O Dragonforce chega a seu oitavo álbum de estúdio, “Extreme Power Metal”, ainda mais vinculado aos jogos eletrônicos e alicerçado na estabilidade de sua formação liderada pela dupla de guitarristas Herman Li e Sam Totman.
“Extreme Power Metal” foi gravado no Mix Unlimited em Los Angeles, Califórnia com a produção de Damien Rainaud, e parte da gravação foi transmitida ao vivo no canal de Twitch do guitarrista Li.
O que posso dizer de cara é que as músicas permanecem rápidas e muito técnicas, além de trazerem algo que nos remete aos primeiros discos da banda.
O grande diferencial por aqui são os teclados que carregam de vibração oitentista o material e criam um ambiente que dialoga perfeitamente com a capa e a estética vintage dos video games (como ouvido no cover inusitado da pavorosa “My Heart Will Go On”, eternizada pela Celine Dion).
Muito do crédito pelo que ouvimos aqui pode ser dado ao tecladista Coen Janssen (Epica), que substituiu Vadim Pruzhanov, responsável por dar uma dinâmica mais épica e menos progressiva aos arranjos.
Mas veja bem, o Dragonforce é a típica banda de Metal Melódico que leva sua proposta e seus clichês ao máximo, investindo em faixas complexas, rápidas e intensas, construídas sobre uma geometria virtuosa e progressiva para o Speed Metal.
O que eles fazem aqui é amplificar alguns sabores que vão além do usual ao gênero, respirando ares mais vintages, mas ao mesmo tempo épicos e intensos das trilhas sonoras do jogos eletrônicos antigos.
A produção moderna e cirúrgica, quase pasteurizada, amplifica os contrastes desta abordagem, reforçando a imagética criada desde a capa.
Misturam metal melódico, extremo, progressivo, e texturas eletrônicas, com melodias acessíveis nos vocais sempre em ton altos, além de solos, muitos solos de guitarra, sempre à velocidade da luz e longos.
Grosso modo, é como se você adicionasse à fórmula de Yngwie Malmsteen e Gamma Ray os os saborosos ganchos melódicos do A-Ha e do Duran Duran, por produção atual e uma intensidade eletrizante.
Isso é algo que pode ser conferido já na faixa de abertura “Highway to Oblivion” e por alguns destaques do repertório, como “Cosmic Power of the Infinite Shred Machine”, “The Last Dragonborn” (mais cadenciada, quiçá, a melhor do disco), “Heart Demolition” (numa irresistível vibe hard rock) e “Strangers” (outra com um “q” de hard rock).
De certa forma, não exagero dizer que “Extreme Power Metal” abre novas possibilidades para o speed metal melódico, um gênero tão saturado e cansado.
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