Bloodbath – Resenha de “The Arrow of Satan is Drawn” (2018)

 

Bloodbath The Arrow of Satan is Drawn (2018)
Bloodbath, “The Arrow of Satan is Drawn” (2018, Peaceville Records/ Hellion Records) NOTA:8,5

O Bloodbath nasceu como um projeto grande dentro do metal extremo.

No ano de 2000, Dan Swano (Nightngale, Edge Of Sanity) se juntou a Mikael Åkerfeldt (Opeth), ao guitarrista Anders Nyström (Katatonia, Diabolical Masquerade), e ao baixista Jonas Renske (Katatonia, October Tide) para praticar as formas podres e sujas do death metal num EP.

Todavia, a repercussão foi tamanha que logo havia a demanda por um álbum completo que chegou em 2002 com o título de “Ressurection Through Carnage”, seguindo a escola sueca clássica do gênero.

Mesmo com o caráter de projeto nunca escondido por seus integrantes, o Bloodbath só via o interesse em seu trabalho crescer e assim se seguiram mais quatro álbuns, sendo este “The Arrow of Satan is Drawn” (2018) o mais recente.

“The Arrow of Satan is Drawn” (2018) é o segundo trabalho de estúdio do Bloodbath com Nick Holmes nos vocais, posto já ocupado por Mikael Åkerfeldt e Peter Tägtgren, dando continuidade ao extreme metal fulminante de “Grand Morbid Funneral” (2014).

Além disso, é o primeiro com o guitarrista Joakim Karlsson no lugar de Per Eriksson.

A formação do Bloodbath variou bastante no caminho entre o primeiro e o mais recente trabalho de estúdio, mas os modos podres e fétidos do death metal sueco continuam sendo a espinha dorsal da banda.

Mantendo as raízes ao mesmo tempo que soa renovado, “The Arrow of Satan is Drawn” (2018), para muitos, tem a árdua missão de vir na sequência daquele que era o melhor álbum da discografia do Bloodbath.

Claro que aquela mágica de um supergrupo formado por músicos consagrados dentro de seu nicho, a mística de um lugar onde se encontravam para cultuar o death metal sueco mais tradicional – de nomes como Carnage, Entombed, e Dismember – já não é mais a mesma, mas não há como negar que o Bloodbath evoluiu dali para criar sua própria identidade.

Ouça a quebradeira violenta de “Bloodicide”, a incisividade melódica de “Morbid Antichrist”, ou o desfecho com “Chainsaw Lullaby” e me diga se as raízes destas mórbidas composições não estão lá na Suécia de início dos anos 1990?

Uma personalidade musical que reafirma as sombras dos modos mais pesados do heavy metal, até com alguns resquícios de black metal, ao mesmo tempo que respinga sujeira para todo lado, usando um lamaçal de distorções para conjurar músicas firmes, pesadas e violentas, como “Deader” “Warhead Ritual” (com groove infalível).

Estranhamente, como a capa já revela, “The Arrow of Satan is Drawn” (2018) é capaz de dar contornos artísticos ao que há de mais horrendo e mórbido na cultura ocidental, agora menos radical e mais afeito a detalhes modernos.

Obviamente se você busca aquela sonoridade pura dos primeiros trabalhos, creio que poderá se decepcionar com a estética moderna de revitalizar suas influências originais – como nos pesados breakdowns de “Only the Dead Survive” e da excelente “March of the Crucifers” -, principalmente pela produção “cristalina” em comparação ao disco anterior.

O clima funesto e obscuro ainda permanece bem administrado em músicas equilibradas entre velocidade e groove – como a abertura com “Fleischmann” e as passagens arrastadas de “Levitator” -, e guiadas pelas guitarras com a clássica timbragem de “serra elétrica”, que ainda fornecem melodias cortantes, dando um contraste interessante com  os vocais de Nick Holmes, na contramão daquele gutural sujo e cavernoso.

“The Arrow of Satan is Drawn” é um disco com os pés enlameados no death metal pútrido e sujo do passado, mas com o olhos voltados para as estruturas e formas modernas do extremismo metálico. 

TRACKLIST

1. Fleischmann
2. Bloodicide
3. Wayward Samaritan
4. Levitator
5. Deader
6. March of the Crucifiers
7. Morbid Antichrist
8. Warhead Ritual
9. Only the Dead Survive
10. Chainsaw Lullaby

FORMAÇÃO

Jonas Renkse “Lord Seth” (baixo)
Anders “Blakkheim” Nyström (guitarra)
Martin Axenrot “Axe” (bateria)
Nick Holmes “Old Nick” (vocais)
Joakim Karlsson (guitarra)

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