Cesar Costa Filho: O Tesouro Esquecido do Samba Brasileiro

 

Explore o encanto do samba clássico brasileiro com Cesar Costa Filho e seu álbum “De Silêncio em Silêncio”. Uma viagem pela rica história musical dos anos 70, repleta de harmonias envolventes e letras poéticas que deixaram sua marca na MPB. Descubra o legado esquecido que merece ser ouvido!

No cenário efervescente dos festivais universitários da música brasileira dos anos 70, Cesar Costa Filho emerge como uma figura notável, muitas vezes esquecida. Seu álbum “De Silêncio em Silêncio”, lançado em 1975, é uma joia musical que, infelizmente, não recebeu o reconhecimento que merecia. Vamos explorar a trajetória desse talentoso compositor, suas parcerias marcantes e as nuances envolventes de seu estilo único.

Descubra a riqueza do samba clássico brasileiro com Cesar Costa Filho e seu álbum "De Silêncio em Silêncio". Uma jornada pelos anos 70, repleta de harmonias envolventes e letras poéticas que marcaram a MPB. Uma redescoberta musical que merece a atenção das novas gerações.
Descubra a magia musical de Cesar Costa Filho. Ouça agora!

Cesar Costa Filho: “De Silêncio em Silêncio” – Você Devia Ouvir Isto

Descubra a riqueza do samba clássico brasileiro com Cesar Costa Filho e seu álbum “De Silêncio em Silêncio”. Uma jornada pelos anos 70, repleta de harmonias envolventes e letras poéticas que marcaram a MPB. Uma redescoberta musical que merece a atenção das novas gerações.

Explorando faixa por faixa, mergulhamos nas harmonias e letras cativantes do álbum. Desde a faixa-título, com seus arranjos jazzísticos, até a melancolia elegante de “O Velho”, Cesar Costa Filho e seus parceiros entregam uma experiência musical rica em nuances.

Apesar do talento inegável, Cesar Costa Filho enfrentou desafios políticos que obscureceram seu trabalho. O reconhecimento merecido foi sabotado, deixando “De Silêncio em Silêncio” nas sombras. Uma redescoberta urgente para as novas gerações.

Cesar Costa Filho De Silêncio em Silêncio GDB
César Costa Filho: “De Silêncio Em Silêncio” (1975, RCA Victor)

Definição em um poucas palavras: Acústico, samba, classudo, Brasil.

Estilo do Artista: Samba/MPB.

Comentário Geral: Pouco lembrado nos dias de hoje, o carioca Cesar Costa Filho pode ser considerado um dos maiores compositores da geração dos festivais universitários de música no Brasil, tendo músicas suas interpretadas por nomes fortes como Elis Regina, Beth Carvalho, Maria Creuza e Clara Nunes, colecionando parcerias com Aldir Blanc, Ruy Maurity, Ronaldo Monetiro de Souza e Jésus Rocha, além de marcas suas composições em novelas da Globo.

Ao lado de Ivan Lins, Aldir Blanc, e Gonzaguinha, Cesar foi um dos fundadores do MAU (Movimento Artístico Universitário), um grupo artístico-cultural dos anos 1970, e iniciou sua carreira discográfica em 1973, com o álbum “E os Sambas Viverão”, após alguns compactos de relativo sucesso. “De Silêncio em Silêncio”, lançado em 1975, é seu segundo trabalho, trazendo mais camadas de harmônias e letras que em sua primeira investida, fazendo deste álbum uma preciosidade a ser redescoberta.

Os maneirismos cheios de picardia do samba dão as caras na faixa-título, que abre o trabalho com arranjos de tempero jazzístico latino, e belas linhas vocais dissolvidas em harmoniosos andamentos tipicamente brasileiros.

Este conceito musical emoldura a bela letra do parceiro Jésus Rocha que contribui na co-autoria de nove as doze composições do trabalho, com destaque a “Como Formiga” (também com Laércio de Freitas, sendo uma composição talhada nos detalhes), “Massa Falida” (com singelos arranjos típicos do samba) e “Até o fim” (uma das três melhores do repertório, numa cadência envolvente).

A parceria com Jésus ainda rende bons momentos na balada de pormenores diferenciados intitulada “Na Palma da Mão”, e no clima jazzístico e intimista da poesia cotidiana de “Olha Rachel”.

Voltando ao início do álbum, encontramos as batidas graves auxiliadas por uma percussão estrutural permitindo o desenrolar das melodias envolventes na guitarra de Hélio Delmiro, que dialoga com versos sagazes de Paulo Cesar Pinheiro na malemolência elegante de “Eu, hein?”, seguida pela parceria com Sérgio Bittencourt que forja outra das três melhores “De Silêncio em Silêncio”, intitulada “O Velho”, dona de arranjos de cordas melancólicos e periódicos, enquanto sua poesia é desfilada numa cama de melodias sintetizadas e guitarras acolhedoras.

Na verdade, a sutileza dos detalhes pincelados nos arranjos, com instrumentação diferenciada, dão versatilidade ao tradicionalismo de um estilo tão explorado. Neste sentido, a voz de Cesar também é o trunfo do sucesso destas composições, com fluidez afinada, técnica e sentimento aflorados, elementos muito bem explicitados na marcante “Tesoura Cega” que fecha o Lado A.

E até mesmo “Nosso Cordão”“Não Espere Mais de Mim”, que soam como sambas “ordinários”, possuem nuances grandiosas, fechando “De Silêncio em Silêncio” com pontualidades geniais e pouco usuais ao estilo.

À época, Cesar sofreu por questões políticas, o que sabotou o reconhecimento e a promoção de seu trabalho, que merece urgentemente ser redescoberto pelas novas gerações. Ou seja, indiscutivelmente, VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!

 Ano: 1975

Top 3: “De Silêncio em Silêncio”, “O Velho”, e “Até o Fim”.

Formação: Cesar Costa Filho (voz e violão), Joãozinho (bateria), Luizão (baixo), Hélcio Milito e Chico Batera (ritmo), Hélio Delmiro (guitarra), Laércio Freitas (arranjos e regências, piano elétrico e piano acústico),  Guto Graça Melo (arranjos e regências), e Luiz Eça  (arranjos e regências).

Disco Pai:  Sérgio Sampaio – “Eu Quero é Botar Meu Bloco Na Rua” (1972)

Disco Irmão: Ivan Lins – “Modo livre”  (1974)

Disco Filho: Gonzaguinha – “De volta ao começo”  (1982)

Curiosidades: Cesar Costa Filho atuou fortemente na composição de músicas infantis que foram gravadas por nomes como Xuxa, Mara Maravilha, Angélica e Eliana, nomes vinculados a toda uma geração de programas infantis entre os anos 1980 e 1990.

Pra quem gosta de: Letras profundas, samba, mesa de boteco, MPB lado B, e cachaça.

Conclusão

Cesar Costa Filho, injustamente esquecido, deixou um legado musical valioso. “De Silêncio em Silêncio” é mais do que um álbum, é uma obra-prima que merece ser apreciada. Que sua música ressoe novamente, tocando corações e inspirando novas audiências a explorar as riquezas da MPB clássica.

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