Mergulhe na discografia do mestre do Folk Rock, Bob Dylan! Entenda melhor sua influente produção com este guia essencial de seus cinco álbuns essenciais.
Bob Dylan é um dos cantores e compositores mais influentes e reverenciados de todos os tempos. Historicamente, ele reescreveu o manual da música pop nos anos 1960, sendo difícil para seus contemporâneos acompanhá-lo, tanto em quantidade quanto em qualidade. Sua poesia incorporava elementos de Rimbaud, focada no detalhe e no humor, que jogava com os tradicionalismos trágicos das baladas e com o surrealismo.
Bob Dylan foi um cronista de seu tempo, que anunciava os tons da mudança, através de uma revolução diferente, como um rebelde que se rebelava contra a rebelião, indo de encontro ao colorido da sociedade americana com cortantes melodias e versos que falavam aos corações mais simples em “The Freewheelin’ Bob Dylan” (1963), que abria com os versos reflexivos de “Blowin’ In The Wind”, seu primeiro grande clássico.
Além disso, alguns historiadores musicais atribuem a mudança na musicalidade dos quatro rapazes de Liverpool a um encontro acontecido em Nova York, no ano de 1964, quando os Beatles foram apresentados a Bob Dylan por Al Aronowitz, no Hotel Delmonico, como vimos neste artigo.
Ou seja, sua influência naquele período era gritante, ou você se esqueceu do frisson causado na cena folk quando ele, o líder do movimento, compositor de três hinos do folk sessentista, em 25 de julho de 1965, toca música eletrificada no Festival Folk de Newport, se rebelando contra a rebelião promovida pelos puristas do folk.
Dimensionar a importância de Bob Dylan para a cultura contemporânea é quase impossível, pois extrapola a seara musical, sendo, inclusive indicado ao Nobel de Literatura, em 2016, como vimos nesse texto.
Um guia para a discografia de Bob Dylan por cinco discos essenciais
Hoje, listo cinco álbuns para quem deseja se iniciar no mundo poético, rebelde e musical de Bob Dylan.
1) “Bringin It All Back Home” (1965)
Dylan lançou dois grandes álbuns no ano de 1965, “Highway 61 Revisited” e “Bringing It All Back Home”. O primeiro, que viria depois de “Bringing It All Back Home”, é considerado menos clássico, mas traz a canção “Like a Rolling Stone”, que provocou uma revolução na indústria musical, uma rebelião no gênero folk e se tornou o molde para as bandas de folk rock que surgiram no meio da década de 60.
Porém, Bringin It All Back Home, um disco ainda calcado no lado folk de Bob Dylan, já trazia lampejos do que ele iria apresentar em “Highway 61 Revisited”. Aqui nos deparamos com o clássico “Subterrean Homesick Blues”, a belíssima “She Belongs To Me”, a clássica e ácida “Maggie`s Farm”, a antológica “Mr. Tambourine Man”, a poética “It`s Alright, Ma (I`m Only Bleeding)” e o fechamento perfeito com “It`s All Over Now, Baby Blue”.
Ou seja, este pioneiro do Folk Rock traz de tudo um pouco: peso, rapidez, melodia e, pra fechar, uma forte dose de tristeza e melancolia. Este álbum, assim como grande parte dos álbuns produzidos por Dylan até 1976, é uma pedra preciosa da música contemporânea e este, em especial, é um dos marcos do rock sessentista.
Em uma palavra: Obrigatório!
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2) “Blonde On Blonde” (1966)
Este álbum duplo é o ápice da música de protesto e da crítica social produzida por Bob Dylan, encarnada pelo espírito sofrido e lamentoso dos cantores folk. Talvez o disco mais forte e contracultural do artista que visivelmente estava influenciado por algumas substâncias ilegais.
“Blonde on Blonde” marcou mais uma grande mudança no som característico de Dylan. Este álbum apresenta um rock com infusão de blues e uma produção focada no folk, com muitas das faixas fortemente dependentes de instrumentos elétricos de apoio. Este primeiro álbum duplo do Rock composto inteiramente por material inédito, é classificado por Dylan como o mais perto que ele chegou do som que ouvia em sua cabeça.
Neste contexto, Dylan investe num surrealismo suave em meio doses de blues, trazendo entre os destaques a grande balada “Just Like a Woman” e a clássica “I Want You”. Esse, sem dúvidas, é a grande obra-prima de Bob Dylan!!!
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3) “Blood On The Tracks” (1975)
“Tangled Up In Blue”, a genial abertura deste álbum, segundo o próprio Dylan confessara, demorou dez anos para ganhar vida e dois anos para ser escrita, uma clara referência ao fim do relacionamento que tivera com Sara Lowndes, fonte de inspiração deste clássico álbum (e que também apareceria isoladamente na faixa “Sara”, do álbum “Desire” [1976]), colocando-o no rol dos grandes trabalhos da música motivados por fim de relacionamentos.
Escrito em 1974, este certamente é o melhor trabalho de Dylan na década de 1970, com melodias riquíssimas e versos dilacerantes, resultando num conjunto extremamente passional e confessional, muito bem representado em faixas como “If You See Her, Say Hello” e “Idiot Mind”, além, é claro, da abertura acachapante.
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4) “Desire” (1976)
Neste disco está a clássica Hurricane, música que conta a biografia de um boxeador negro que foi preso injustamente. A história virou roteiro de cinema e o boxeador foi interpretado por Denzel Washington nas telonas (para saber mais clique aqui). Mas o brilhantismo não se mostra somente nesta épica faixa. “Isis” tem uma beleza rústica com seu violino ecoando melodias por toda a música duelando com o vocal mais do que característico de Dylan. “Oh Sister” é um bela canção folk.
O uso incessante do violino e voz de Emmylou Harris fazem as músicas cruzarem a linha do folk e cair de cabeça no country rock, criando um disco de música americana em sua essência. “Joey” é outra pérola épica do álbum que ainda se mostra brilhante nos hits “Romance In Durango” e “Sara”.
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5) “Time Out Of Mind” (1997)
Com um clima desolado e fantasmagórico, “Time Out Of Mind” inicia uma fase dourada da carreira do já experiente Bob Dylan, que teria mais dois álbuns magistrais. Com um som que tem sido descrito como uma fusão de música country e blues, Time Out Of Mind (1997) é o 31º álbum de estúdio de Dylan. Apresentando clássicos como “Love Sick” e o single vencedor do Grammy “Cold Irons Bound”, este álbum recebeu aclamação da crítica que consolidou ainda mais o status de Bob Dylan.
Com uma ambientação mais atmosférica e sombria, a voz de Dylan entoa seus versos cortantes com uma voz impressionante e assombrada pelo tempo, que consegue trazer toda a solidão crepuscular desértica em faixas especiais como “Not Dark Yet”, “Standing In The Doorway” e no desfecho épico de “Highlands”, uma das melhores faixas da carreira de Bob Dylan.
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MENÇÕES HONROSAS:
O marco “The Freewheelin’ Bob Dylan” (1963), o revolucionário “Highway 61 Revisited”, o alegre e despreocupado “Nashville Skyline” (1969), o oitentista “Infidels” (1983) e os dois álbuns que se seguiram a “Time Out Mind”, “Love and Theft” (2001) e “Modern Times” (2006).
Leia Mais:
- Bob Dylan: O Nobel de Literatura para a Poesia Impressa por Música
- The Rolling Stoner| 5 Discos Pra Conhecer
- Bob Dylan e Beatles: Um Encontro que mudou o rock (1964)
- Bob Dylan e Hurricane Carter | O Trovador e o Pugilista Injustiçado
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