A origem do Axes Connection remonta aos anos 1990, quando os irmãos Vitor e Marcos Machado se juntaram para um novo projeto, que adormeceria, mas não morreria, com a entrada de Marcos na banda gaúcha de Thrash Metal Distraught, onde ficou por quinze anos.
O projeto foi retomado após a saída de Marcos da banda gaúcha, mas, infelizmente, Vitor faleceu pouco tempo depois. Com o intuito de honrar a memória do irmão, Marcos se juntou ao baixista Magoo Wise para dar continuidade ao projeto, que chegou a seu primeiro álbum em 2017, intitulado “A Glimpse of Illumination”, onde a banda “toca Heavy Metal! Pesado e cortante como um machado!”
Conversamos com Marcos Machado acerca de tudo o que cercou a banda em sua história até aqui. Confira o papo na íntegra, abaixo.
“A Glimpse Of Ilumination”, disco de estreia do Axes Connection, é do começo ao fim inspirado na experiência da perda do ex-baterista Vitor Machado, irmão de Marcos Machado (guitarra) e Marcio Machado (vocal). Como vocês legitimariam a afirmação de que o álbum é um exemplo de sublimação da dor através da arte?
Marcos Machado – Eu desde que recomecei o projeto tive a nítida impressão que toda a conversa que eu e o Vitor tivemos no hospital foi um chamado dele para eu retomar o projeto mesmo sem a presença dele. Ele fisicamente não tinha condições de retomar o projeto, mas mesmo assim foi dele a ideia. Pouco tempo depois que ele faleceu ficou muito claro que era uma obrigação minha continuar nossa história.
Em todas as linguagens artísticas há expressões que priorizam as experiências humanas, políticas, sociais, o fazer artístico como forma de autoconhecimento, ato político ou social. Mas há também expressões que priorizam as tendências mercantis baseada no consumo, que geralmente estão mais conectadas com os anseios de superfície da humanidade. “A Glimpse Of Ilumination” está no primeiro caso, suponho?
Marcos – Certamente que sim. Há além das letras muito sentimento em cada nota, arranjo. Muitas lembranças e tudo isso foi canalizado para o álbum. As letras marcam um retorno ao lado espiritual e deixa uma mensagem de otimismo. Devemos seguir em frente. Era o que meu irmão certamente faria. Foi tudo isso que nos motivou a fazer o trabalho. Vieram ótimas críticas e nos sentimos honrados com tudo isso e sei que de algum lugar o Vitor está vendo e comemorando junto de nós.
Nesse processo de composição, produção e lançamento de “A Glimpse Of Ilumination”, em que momento a dor foi mais intensa? E por que?
Marcos – Acho que nada supera o dia da sua morte. Com o tempo e a medida que fomos trabalhando, as coisas foram se acalmando. Talvez no momento que consegui um vídeo perdido de eu, o antigo baixista Leandro Bandeira e o Vitor tocando bateria em 1987, tenha sido muito emocionante e triste ao mesmo tempo pelo fato de saber que toda aquela energia, vivacidade e talento tenham ido embora para sempre, fisicamente falando, pois sempre sinto que ele está por perto.
Apesar da subjetividade de “A Glimpse Of Ilumination”, o disco poderia ter o mesmo significado para outras pessoas, ser uma experiência de superar a dor pela perda? Como?
Marcos – Acho que a arte permite livre interpretação e isso é muito mágico. Espero que faça sentido e ou até ajude outras pessoas. Espero que as letras que foram escritas e canções iluminem ou por um momento ajudem a iluminar algum momento da vida de alguém. É para isso que estamos aqui eu acredito. Para poder somar nas coisas que fazemos, seja música, trabalho, pois estamos todos buscando aprender.
Ainda que reflita uma emoção negativa, “A Glimpse Of Ilumination” está distante da atmosfera sombria sugestionada pelo tema. Musicalmente o disco tem um bom astral, nos leva pra cima! Analisando o disco de forma crítica, como não ceder a ideia de ambiguidade no processo criativo?
