The Great Discord – Resenha de “The Rabbit Hole” (2017)

 
The Great Discord The Rabbit Hole
The Great Discord: “The Rabbit Hole” (2017, The Sign Records) NOTA:9,0

Uma banda que se auto-rotula como Progressive/Death Pop merece o mínimo de atenção de nossa parte, ainda mais quando seu mais recente álbum, “The Rabbit Hole” promete uma virada alternativa na famosa história de Alice, aquela mesma personagem de Lewis Carrol que se vê num mundo fantástico após cair num buraco de coelho.

E é justamente essa nova cadeia de eventos que será desenvolvida ao longo destas novas onze composições.

Como se não bastasse, ainda é sabido que possuem dentre seus integrantes nomes que figuraram ou figuram em formações importantes da cena européia, o que aumenta ainda mais a curiosidade sobre este segundo álbum, que dá sequência ao promissor “Duende” (2015), onde mostraram alto potencial na manufatura do Hard Rock e do Heavy Metal, carregado de dramaticidade teatral, principalmente pela performance da versátil vocalista Fia Kempe.

A banda vem da Suécia (sim, mais uma e de qualidade) e se mostra ousada em sua proposta cheia de dissonância e dualidade, por uma geometria estrutural simétrica, mas inquieta, vibrante e esmerada, que flui de modo orgânico, mesmo nos momentos mais experimentais, exalando influências diversas como Genesis, King Crimson, The Dillinger Escape Plan, Meshuggah, Opeth e Porcupine Tree.

Em essência, na realidade, o que temos aqui é música progressiva, com identidade própria através dos conceitos líricos e instrumentais, que buscam incorporam as sombras da estética do Death Metal, junto a uma familiaridade melódica do pop, com bons refrãos.

Agora tente pegar as influências do parágrafo anterior, desconstruí-las e remodela-las neste modelo instigante, para ter exatamente o que se passa neste “The Rabbit Hole”. 

Sim, é complexo realizar este exercício de abstração, então é melhor mergulhar na música bem ajambrada da banda à partir da intro “Dimman”, que preparará o clima lúdico para o desenvolvimento do álbum.

O que salta aos ouvidos de imediato é que conseguem desenvolver suas evoluções progressivas de modo moderno (principalmente em ” Persona”) ao longo de faixas que não se alongam, através de melodias acessíveis, como em “Noire”, “Darkest Day” (uma das melhores do álbum), e “Neon Dreaming” (quase lúdica) que se desenrolam por timbragens progressivas, por sua vez, também desenhando momentos mais agressivos e pesados como “Gadget” e “The Red Rabbit” (outra dentre as melhores) , ou amalgamado o melhor destes dois mundos em “Tell-Tale Heart” “Omen”.

Um álbum incrivelmente fora do padrão, mas assustadoramente familiar e envolvente!

Confira o clipe de “The Red Rabbit”…[youtube https://www.youtube.com/watch?v=ls8xeXTFzas&w=560&h=315]

Confira o clipe de “Omen”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=tgODgfjR6eg&w=560&h=315]

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