“Terror Squad”, clássico segundo disco da banda ARTILLERY, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, cuja proposta você confere nesse link.
Definição em um poucas palavras: Pesado, crú, old-school, guitarra agressiva, thrash metal europeu.
Estilo do Artista: Thrash Metal.
Comentário Geral: Quando se fala em thrash metal europeu nos anos 80, logo nos vem à mente o trio de ferro alemão: Kreator, Sodom e Destruction. Mas nem só destas bandas viveu este estilo metálico no Velho Mundo. Tivemos bandas como Bulldozer, Iron Angel, Desaster, Exumer, Tankard, Holy Moses, Coroner e o fantástico, porém subestimado, Artillery.
Na mesma época que a Dinamarca via o Mercyful Fate, seu maior nome dentro do heavy metal,sucumbir frente às diferenças musicais entre seus integrantes, o Artillery surgia como uma força poderosa do thrash metal dinamarquês.
O Artillery lançou três discos em meados dos anos 80 até sua volta no início dos anos 2000, sendo “Terror Squad” seu segundo álbum. Neste trabalho, a banda mostrava, em suas composições pesadas, uma técnica instrumental excepcional que era aliada de maneira louvável com a brutalidade das bandas contemporâneas, que primavam por criar uma música agressiva e sem espaço para firulas.
Grosso modo, pense neste álbum como um cruzamento sonoro do Annihilator da fase “Alice In Hell” com o Destruction da fase “Eternal Devastation”. O uso das melodias em meio a toda a brutalidade técnica já era percebida em seu primeiro disco, “Fear of Tomorrow” (1985), mas ali eles ainda bebiam da fonte crust/punk/hardcore.
O próprio guitarrista Michael Stützer declarou que nomes como GBH e Discharge eram tão influentes no som do Artillery, quanto o Accept e o Merfyful Fate. Ele completa: “Nós começamos punk e passamos para o thrash”.
O caminho seguido nesta metamorfose musical foi lembrado de forma um pouco diferente pelo, à época baixista, Morten Stützer, ao comentar sobre suas primeiras gravações, as demo-tapes “We Are The Dead” e “Shellshock”:
“Em “We Are The Dead”, de 1982, existia muito de Mercyful fate, Black Sabbath e Accept, assim como de NWOBHM na nossa música. À partir de “Shellshock”, em 1984, começamos a ter inspiração vindo de bandas como Exciter, Savatage, Exodus, GBH e Metallica, e isso nos fez mais próximos do thrash, penso eu.”
O nome da banda, por exemplo, veio da música “Heavy Artillery”, do Tank, um dos mais agressivos nomes da NWOBHM.
A citada demo tape “We Are The Dead”, primeira da banda, ainda com o vocalista Per Onink, foi lançada em dezembro de 1983. Já na demo tape seguinte, “Shellschock”, lançada em agosto de 1984, o Artillery contaria com o vocalista Carsten Lohmann, que gravaria a demo-tape “Deeds In Darkness” no mesmo ano, mas logo daria lugar a Flemming Rönsdorf, a voz do Artillery.
Nascido em 1982, pelas mãos do baterista Carsten Nielsen (que em 1986 recusaria um convite de Quorthon para integrar o Bathory) e do guitarrista Jørgen Sandau, o Artillery, desde seu primeiro show em outubro de 1983, convivia com o “problema” de ser pesado demais, crú demais, até mesmo para os selos do underground da época.
Mesmo assim, após algumas demo-tapes, incluindo as mencionadas por Morten Stützer, o sucesso de público no underground os levou a assinar com a histórica Neat Records, já com Flemming Rönsdorf nos vocais.
O Artillery ia para a mesma casa do Venom e tantos outros nomes da NWOBHM e logo entregava seu primeiro disco, “Fear of Tomorrow” (1985)m que chamou a atenção dos fãs de heavy metal da Europa.
No embalo já entram em estúdio para gravar o segundo disco. “Terror Squad” foi gravado em 1986 no El Sound, estúdio em Copenhague, na Dinamarca, novamente sob a produção de Lars Overgaard.
Porém, houve um atraso no lançamento do disco que só sairia em 1987, sendo um dos fatores que quase motivou o fim do Artillery, que experimentou um hiato de seis meses (na época era um tempo longo, principalmente para uma banda iniciante) após o lançamento de “Terror Squad”.
A evolução do Artillery do primeiro para o segundo disco é nítida, seja nas composições, na execução ou na produção. Evolução, aliás, que os levaria ao brilhantismo de “By Inheritance” (1989), seu futuro terceiro disco que seria lançado pelo selo Roadrunner.
O que se escuta em “Terror Squad” é uma parede de guitarras agressivas, sacando riffs mortais e solos viscerais com destreza e impacto, enquanto a seção rítmica martela impiedosa como se anunciasse o apocalipse.
Exagerado? Confira as guitarras sujas e cortantes de clássicos do thrash metal mundial como “Terror Squad “, “In The Thrash” e “The Challenge”, não por acaso a poderosa trinca de abertura, e diga se estou exagerando!
Tudo bem que a produção soa anacrônica e diletante atualmente, mas na época a expectativa era que “Terror Squad” anunciava a próxima grande banda de thrash metal da Europa, a rivalizar com o Kreator e o Sodom, ocupando o lugar que o Destruction parecia deixar devido aos problemas com a formação e direcionamento musical.
Além destes três clássicos indiscutíveis do thrash metal europeu, a alta qualidade da forma old-school do Artilley aparece em “Hunger And Greed”, “At War With Science” e “Decapitation of Deviants” (aquele arrasa-quarteirão impiedoso que todo disco de thrash metal deve ter no final), faixas onde a energia, a rapidez e o peso da forma norte-americana, de Metallica e Overkill, por exemplo, do gênero soam mais presentes.
O impacto foi tão forte que logo foram convidados a assinar com a Roadrunner Records, onde registraram o antológico “By Inheritance” (1990), com certeza o melhor álbum do Artillery. Porém, o mercado já sentia a brisa de mudança que viria como um furacão no mercado fonográfico na próxima década e a Roadrunner não promoveu o disco da forma devida, motivando uma pausa na carreira do Artillery à partir de 1993.
O hiato durou até 1998 e já no ano seguinte sairia o álbum “B.A.C.K.”, anunciando que o thrash metal vigoroso e brutal do Artilley estava de volta. Mas aí já é assunto para um outro artigo!
Ano: 1987
Top 3: “Terror Squad”, “In The Trash” e “The Challenge”.
Formação: Flemming Rönsdorf (Vocals), Michael Stützer (Lead Guitars), Jørgen Sandau (Rhythm Guitars), Morten Stützer (Bass) e Carsten Nielsen (Drums).
Disco Pai: Metallica – “Kill Em’ All” (1983).
Disco Irmão: Destruction – “Eternal Devastation” (1986).
Disco Filho: Missing Link – “When the Door Is Closed”. (1994)
Curiosidades: A capa de “Terror Squad” é obra do guitarrista Jørgen Sandau que após esse disco abandonaria o mundo da música. Na época em que a banda retomou as atividades, após um hiato de aproximadamente uma década no estúdio, este álbum foi relançado junto ao primeiro disco, Fear Of Tomorrow (1985), em formato dual disc.
Pra Quem gosta de: Som Pesado, Cerveja com carne mal passada e Headbangin’.
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