliados nos planos sobrenaturais. Quatro dos maiores e mais misteriosos magos juraram protegê-lo e instruí-lo, e cada um deles está preparando uma jornada para demonstrar os perigos e as recompensas da magia. E, acima de tudo, lhe mostrarão o preço.”

Aqui, ao lado de ilustradores do quilate de John Bolton, Scott Hampton, Charles Vess e Paul Johnson, Gaiman desenvolve sua visão da iniciação ao surreal, o ponto de virada do adolescente comum para o aprendiz de feiticeiro, o momento em que o impotente grão de areia se dirige ao caminho que poderá guiá-lo à onipotência do conhecimento além do comum.

Uma parte da jornada do herói sobre a qual já conversamos enquanto dissecávamos a saga Star Wars. Além disso, as personagens que guiam o herói nesta jornada são um destaque à parte, com especial menção ao histórico John Constantine. Outra obra-prima dos quadrinhos!

3 – “ETERNOS”

“Criados pelos seres conhecidos como Celestiais, os Eternos são imortais, dotados de poderes incalculáveis. Eles existem há milhares de anos. Já observaram civilizações surgirem e desaparecem. Como é possível ninguém se recordar deles? Para um homem em particular, contudo – o estudante de medicina Mark Curry -, a resposta dessa pergunta mudará seu mundo de formas que ele jamais poderia imaginar”.

Essa HQ nasceu do fascínio de Jack Kirby pela teoria dos Antigos Astronautas, e em 1975 lançou a série original “Os Eternos”. Claro que existem três décadas separando o nascimento dos personagens com a revitalização que Neil Gaiman deu ao título, encaixando-os no Universo Marvel do novo milênio.

O roteirista lera a série original na época de seu lançamento, o que contribuiu no resultado final junto a John Romita Jr. no projeto de retomar um título abandonado da Marvel. A força de “Eternos” se situa no misticismo tecnológico (se é que isso é possível), da arte, e no roteiro de Gaiman, desenvolvendo um panteão de semi-deuses, numa mitologia artificial irresistível.

4 – “1602”

“O ano é 1602. Enquanto a Era Elisabetana se aproxima do fim, a Inglaterra é perturbada por tempestades inexplicáveis e boatos de poderosos seres inumanos espreitando a terra. Por toda a Europa, heróis e vilões estranhamente familiares, incluindo Nick Fury, Homem-Aranha, os X-Men e o Doutor Destino são arrastados para um intrincado plano de traição e perfídia. Um plano que pode muito bem trazer o fim de seu mundo.”

O que Gaiman praticou aqui foi sua usual, e não menos genial, tangência ao bizarro de forma onírica, ao reimaginar personagens estabelecidos em uma realidade dentro de um novo ambiente, no caso a Era Elisabetana. Também é necessário enaltecer a arte de Andy Kubert, com sua técnica de “lápis potencializado”, que engrandece ainda mais a engenhosidade narrativa de Gaiman.

MENÇÕES HONROSAS: “Morte” (que compila todas as histórias protagonizadas pela personagem de “Sandman”), “Lugar Nenhum”, “Coraline” (sobre a qual comentamos aqui), “Mistérios Divinos”, “Mr Puch” (que já resenhamos aqui), “Sinal e Ruído”(considerada a segunda obra-prima da dupla de Gaiman com Dave Mckean, após “Sandman”), “Dias de Meia-Noite”, “Mitologia Nórdica”, e “Batman – O que aconteceu ao Caveleiro das Trevas?”

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Dicas de Livros de Neil Gaiman

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