“No More Color”, clássico terceiro disco da banda CORONER, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, cuja proposta você confere nesse link.
Definição em um poucas palavras: Guitarra, técnico, progressivo, neoclássico, sombrio e pesado².
Estilo do Artista: Thrash Metal.
Comentário Geral: Não há como começar um texto sobre metal suíço sem pensar no Celtic Frost, e com o Coroner não é diferente, ainda mais quando sabemos que Tom G Warrior fez os vocais da primeira demo tape da banda, e que dentre o trio Ron Royce (baixo e vocais), Tommy T. Baron (guitarras) e Marquis Marky (bateria) existem roadies do Celtic Frost.
“No More Color” é o terceiro disco do Coroner, refinando a proposta apresentada em “R.I.P.” (1987) e “Punishment for Decadence” (1988), dois primeiros álbuns, com técnica e extremo bom gosto, estrutura progressiva, mas sem exageros.
Nesse sentido, ainda não estavam tão polidos como veríamos na obra-prima “Mental Vortex” (1991), e os riffs de Tommy eram cortantes como ensinava a escola européia do estilo, mesmo que um tanto distante da brutalidade direta de nomes como Kreator, Destruction e Sodom, e principalmente dos conterrâneos do Celtic Frost. Os vocais seguem o padrão rasgado e agressivo do thrash metal europeu, mas até neles existe algo de diferente.
Ritmos quebrados da bateria, movimentos inteligentes e imprevisíveis, e geometria progressiva guiam passagens que vão se seguindo em direções diferentes, com viradas bruscas como numa montanha-russa de técnica e agressividade musical.
A faixa de abertura “Die by My Hand” impressiona de saída, já mostrando que havia algo de muito diferente e vanguardista por aqui, assim como “No Need to Be Human” faz, mas de modo mais cadenciado e até mesmo atmosférico em certos momentos. E olha que estamos apensa nas duas primeiras faixas do álbum.
Na sequência, “Read My Scars” terá uma abertura que remeterá diretamente ao álbum “…And Justice For All” do Metallica, mas seguirá por um caminho próprio, por linhas de explodir mentes. Não será estranho perceber traços de Kreator, fase-“Coma of Souls”, mas ainda assim, tudo é muito original e com identidade própria. O Coroner é uma banda que ferve em técnica e entropia progressiva brutal.
Nesse ponto do álbum, mesmo no CD, é possível perceber a divisão exata do vinil, com “Mistress of Deception” se apresentando como a grande estrela do repertório. Uma faixa intrincada, de leves orientalismos, mesmo que sua simplicidade inicial ecoe até algo de punk. É a perfeita definição do som do Coroner! Implacável, técnico e envolvente.
Vale a pena uma audição de “No More Color” prestando atenção às linhas de bateria, principalmente se você acha que todo disco de técnico de heavy metal precisa dos blast beats para ser brutal e intrincado. Ao menos na genial “Tunnel of Pain”, onde Marquis Marky dá uma aula de ritmo e tempo no instrumento!
Até quando soa mais tradicional, em “Why It Hurts”, a marca do Coroner está impressa à ferro e fogo, principalmente pelas guitarras de Tommy T. Baron, um verdadeiro monstro em seu instrumento. E se você ainda duvidava da coragem do trio, “Last Entertainment” vem te mostrar como eles eram geniais e tinham total domínio de sua música por vias altamente progressivas e ainda assim envolventes.
“No More Color” é um disco agressivo, obscuro e complexo (sem cruzar os limites do exibicionismo), mostrando uma banda ousada e coesa, sem complicar demais nos tecnicismos em marcas registradas como dobras de baixo e guitarra, solos influenciados pela escola neoclássica, e variação precisa de velocidade, longe da linearidade usual daqueles tempos.
Sempre tidos como vanguardista do thrash metal, o Coroner forjava uma música pesada, complicada e progressiva, extremamente original, oxigenada por momentos lentos e atmosféricos, sendo uma nítida influência no death metal moderno, e um dos nomes mais importantes na consolidação do technical thrash metal.
Muito do valor deste disco como influenciador vem também do trabalho do produtor Pete Hinton e da mixagem de Scott Burns, que fugiram do convencional, sem polir demais ou sujar demais a sonoridade, para se encaixar nos moldes usuais do metal do metal da época.
Não perca tempo, de modo urgente você devia ouvir isto!
Ano: 1989.
Top 3: “Mistress of Deception” , “Last Entertainment” e “Tunnel of Pain”.
Formação: Ron Royce (baixo e vocais), Tommy T. Baron (guitarras) e Marquis Marky (bateria)
Disco Pai: Watchtower – “Energetic Disassembly” (1985).
Disco Irmão: Annihilator – “Alice In Hell” (1989).
Disco Filho: Meshuggah – “Destroy Erase Improve” (1995).
Curiosidades: Após o fim do Coroner, o guitarrista Tommy T. Baron entraria para o Kreator (como Tommy Vetterli) em sua fase mais conturbada e experimental da discografia, gravando discos importantes como “Outcast” (1997) e “Endorama” (1998).
Pra quem gosta de: ousadia, distopias, técnica apurada, Paganini, e heavy metal que pesa uma tonelada.
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