The Cure | 5 Discos essenciais da banda gótica de Robert Smith

 

A banda britânica The Cure fez parte da cena pos-punk, adicionando uma implacável inteligência pop no movimento, com letras etéreas e tonalidades góticas. Hoje escolhemos seus cinco discos mais importantes.

The Cure - Discos Biografia Robert Smith pos punk gothic pop rock

Capitaneada por Robert Smith, a banda britânica The Cure fez parte da cena pos-punk que se iniciou no apagar das luzes da década de 1970, adicionando uma implacável inteligência pop no movimento, com letras etéreas e tonalidades góticas, sempre tendo uma melancolia sombria ecoando por todos seus álbuns.

Certamente, uma das bandas mais originais e geniais que percorreram os anos das décadas seguintes, emplacando sucessos e forjando peças que eram verdadeira obras de arte da música pop e uma imagética digna de um filme do mago Tim Burton. Hoje queremos escolher seus discos essenciais, não necessariamente os melhores, mas aqueles que são mais significativos para compreender sua obra.

1) “Seventeen Seconds” (1980)

Robert Smith (vocal e guitarra), Laurence Tolhurst (bateria e teclados) e Michael Dempsey (baixo) começaram a ensaiar juntos em 1976. Dois anos depois, assinam com a Fiction Records e lançam o single “Killing An Arab”, seguido do primeiro disco, “Three Imaginary Boys” (1979), um embrião daquilo que apresentariam no próximo disco.

“Seventeen Seconds”, o segundo álbum de estúdio da banda, lançado em 22 de abril de 1980, também, pela Fiction Records, marcou a primeira vez que o vocalista Robert Smith co-produziu com Mike Hedges e mostrou uma nova forma de executar a música melancólica, muito criativa apesar de minimalista e austera, profunda e climática.

Com destaque para a introdução “A Reflection” e o clássico “A Forest”, “Seventeen Seconds” é o primeiro álbum da primeira grande fase do The Cure, que ainda inclui “Faith” (1981) e “Pornography” (1982). Por muito tempo, fãs e críticos apontavam esses três trabalhos como uma espécie de “trilogia sombria” na carreira da banda, influenciada pela passagem de Robert Smith nos Siouxsie and the Banshees e seus problemas com depressão.

2) “Pornography” (1982)

“Pornography” chegaria como o quarto álbum de estúdio do The Cure, lançado em 4 de maio de 1982, também pela Fiction Records. A novidade aqui era o produtor. Agora, Phil Thornalley era quem liderava o trabalho em estúdio. Nesta época, uma crise interna, que teve início nas gravações de “Faith” (1981), chega ao auge nas sessões de “Pornography”, provocando a saída de Simon Gallup.

Durante estas sessões de gravação a banda esteve à beira do colapso com o consumo de álcool e o uso de drogas alucinógenas, sendo que estas divergências entre os seus membros e a depressão do vocalista Robert Smith alimentaram a atmosfera densa e o conteúdo lírico do álbum que estava anos-luz de distância de futuros movimentos musicais mais alegres como “Friday I’m in Love”, “Close To Me” e “The Lovecats”.

Até por isso, este álbum marca o ápice do período sombrio do grupo que tinha começado com “Seventeen Seconds” (1980), pois mesmo com todo este ambiente conturbado temos uma obra-prima calcada na melancolia, impulsionada por músicas como “The Figurehead”, “The Hanging Garden” e “Siamese Twins”.

“Pornography” é o álbum mais sombrio, obscuro, inacessível e menos pop que o The Cure já fez, e mesmo assim é considerado uns dos mais importantes marcos da música gótica, tanto que foi a espinha dorsal do repertório de seu trabalho ao vivo, “Trilogy”.

Abaixo você tem ofertas em disco de vinil de “Seventeen Seconds” e “Pornography”.

3) “The Head on the Door” (1985)

Reduzido a uma dupla após a saída de Simon Gallup, o Cure entraria em sua fase mais pop com o compacto “Let’s Go To Bed” (1982). No ano seguinte o grupo ganhava uma nova formação com Phil Thornalley (baixo) e Andy Anderson (bateria), além do guitarrista convidado, Porl Thompson, que ajudou a gravar “The Top” (1984), uma preparação para a variação que ouviríamos no próximo disco, “The Head On The Door”, o ápice da inteligência pop impressa pela melancolia dark do gothic rock.

