Dia Indicado para ouvir: Sexta-feira
Hora do dia indicada para ouvir: Nove da Noite
Definição em um poucas palavras: (pesado)³, guitarra, metal da morte.
Estilo do Artista: Death Metal
Comentário Geral: Oriunda da cena sueca do death metal, o Desultory se equilibrava entre o death metal sujo e esporrento de uma cena que tinha principais nomes como Entombed, Dismember, e Carnage, e uma direção musical que apontava para o que seria conhecido em meados da década de 1990 como Death Metal Melódico, mesmo que bem primitivo.
“Bitterness” é seu segundo álbum, lançado em 1994, quase como uma continuação da proposta musical de “Into Eternity” (1993), primeiro trabalho, para o qual escrevemos uma resenha que pode ser conferida nesse link.
Mas agora, longe da auto-repetição, injetaram melancolia no peso e na agressividade tipicamente suecas, dando ainda mais espaço às sombras melódicas do doom “à lá Peaceville” do primeiro trabalho (como na ótima “Winter”).
Mesmo assim, ainda estão distantes de terem se tornado uma banda de doom/death metal. Na verdade, estão mais para o melodic death metal (mesmo que ainda soe exagerado rotulá-los por aí), ramificação que ganhava força naquele período.
“Life Shatters”, a faixa de abertura, por exemplo, trazia melodia nas guitarras intercalada a um groove quase thrash metal.
As composições continuam com alicerces fincados no thrash metal europeu, edificadas pela forma híbrida das escolas sueca e norte-americana do death metal. As guitarras continuam dominando os arranjos, com solos intrincados e melodias rápidas, agressivas.
Nesse ponto, a criatividade da banda evoluiu, sem dúvidas, e os vocais ao mesmo tempo que se mostram mais soltos, não estão menos raivosos.
O guitarrista Stefan Poge está brilhante na confecção de suas linhas de guitarra, com timbragem contrastante com a de Klas Morberg, como se a proposta do peso do Entombed se encontrasse com os aspectos melódicos do Amorphis, usando ensinamentos do metal tradicional com menos parcimônia. Mesmo quando a cadência dá lugar à agressividade, como em “Left Behind”, uma faixa que muda com a fluidez de uma montanha-russa, ou na visceralidade de “Taste of Tragedy”, “Enslaved” e “Among the Mortals”.
A proposta mais dinâmica e melódica deu novas possibilidades à seção rítmica de Håkan Morberg (baixo) e Thomas Johnson (bateria), que claramente são as mãos que guiam a cadência e a velocidade das nove faixas originais deste segundo full lenght do Desultory.
Exise uma clara divisão entre faixas mais melódicas e mais pesadas, que deve ter feito maior sentido e tido grande impacto na edição em vinil.
“Bitterness” ainda reflete como a banda evoluiu no quesito composição. Estão ainda mais cerebrais e conscientes em cada movimento, conseguindo dar o tempero melódico certo às formas pesadas da estrutura death/thrash de sua identidade, ao mesmo tempo que dissemina um pouco de melancolia e frieza pela sujeira inerente a qualquer herdeiro do death metal sueco.
Ao mesmo tempo se mostram mais libertos quanto as amarras dos pilares do gênero. Existem não só as linhas recicladas do metal tradicional, mas também os backing vocals imperativos do crossover/thrash em “Taste of Tragedy”, mudanças de andamentos que beiram o progressivo (como em “Enslaved”), em meio a um grande senso laboratorial em cada composição.
Em momentos diversos existe a sensação de uma nítida influência da fase noventista do Sepultura, ainda com Max Cavalera nos vocais. Em “Bleeding”, por exemplo. Uma faixa diferente de todas as demais, que tinha tudo para ser a mais enquadrada no death metal, mas possui uma alma demasiadamente libertina para o estilo em sua estrutura.
Até por isso, e por faixas como “A Closing Eye”, a própria “Bleeding”, e“Cold Bitterness”, não há dúvidas de que este trabalho é um dos elos perdidos da mutação do death metal sueco para o death metal melódico que se tornaria tão popular entre os fãs de metal extremo no fim da década de 1990, ao cruzar o metal tradicional e o melódico com o metal da morte.
Infelizmente, após este trabalho, o Desultory sofreu uma drástica mudança de sonoridade, motivada pela saída do guitarrista Stefan Poge. O terceiro álbum da banda, que viria na sequência de “Bitterness”, rumou por um caminho que não agradou os fãs. Desta forma preferiram mudar seu nome para Zebulon e continuar com a orientação musical daquele trabalho.
Até por uma “justiça histórica” VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!
Ano: 1994.
Top 3: “Left Behind”, “Bledding” e “Cold Bitterness”
Formação: Klas Morberg (vocais e guitarras), Stefan Pöge (guitarra solo), Håkan Morberg (baixo), Thomas Johnson (bateria).
Disco Pai: Paradise Lost – “Gothic” (1991)
Disco Irmão: At The Gates – “Slaughter of the Soul” (1995)
Disco Filho: Cryhavoc – “Sweetbriers” (1998)
Curiosidades: A edição nacional de “Bitterness” vem com sete faixas bônus, incluindo a demo tape de 1992, ” Visions”, além quatro versões ao vivo para versões de suas composições pré-“Into Eternity” e um cover para “Sympton of the Universe”, do Black Sabbath.
Pra quem gosta de: tranquilidade sombria, melodias frias, florestas escandinavas, cerveja escura e agressividade mesclada a profundidade melancólica.
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