Marcos – Desde do início em que compomos música sempre objetivamos fazer uma música com nossa cara e talvez isso acabe mostrando como somos e nossas influências. Não podemos negar o que somos e nem me passa pela cabeça isso. Cada álbum é único e expressa um momento. Tentamos realmente mostrar isso tanto nas músicas como nas letras e acredito que formam uma coisa só. Tentaremos manter esse caminho apesar do mundo as vezes parecer não deixar.
Apesar da capa de “A Glimpse Of Ilumination” sintetizar com precisão o conteúdo das letras e o objetivo do álbum, esteticamente ela nos remete à capas de discos de bandas de hard rock/AOR, embora o Axes Connetion faça um autêntico heavy metal. Para essa capa desenhada por Aldo Marcondes, a inspiração veio das artes da Hipgnosis, grupo de design britânico que já fez capas para Pink Floyd, UFO, Led Zeppelin, Yes, Genesis, etc. Por que Hipgnosis e não Derek Riggs, por exemplo?
Marcos – Entendo perfeitamente a pergunta e a dúvida, mas é uma questão de opinião e para nós apesar de soarmos como Heavy Metal há também outros elementos em nossa música que se misturam e fazem o nosso som soar mais autêntico ao meu ver. Acho que a capa reflete a continuidade, esperança de algo melhor e a influência rock que existe também muito forte na banda. A ideia de capa como da Hipgnosis com certeza reflete muito mais e representa o que queríamos. Acho que o Derek Riggs era um grande artista, mas muito sombrio para o que projetamos no álbum.
Confira o clipe para “Wisdom Is The Key”, faixa de “A Glimpse of Ilumination”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=yKTsk4pTgg0&w=560&h=315]
Como banda, o Axes Connection é caracterizado como um projeto de continuidade, ou seja, a banda já deve estar pensando num sucessor de “A Glimpse Of Ilumination”. Com uma proposta tão hermética para o primeiro álbum, o que esperar do segundo?
Marcos – Sim, já estamos pensando em um próximo álbum, mas ainda estamos pensando a respeito. Existem canções em andamento, mas ainda é cedo pra falarmos de como ele vai ser. Pretendemos primeiramente agradar ao nosso gosto e tentar manter o foco em compor uma boa música com boas letras.
“A Glimpse Of Ilumination”. Em português, “Um vislumbre da iluminação”. Que iluminação é essa?
Marcos – Eu diria que o Márcio quis expressar a busca pessoal das pessoas em algo que elas acreditem e que ajude para seguir em evolução espiritual. Uma busca difícil nos tempos de hoje em que “ter” parece que significa muito mais do que ‘‘ser’’.
Em uma palavra, defina o “A Glimpse Of Ilumination”.
Marcos – Melhor em duas para fazer sentido: Busca Pessoal.
Em outra palavra, defina o Axes Connection.
Marcos – Mais uma vez, será definido em duas palavras: Sonho Concretizado.
Obrigado pela entrevista. O que você diria para um fã de rock/metal que nos lê e ainda não conhece o som do Axes Connection para convencê-lo a dar um pulo agora no Spotify e procurar pelo Axes Connection?
Marcos – Primeiramente gostaria de agradecer pelo espaço cedido, pelas perguntas muito bem elaboradas. Me sinto como respondendo a um amigo e isso é muito gratificante. Sucesso e vida longa para o Gaveta de Bagunças. O que seria do underground e da música sem espaços como esse que lutam e representam a cultura rock/metal! Parabéns.
Em segundo lugar, seria um grande prazer poder compartilhar nossa música com mais pessoas que gostam de uma música de qualidade e com energia. Acho que temos elementos muito bem misturados que vão deixar as pessoas satisfeitas ao ouvirem nossas músicas. Foram feitas com alma, podem ter certeza. Existe muito peso, mas com pitadas de outros estilos misturados. Temos resenhas positivas em sua maioria que comprovam que estamos no caminho certo, dessa maneira convido o leitor a escutar algumas de nossas músicas e acredito que não vão se arrepender.
Confira nossa resenha para o álbum “A Glimpse of Ilumination”, aqui.
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