O Borknagar é uma das mais interessantes bandas do black metal mundial mesmo que muitos não lembrem dela quando mencionam nomes deste segmento.
Sempre desenvolveram uma forma de contrastar a brutalidade do black metal com passagens mais melódicas, ambientações com teclados e arranjos inspirados na tradição do folclore europeu.
Junto a nomes como Dimmu Borgir, Agathodaimon, Old Man’s Child e Rotting Christ, pra citar apenas alguns, o Borknagar ajudou a renovar o estilo e através da criatividade tiravam a impressão de que o black metal não necessitava de músicos gabaritados para ser feito.
Isso posto, vamos a “True North”, o décimo primeiro disco de estúdio da banda norueguesa.
Aos meus ouvidos a banda nunca soou tão equilibrada e concisa em suas experimentações quanto agora.
O disco começa sem introdução ou premissas climáticas, simplesmente “Thunderous” explode e nos resume todo o bem acabado black metal progressivo que ouviremos ao longo outras nove composições, em especial em “Into the White” (com direito a passagem doom metal de dar gosto).
Pode esperar mudanças constantes de andamentos, alívios climáticos, dinâmica cativante entre peso e melodia tanto nos arranjos quanto nas linhas vocais, criando uma musicalidade inteligente dentro das formas modernas da música progressiva.
Em faixas como “Up North” (com um “q” hard prog à lá Deep Purple em meio a proposta da banda), “The Fire That Burns” (misturando melancolia, clima setentista e densidade metálica escandinava) e “Voices” (de profundidade contemplativa) mostram a capacidade dos músicos em fundir referências clássicas com modernas sem se ater a limites estílicos.
Claro que a parcela progressiva é mais explorada, principalmente pela característica experimental que a banda carrega desde as épocas de discos como “The Older Domain” e o excelente “Empiricism”.
Aliás, em 2019 o vocalista Vintersorg deixou a banda e ICS Vortex ficou responsável pela maioria dos vocais novamente, tanto os limpos quanto os rasgados, o que liga ainda mais esse disco aos primeiros trabalhos lá nos anos 1990, pois o núcleo da formação daquela época está novamente ativo.
Quando ouvimos faixas como “Mount Rapture” (talvez a melhor do disco) e “Tidal” essa impressão fica ainda mais marcante e demonstra como a proposta musical do Borknagar pode render composições de altíssimo nível.
Falando de outros destaques, “Lights” (com o melhor trabalho vocal do disco e talvez sua faixa mais acessível) traz todo o essencial para um típico prog metal moderno, inclusive ela é a faixa com mais cara de hit do disco.
Já “Wild Father’s Heart” se destaca pelo apelo emocional advindo das inspirações pessoais. Ela é dedicada à memoria do pai de Øystein G. Brun, o líder fundador da banda.
Outras trocas foram realizadas na formação: o guitarrista Jens F. Ryland deu lugar a Jostein Thomassen e o baterista Bjørn Dugstad Rønnow substituiu Baard Kolstad. Porém, como o Borknagar é fruto da mente de Øystein, tudo está em seu devido lugar por aqui.
No geral, “True North” é um disco extremamente coeso e coerente, seguindo um fio condutor musical bem definido, menos extremo, mais épico e progressivo, é fato, usando melodias melancólicas tanto nas partes progressivas quanto nas belas harmonias vocais criadas por Vortex e o tecladista Lars “Lazare” Nedland.
Não seria errado dizer que o Borknagar continuou de onde paparou em “Winter Thrice” (2016), abarcando tudo o que exploraram musicalmente ao longo de sua carreira.
Ao mesmo tempo, incorro de modo consciente no perigo de exagerar ao afirmar que “True North” define um caminho a ser seguido pela banda dentro do metal moderno, não somente pra si mesmo.
Até, e não só por isso, creio que este disco possa ser mais aclamado daqui a algumas décadas.
O melhor disco do Borknagar desde “Empiricism” (2001), disparado!
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Uma banda diferenciada na cena do metal extremo. Lembro de conhecer a banda em meados dos anos 2000, após o lançamento de Quintessence, e depois de ouvir Empiricism, que não achei muito bom, me afastei um pouco da banda, mas pretendo ouvir esse disco novo.