Segundo a Far Out Magazine, Keith Richards elenca como os seis melhores guitarristas de todos os tempos: Chuck Berry, Muddy Waters, Elmore James, B.B. King, Scotty Moore e George Harrison. Escolhas naturais para um guitarrista de uma banda como o Rolling Stones que começou suas atividades na década de 1960 e tem como base primordial o blues.
Em entrevista para a Rolling Stone, Richards uma vez falou sobre Chuck Berry ser uma grande inspiração: “Quando comecei, tudo que queria era tocar como Chuck. Pensei que, se eu pudesse fazer isso, seria o homem mais feliz do mundo”.
Lembremos que quando o Rock N’ Roll Hall of Fame foi aberto em 1986, Chuck Berry foi um dos primeiros a ser indicados, e os Rolling Stones fizeram as honras, com Keith Richards assumindo que roubou cada lick que Chuck Berry tocou.
Sem dúvidas Chuck Berry foi sua maior influência e após a confirmação da morte de Berry, Keith Richards publicou a seguinte mensagem: “Eu nem sei se Chuck tem ideia do que fez. Eu acho que não… Foi algo tão completo, uma grande sonoridade, um grande ritmo saindo da agulha de qualquer um dos discos de Chuck. Foi quando eu soube o que gostaria de fazer da minha vida.”
B. B. King foi outra grande influência para Keith Richards em particular. “Ele era um dos grandes. Grande estilo. B. B. era um grande cara. Ele era um dos verdadeiros cavalheiros, e sentirei muito a falta dele, sempre nos divertimos muito com ele quando nossos caminhos se cruzaram”, disse ele ao lamentar a morte do bluesman.
Em outra entrevista à Rolling Stones, o músico falou sobre a admiração por George Harrison, dos Beatles: “George era um artista, mas ele também era um artesão”. Talvez os nomes menos conhecidos da lista por parte do grande público sejam Scotty Moore, guitarrista que tocou com Elvis Presley, e o bluesman Elmore James, que trouxe mais agressividade para o blues.
Por fim lembremos que foi por causa de Muddy Waters que o Rolling Stones foi formado. Mick Jagger disse que o primeiro álbum que ele comprou foi “Muddy Waters At Newport” e uma admiração compartilhada pelo blues ajudou a criar uma amizade para toda a vida. A versão enérgica de seis minutos de “Mannish Boy”, tirada de uma apresentação no El Mocambo Tavern, Toronto, em março de 1977, incluída no álbum ao vivo dos Stones, “Love You Live”, naquele ano só reforça a importância de Muddy Waters para Keith Richards.
Por que Keith Richards é um guitarrista relevante?
Queiram ou não, mesmo com toda a discussão em torno da qualidade técnica de Keith Richards, devemos lembrar que ele estava lá no início de tudo, desbravando o terreno virgem do rock n’ roll já em sua primeira década e conseguindo criar sua própria marca por riffs que ajudaram a escrever a história do rock. Basta mencionar, por exemplo, “Satisfaction” e “Start Me Up” para exemplificar essa opinião.
E isso foi o que o elevou ao status de lendário: seu jeito de tocar guitarra. Richards é onde quase todas as músicas que os Stones gravaram começam. Ele ancora o sucesso de “Satisfaction” com seu brilhante e incessante riff (que, segundo a lenda, veio para o guitarrista enquanto dormia). Ele define o ritmo de “Brown Sugar” e “Can’t You Hear Me Knocking” com grooves irregulares e despojados. Ele ajuda a banda a fazer uma transição suave para os anos 80 usando a pegada de dois acordes que abre “Start Me Up” e a linha acachapante, inspirada em Bo Diddley, que atravessa “She’s So Cold”.
Até por isso, mas não somente, Keith Richards é considerado um dos grandes nomes da guitarra no século XX, certamente um dos mais influentes no instrumento na história do rock. O próprio Angus Young do AC/DC atesta isso: “Keith Ricahrds era o cara. O Stones fizeram algumas das melhores músicas do Rock N’ Roll.”! Ou seja, sua opinião quanto aos melhores guitarristas de todos os tempos é válida e deve ser ao menos respeitada.
A Paixão de Keith Richards Pelo Blues Ainda nos Anos 1960
Keith Richards veio da cena do British Blues, um movimento musical que se desenvolveu no início da década de 1960, centrado nos clubes de Londres onde bandas que importavam o blues norte-americano para o público inglês se apresentavam. Grandes guitarristas surgiam nesse período, como Eric Clapton, Jeff Beck, Jimmy Page, Peter Green, Mick Taylor e Adrian Gurvitz, além do próprio Richards, e as bandas cada vez mais misturavam o blues com a atitude do rock n’ roll e criavam uma forma particular de praticar os dois estilos.
Devemos voltar à biografia do Rolling Stones, mais propriamente em 1968, e lembrar que o lendário guitarrista Brian Jones já era inoperante como compositor da banda e Keith Richards tomava para si as rédeas das composições, redirecionando a música da banda para as raízes do blues.
Entre 1964 e 1966 as turnês nos Estados Unidos serviram também para que Keith Richards criasse uma vasta coleção de discos de blues e suas variantes e desdobramentos que só foi devidamente assimilada entre 1966 e 1967, sendo que o primeiro fruto desta viagem pela rusticidade das raízes do blues foi “Beggar’s Banquet”, que tirou de vez as cores psicodélicas e viagens lisérgicas da música dos Stones, dando novo espaço ao country e ao blues.
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Muito boa matéria, bem escrita, com referências e profundidade.
Parabéns pelo trabalho.