Trompetista e cantor, Chet Baker foi um dos músicos de jazz que mais lançou material durante sua carreira.
Já em sua juventude era apontado como um dos únicos com potencial para tomar o trono de Miles Davis e, além de toda a habilidade musical que era própria de Baker, ainda era dono de uma beleza que rivalizava com James Dean pelo título de “sex symbol” dos anos 50.
O seu trompete desfilando suavemente suas notas musicais e a voz pequena e afinadíssima abriu as cortinas da música americana para o West Coast Jazz, ou o famoso Cool Jazz.
Chet Baker era um músico nato, capaz de tocar uma canção inteira sem partitura, apenas pedia o tom inicial da música e improvisava.
Dizem podia tocar uma nova canção de ouvido apenas escutando-a uma única vez.
Desde o quarteto com Gerry Mulligan, passando pela banda com Russ Freeman, as fantásticas sessões em Nova York, os discos vocais e os fantásticos discos com arranjos de cordas, existe uma extensa discografia onde é impossível catalogar e até mesmo ouvir tudo.
Chet Baker gravou tanto que provavelmente nunca irão descobrir sua obra completa.
Mesmo assim, aqui vai uma pequena seleção comentada da pequena fatia da obra deste grande músico.
Além disso, no fim do texto, segue uma seleção de faixas dos álbuns citados para você deliciar com o jazz poético de Chet Baker!
1. “Chet Baker and Strings… With Zoot Sims, Russ Freeman, Bud Shank”.
Grande álbum, onde Chet Baker vem acompanhado de um quarteto de cordas conduzido por Shorty Rogers e tem a participação de Zoot Sim, Bud Shank e seu eterno parceiro ao piano, Russ Freeman.
Destaques deste disco? “You Don’t Know What Love Is”, “Love Walked In”, “I Love You” e “I Married With An Angel”.
É fantástico como o casamento do quarteto de cordas com a forma suave de tocar de Chet Baker é tão harmônico.
2. “The Best Of Gerry Mulligan Quartet With Chet Baker”.
Aqui temos uma coletânea do início da carreira de Chet Baker.
É interessante notar como o sax de Mulligan e o trompete de Baker tinham uma sinergia indescritível.
Parece que nasceram para tocarem juntos, um complementando o outro.
Chet Baker aqui ainda não esbanja a experiência de um mito do jazz e toca como um aspirante talentoso que quer o seu lugar ao sol.
Um disco importantíssimo historicamente, pois este quarteto definiu todo um estilo por composições como “Bernie’s Tune”, “Walkin Shoes”, “Jeru” e “My Funny Valentine”.
3. “Chet Baker Sings”.
O melhor álbum da lista? Talvez, mas certamente o mais importante para a carreira de Chet Baker.
Não há como negar que a maneira de Chet Baker cantar é única e inigualável.
Com este álbum ele elevou seu nome na cena jazz e tendo Russ Freeman ao seu lado fizeram história com uma turnê de sucesso.
Aqui nasce o estilo dele de se fazer jazz e que tanto influenciaria João Gilberto no início da Bossa Nova.
Seria injustiça destacar alguma faixa, pois todas são magistrais, mas “That Old Feeling”, “I’ve Never Been In Love Before”, “Time After Time” e “The Thrill Is Gone” são inspiradíssimas.
Nunca ouviu?
Não perca mais tempo e se entregue a um dos maiores clássicos do Jazz.
4. “Quartet: Russ Freeman And Chet Baker”.
A carreira de Chet Baker não seria a mesma sem a sua parceria com Russ Freeman.
O pianista se tornou o pilar de sustentação do sucesso de Chet Baker.
Este álbum é uma coletânea das grandes interpretações geradas por essa parceria.
Existem poucas baladas aqui e muitas das grandes músicas incluídas foram compostas por Russ Freeman, mas é a interpretação de ambos que nos mostra o que dois gênios podia fazer juntos.
5. Chet Baker In New York.
Quando retornou de sua primeira turnê européia, Chet Baker já era um nome proeminente dentro do jazz, principalmente pelo trabalho na cena de west coast.
Tanto que seguiu direto para a quente cena jazz nova-iorquina, o território de Miles Davis.
A fama de Chet Baker já se estendia até a costa leste, muito antes de seus clássicos trabalhos com Gerry Mulligan e Russ Freeman, pois Charlie Parker, quando voltou a Nova York após uma turnê na California, disse a Miles Davies e Dizzy Gillespie: “Tem um trompetista branco lá na costa oeste que vai jantar vocês.”
O novo desafio após conquistar a Europa era dominar o território de Miles Davis, a costa leste americana, mais precisamente, Nova York.
E este álbum representa bem esta nova fase, principalmente por conter um tracklist formado por canções comuns nas apresentações de Miles Davis, tendo, inclusive, o baixista e baterista do grande álbum “Kind Of Blue”, de Miles Davis nas sessões de gravação.
É difícil apontar destaques por aqui, mas “Fair Weather”, “Blue Thoughts”, “Hotel” e “Soft Winds” chamam a atenção por motivos diferentes.
LEIA MAIS:
- CHET BAKER | O Poeta do Jazz
- JAZZ | Uma Breve História Discográfica!
- RESENHA | “No Rastro de Chet Baker”, de Bill Moody
- DAVE BRUBECK | 5 Discos Para Conhecer
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Por falar nisso,faz tempo que eu não a ouço,adoro.
Muito bom o texto,adoro o cantor-trompetista.
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