Foreigner – Resenha de “With the 21st Century Symphony Orchestra & Chorus” (2018)

 

Foreigner With the 21st Century Symphony Orchestra & Chorus
Foreigner: “With the 21st Century Symphony Orchestra & Chorus” (2018, earMUSIC, Shinigami Records) NOTA:10

Discos de bandas consagradas do rock junto com orquestras já não são nenhuma novidade!

Da mesma forma como não é novidade que nem sempre dão certo!

Mas é inegável que existe pra todos os gostos. Desde a megalomania do Metallica, a pretensão do Scorpions, ou a fanfarronice do Kiss.

Nesse cenário, até pela sobriedade, esse “With the 21st Century Symphony Orchestra & Chorus”, do Foreigner, se mostrou como um dos melhores no formato banda+orquestra.

Os arranjos orquestrados foram muito bem concebidos por Dave Eggar, e magnificamente conduzidos por Ernst Van Tiel.

Eles foram inteligentes em inserir a maioria dos arranjos orquestrados em uníssono com algumas linhas de teclado, dando protagonismo aos aspectos sinfônicos e ao coral em momentos estratégicos, principalmente nas aberturas, com bom gosto e sem saturação.

Preste atenção ao coral que entoa a abertura da belíssima balada “When It Comes To Love”, após a pesada “Head Games”.

Aliás, nessa faixa inicia-se um dos grandes momentos de “With the 21st Century Symphony Orchestra & Chorus”um mini-set acústico que trará a irresistível “Say You Will” (dona de uma belíssima abertura com flauta e “cravo”) e “The Flame Still Burns” (com participação quase “eclesiástica” do coral).

A orquestra é também inserida entremeada aos arranjos, mas indistinguível das linhas originais das canções, não apenas como um classudo pano de fundo dramático. Isso fica claro também em “Juke Box Hero” (muita atenção à performance de Kelly Hansen! O cara canta demais!)

Tiveram até  sensibilidade de deixar a orquestra em silêncio quando ela na cabia (em “Head Games”, por exemplo).

Quanto a banda, não há dúvidas de que o Foreigner está em sua melhor forma no palco. Músicos entrosados e que claramente se divertem enquanto desfilam seus clássicos.

E só de conseguir inserir solos de saxofone em suas músicas sem soar brega já deveria colocar o Foreigner num posição de destaque no cenário musical. Em  “Fool For You Anyway”, aliás, o sax é um protagonista, e o que Thom Gimbel faz com o instrumento em “Urgent”  é de arrepiar!

Ou seja, a parceria com a orquestra em “With the 21st Century Symphony Orchestra & Chorus” deu um toque ainda mais requintado ao AOR do Foreigner, como é o caso de “That Was Yesterday” (O que canta esse cara esse Kelly Hansen é brincadeira!), que ganhou um tom dramático ainda mais forte e cativante, se tornando um dos melhores momentos do show.

Emoção já iniciada no topo desde a abertura, com o “Overture”, mesclando melodias e harmonias dos clássicos da banda com toda a pompa e circunstância que a abordagem erudita é capaz de construir!

Quando a banda entra em cena, com “Blue Morning, Blue Day”, faixa do marcante “Double Vision” (1978), já é nítido que o show será tudo aquilo que prometia! Energia cativante, muita paixão e técnica aliada ao felling na execução das músicas.

A partira daí, são as mesma velhas canções, desfiladas com altíssima competência, e por isso não nos importamos de ouví-las mais uma vez.

Pelo contrário, nos divertimos com estas velhas conhecidas , renovadas no espírito de quem as executa e pela cama climática dada pela orquestra, que “rouba” para si diversos arranjos dos teclados, deixando  Michael Bluestein livre para alguns solos nos teclados, como na sequência avassaladora com “Cold As Ice”, um dos melhores momentos do show, em que Kelly Hansen literalmente passeia pelos ombros do público.

“Waiting For a Girl Like You”, a melhor balada dos anos 1980, só vem reafirmar como Hansen caiu como uma luva no Foreigner. “Como canta esse cara!” você dirá diversas vezes, não só nessa música.

Como você já deve ter percebido, o vocalista é um destaque à parte, não só com sua voz,mas também com sua presença de palco, não deixando espaço para saudades de Lou Gramm.

E o repertório também traz, além da citadas “Head Games”, onde Mick Jones, que fundou a banda nos anos 1970, se mostra ainda em forma nas seis cordas, “Juke Box Hero” (numa performance épica que levanta o público),  “Fool For You Anyway” (que virou uma balada soul/rock irresistível! E adivinhe quem canta demais nessa música?), clássicos como “Starrider” (do clássico primeiro disco), “Double Vision” (um dos melhores refrãos da história), “Hot Blooded”, “Urgent”“Feels Like The First Time”” I Want To Know What Love Is” numa segunda parte de tirar o fôlego!

Aliás, é necessário mencionar que que Mick Jones ainda detém a magia que sempre lhe coube na música do Foreigner, seja nas guitarras ou nos teclados, e a mensagem fica clara nas suas palavras que antecipam “The Flame Still Burns” (como canta o tal do Kelly Hansen!).

Outro destaque individual da formação é o baixista Jeff Pilson. Seu baixo pesado, pulsante e técnico faz dele a sólida coluna que alicerça e dá força à sonoridade, e a captação do show permite que suas linhas sejam compreendidas aos detalhes.

Ou seja, “With the 21st Century Symphony Orchestra & Chorus” será um dos grandes trabalhos ao vivo de 2018, lançado no Brasil via Shinigami Records num pacote com CD (com três músicas a menos) e DVD.

Obrigatório!

TRACK LIST

DVD

1. Overture
2. Blue Morning, Blue Day
3. Cold As Ice
4. Waiting For A Girl Like You
5. Head Games
6. When It Comes To Love
7. Say You Will
8. The Flame Still Burns
9. That Was Yesterday
10. Juke Box Hero
11. Starrider
12. Double Vision
13. Fool For You Anyway
14. Hot Blooded
15. Urgent
16. Feels Like The First Time
17. I Want To Know What Love Is

CD

1. Overture
2. Blue Morning, Blue Day
3. Cold As Ice
4. Waiting For A Girl Like You
5. Say You Will
6. When It Comes To Love
7. That Was Yesterday
8. Feels Like The First Time
9. Starrider
10. Double Vision
11. Fool For You Anyway
12. Urgent
13. Juke Box Hero
14. I Want To Know What Love Is

 

Formação

Kelly Hansen – Vocais
Mick Jones – Guitarra
Thom Gimbel – Guitarra, saxofone.
Michael Bluestein – Teclado
Jeff Pilson – Baixo
Chris Frazier – Bateria

 

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