Com mais mudanças na formação, o Cure chegaria a seu sexto álbum de estúdio, “The Head On The Door”, em 26 de agosto de 1985 pela Fiction Records, e precedido pelo single “In Between Days”, que alcançou a 15ª posição no UK Singles Chart. O álbum é o primeiro a apresentar o baterista Boris Williams, além de ser aquele que traz de volta o baixista Simon Gallup pouco antes da gravação. Em 1985 a banda se tornou um quinteto ao enfim incorporar Porl Thompson como seu quinto membro oficial.

Com sua variedade de estilos, o álbum trazia um tempero oriental em “Kyoto Song”, toques latinos em “The Blood” e a melancolia de “A Night Like This”, que junto aos hits “In Between Days” e “Close To Me”, faz de “The Head On The Door” um dos melhores lançamentos do The Cure, consolidando a reputação de Robert Smith como um criador de letras inteligentes e um hábil explorador da música pop clássica.

4) “Disintegration” (1989)

De todos os discos de estúdio do The Cure, provavelmente “Disintegration”, o oitavo álbum de estúdio da banda inglesa, lançado em 2 de maio de 1989 pela Fiction Records, seja seu grande trabalho, simplesmente por mesclar o melhor de seus dois mundos: o gótico melancólico e o pop inteligente. Algo impresso em “Lullaby”, clássico do repertório que já vale o álbum.

Sempre tenho a impressão de estar ouvindo uma fusão entre “Seventeen Seconds” com “The Head on the Door” quando pego este disco para ouvir. Ele parece se desenrolar como um sonho de tons góticos, sentimental e belo, gerando faixas como “Last Dance”, “Same Deep Water As You”, “Fascination Street”, “Lovesong” e “Pictures of You”. “Disintegration” também representou à demissão de Laurence Tolhurst, co-fundador do The Cure, devido ao seu abuso de álcool e sua incapacidade para se encaixar no papel de tecladista, que foi oficialmente substituído por Roger O’Donnell. Enfim, Robert Smith era o líder máximo do Cure.

Em dado momento, Robert Smith refletiu sobre sua carreira dizendo que “muitas pessoas ficam loucas nesse negócio. Felizmente, eu fiquei, mas consegui voltar”“Disintegration” é a prova disso, com a banda se reencontrando mais madura com aquela essência depressiva do passado, sem esquecer de sua evolução musical mais iluminada.

Abaixo você tem ofertas em disco de vinil de “The Head On The Door” “Disintegration”.

5) “Wish” (1992)

Após “Disintegration” (1989), o Cure só foi lançar um novo disco em 1992, mas valeu a espera. “Wish”, seu nono álbum de estúdio, lançado em 21 de abril daquele mesmo ano, se tornou o álbum de maior sucesso comercial do The Cure, estreando em primeiro lugar no Reino Unido e segundo nos Estados Unidos, onde vendeu mais de 1,2 milhão de cópias.

Muito deste sucesso se deu pela renovação de sua sonoridade para a nova década, incorporando ainda mais elementos do rock alternativo que estava em voga na época, enquanto ampliava sua musicalidade desenvolvida nos três álbuns anteriores. Claro, “Wish” ainda trazia o sucesso acachapante de “Friday, I’m In Love”, uma das melhores músicas da década.

“Open” “From the Edge of the Deep Green Sea”, outros momento excelentes do disco mostram muito bem como essas novas influências eram diluídas na identidade musical do The Cure, enquanto “Trust” dialogava com o passado, mas com os pés no presente. Estes são apenas exemplos de um repertório irrepreensível, o ápice da lapidação e maturidade da banda, onde todas músicas são fáceis de ouvir e mancantes de tal forma que várias letras estarão na sua cabeça de primeira.

Após este disco o Cure entrou em um ritmo ciclotímico e irregular de discos, dos quais apenas “Bloodflowers” (2000) merece ser conferido com mais atenção, embora sua discografia dos anos oitenta seja mais do que indicada, obviamente além dos discos aqui elencados.

Leia Mais:

Ofertas de Discos do The Cure:

Conheça Nosso Canal no Youtube

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *