O Armored Dawn chega a seu terceiro trabalho, “Viking Zombie”, mostrando maturidade ao girar seu horizonte musical para algo mais moderno.
Até por isso, creio que a banda veio para preencher uma lacuna existente no metal nacional atual, investindo numa impressão moderna de cânones do heavy metal, usando da melodia, do peso e da energia como armas para conquistar uma base de fãs sólida.
Claro que estão se consolidando com discos consistentes.
Mesmo que ao misturar power metal com temática viking eles não tragam nada de novo para o heavy metal, é verdade, é fato que praticam aquilo que se propõem com muito empenho e profissionalismo.
Prova disso é justamente “Viking Zombie”, dando continuidade à evolução musical da banda, que com uma formação experiente sabe desviar das armadilhas colocadas por alguns clichês de sua fórmula, mesmo quando se vale deles como pontos de partida.
Isso só é possível pela produção que tira o anacronismo destes clichês e das timbragens que possuem a marca contemporânea do heavy metal.
O Armored Dawn nos oferece em “Viking Zombie” um disco conceitual, à começar pela capa carregada de simbolismo rúnico.
As letras são baseadas numa costura de histórias reais e mitológicas com referências ao casal Bálder e Sigrid, narrando a saga destes guerreiros em batalhas épicas e seu pacto de amor que ia além da vida.
Musicalmente os elementos são os mesmo de antes, mas colocados de uma forma diferente, mantendo a dinâmica entre peso e velocidade sempre ajustada por modelos cativantes e refrãos certeiros.
As composições são guiadas por riffs pesados, preenchidas com melodias e grooves saborosos, abrindo um leque de influências dentro do heavy metal tradicional que cria familiaridade com personalidade musical, além de certa nostalgia (no bom sentido).
A energia e agressividade são bem aclimatadas por teclados bem colocados, e os vocais são os destaques individuais neste disco que parece fundir Manowar, Ozzy Osbourne (confira “Embrace the Silence”), Black Label Society e Five Finger Death Punch pelo mesmo fogo escandinavo onde o Sabaton forja suas armas.
Os movimentos orientados ao hard rock de seu primeiro trabalho aparecem retrabalhados já na primeira faixa, “Ragnarok”, onde os teclados inteligentemente colocados dão uma leve tonalidade gótica em certos momentos, tornando tudo bem palatável e acessível (também no bom sentido), algo que se repetirá ao longo de todo o trabalho.
Gravado no Dharma Studios (São Paulo), o álbum foi produzido, mixado e masterizado pelo baixista Heros Trench e pelo baterista Rodrigo Oliveira, mostrando uma nova abordagem da música do Armored Dawn e uma evolução sonora, principalmente através de destaques como “Fire and Flames”, “The Eyes of The Wolves” (com guitarras mais pesadas), “Face to Face” (com fortes esbarrões no metalcore) e “Rain of Fire”, não à toa as mais pesadas do trabalho.
Vale a pena conferir!
Faixas:
1. Ragnarok
2. Animal Uncaged
3. Zombie Viking
4. Fire and Flames
5. The Eyes of The Wolves
6. Face to Face
7. Drowning
8. Heads are Rolling
9. Blood on Blood
10. Embrace the Silence
11. Rain of Fire
FORMAÇÃO
Eduardo Parras »» Vocal
Tiago de Moura »» Guitarra
Timo Kaarkoski »» Guitarra
Heros Trench »» Baixo
Rafael Agostino »» Teclado
Rodrigo Oliveira »» Bateria
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