Destruction – Resenha de “Born to Perish” (2019)

 

Destruction - Born to Perish
Destruction – “Born to Perish” (2019 | Shinigami Records) NOTA: 8,0

Um verdadeiro símbolo do thrash metal alemão (como vimos nesta lista), o Destruction cunhou discos clássicos como “Infernal Overkill” (1985) e “Eternal Devastation” (1986), se tornando parte do tripé de sustentação do gênero na Europa, ao lado de Sodom e Kreator.

Após o EP “Mad Butcher”, de 1987, a banda oscilou bastante em qualidade nos seus lançamentos, indo da lapidação técnica do ótimo “Release From Agony” (1987) até o desesperador “The Least Successful Human Cannonball” (1998), que hoje é até renegado por grande parte dos fãs.

O que isso tudo tem a ver com “Born to Perish”, seu novo disco? Simples, após quase três décadas o Destruction grava novamente como um quarteto!

Desde que retornou com força total em “All Hell Breaks Loose” (2000), o Destruction se fixou como um trio, numa clara remissão aos bons tempos de sua primeira fase.

O que motiva algumas dúvidas quanto a qualidade do que ouviremos em “Born to Perish”, afinal, como quarteto, o Destruction lançou, além do EP “Mad Butcher” e do já citado “Release From Agony”, e o duvidoso “Cracked Brain” (1990).

Numa primeira audição fica claro que a decisão de adicionar mais uma guitarra à banda foi tomada com maturidade e foco num objetivo musical.

Dentre as dez composições de “Born to Perish” (sem contar o cover para “Hellbound” do Tygers of Pan Tang) as similaridades com discos icônicos da carreira da banda são nítidas, trazendo desde a fúria de “Eternal Devastation” (1986) à versatilidade técnica de “Release From Agony” (1987) pela luz da modernidade de uma produção brilhante.

As gravações de “Born To Perish” aconteceram de janeiro a março de 2019, no Little Creek Studio, na Suíça, sob os cuidados do velho amigo VO Pulver (guitarrista da banda Pänzer).

Existem desde faixas mais diretas, agressivas, cheias de raiva e sem artifícios de fácil assimilação (como em “Ratcatcher”), até temas mais elaborados (confira a ótima “Fatal Flight 17”).

No ponto médio destas abordagens temos aquelas composições tradicionais da banda como “Born to Perish” (com riffs iracundos em profusão), “Filthy Wealth” (rápida e com uma passagem cadenciada certeira antes do solo de guitarra) e “We Breed Evil”, num conjunto que além de dialogar com o legado musical do Destruction ainda apresenta novidades instigantes em detalhes dos arranjos ou timbragens.

Falar do trabalho de Schmier e Mike é desnecessário, afinal a dupla ajudou a escrever o “livro de regras” do thrash metal e mantém-se fiel ao cânones que eles próprios marcaram nos seus discos mais clássicos.

Porém, podemos ver como a maturidade atingida por ambos em “Under Attack” (onde Schmier explorou novas possibilidades além da característica voz esganiçada e Mike mostrou seu trabalho mais inspirado em estúdio com o Destruction) está ainda mais forte por aqui.

Claro que os novos músicos deram seu quinhão nessa “expansão” musical e merecem um olhar mais atento.

A nova formação da banda traz Randy Black (Annihilator, Primal Fear) para a bateria, após a saída de Vaaver em 2018. E de cara podemos dizer que sua técnica apurada trouxe uma dinâmica mais incisiva e tradicional à personalidade musical agressiva do Destruction (algo já impresso na “metralhada” abertura da faixa-título), mostrando-se ainda um músico versátil, capaz de transitar por personalidades musicais diferentes dentro do heavy metal.

Em suma, Mr. Randy Black deu novo fôlego ao Destruction!

Assim como a entrada do novo guitarrista, Damir Eskić, deu mais corpo às guitarras, por conseguinte mais potência à sonoridade da banda (como em “Tyrants of the Netherworld” ou em “Betrayal”, ambas de maneiras diferentes), além de abrir possibilidades quanto aos arranjos.

“Butchered for Life”, uma das melhores do disco, por exemplo traz até algo de metal tradicional esbarrando de leve no progressivo (algo que também acontece em “Fatal Flight 17”), enquanto “Inspired By Death” tem traços melódicos que remetem ao metal inglês dos anos oitenta, mas com alta octanagem.

Claro que nem tudo soa excelente, até mesmo pelo alto nível de qualidade que o Destruction criou para si mesmo, e faixas como “Rotten” e “Ratcatcher”, soam menores e genéricas dentro do repertório que, no geral, ainda fica um degrau abaixo do disco anterior de inéditas, “Under Attack” (2016).

Mesmo com a mudança estrutural que se propõe, o Destruction parece preso a uma fórmula de compor que algumas vezes entra em atrito com o objetivo final.

Por fim, podemos dizer que mesmo com todas as mudanças, “Born to Perish” traz o bom e velho Destruction, talvez com algumas arestas experimentais mais proeminentes para seus padrões, certamente saindo um pouco de sua zona de conforto e abrindo novas possibilidades para o futuro, mas ainda agressivo, brutal e fiel a seu próprio legado.

TRACK LIST

1. Born To Perish
2. Inspired By Death
3. Betrayal
4. Rotten
5. Filthy Wealth
6. Butchered For Life
7. Tyrants Of The Netherworld
8. We Breed Evil
9. Fatal Flight 17
10. Ratcatcher
Bonus:
11. Hellbound

FORMAÇÃO

Schmier (Baixo/Vocal)
Mike (Guitarra)
Damir (Guitarra)
Randy (Bateria)

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